- Não precisa responder você já mostra isso. - eu falo me levantando e indo para uma das cadeiras longe dele.
Não sei como a mamãe foi me por aqui, esse tipo de gente deve ficar longe de gente como nós. - Eu falo em voz baixa enquanto chego à outra cadeira e nesse momento fico revisando o menino que acabei de conhecer e nem perguntei o nome.
Outras pessoas começam a chegar, e de repente, uma mulher mais velha entra na sala, cheia de pastas. Todos já estão sentados e esperando que ela fale alguma coisa.
- Bom dia, meu nome é Raquel, sou professora de Matemática desse ano. Primeiro de tudo sejam bem vindos a Escola New Canadá, aqui nós acolhemos todo tipo de criança e adolescente que quer aprender e não aceitos nenhuma injustiça. - ela diz sentando em cima de sua mesa, que é maior e espaçosa.
- Sei que vocês estão animados para o primeiro dia de Ensino Médio, mas é necessário avisar e contar que no ano passado ouve vários problemas aqui na escola, por causa de alguns preconceitos e espero que isso não aconteça esse ano. - ela diz séria, e virando para o quadro para começar algo novo e eu simplesmente estava pensando "blá, blá, blá".
Olhei para o lado e vi uma menina, com cabelos curtos, pretos, branquinha como uma vela, lábios rosados e uma maquiagem bem marcada. Ela vestia uma sai preta curta, uma meia ¾ listrada e um cropped, e claro olhei ela de cima em baixo e não poderia faltar o salto, extremamente alto e cheio de detalhes. Bom, a primeira coisa que pensei foi que, ela está mesmo no ensino médio ou numa casa de festas?
- Qual é o seu nome? - eu pergunto á ela.
- Sem nome, e o seu branquinha? - ela me analisa e debocha.
- Educada você. Meu nome é Sophia. - Eu digo a ela, com indiferença.
- Que nada, fala a boa, você é nova aqui não é? - ela fala vira para o lado, para poder conversar melhor comigo.
- Já deu para perceber? Bom, eu vim de Montreal, me mudei para Vancouver tem pouco tempo. - eu digo.
- Minha mãe veio pra cá, há dois anos, ela pediu o divórcio. E desde então estou aqui nesse lugar. - ela diz abrindo os braços, encenando.
- Você é engraçada, conhece aquele menino ali? - eu dou uma leve risada e aponto para o garoto?
- Nathan? Você está afim dele? Ta de brincadeira. - ela olha incrédula e ri, batendo as mãos em suas pernas.
- Não, meu Deus, é claro que não, nunca ficaria perto de um menino desses. Ele é bolsista, seria uma vergonha pra mim. - eu digo com a mesma expressão que ela me olhou segunda atrás.
- Existem pessoas aqui que são bolsistas e que você nem se quer vai sonhar que é o que vai ser engraçado caso acontecer. Mas sou, eu também não gosto deles, alguns são nojentos. - ela termina, olhando para o menino bolsista.
- Ele está aqui há muito tempo? Conversa com todo mundo? De verdade não quero ficar perto dele. - eu digo, apavorada.
- Tem medo de gente? Porque aqui tem vário, temos que lidar com as coisas garota. Na minha casa é um inferno, eu sou adotada, e meu pai se separou da minha mãe quando descobriu isso, então não ligo para aqueles que são diferentes, porque sou um deles. - ela diz séria.
- Tudo bem então, porem ainda não quero ficar perto dele, e queria que você me avisasse - se quem mais é bolsista ou coisa do tipo. - ela diz, mexendo nos meus cabelos, e em seguida pegando meu material.
- Tudo bem Barbie. - ela diz rindo.
- Turma eu quero conhecer vocês. - a professora vira e podemos ver diversas coisas escritas no quadro.
Flashback off
- Nathan, já disse que você não precisa vir pra cá, eu te dou carona, deixa de bobagem. - eu digo.
- Sophia, eu tenho que parar de ser dependente de você. - ele diz serio.
- Não quero que você pare. - eu falo.
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A Verdade Infinita
RomanceComo a onda do mar leva, como o canto do passarinho me acalma, eu achei o meu lugar. Fui levada pela calmaria do mar e paz do canto. Um momento de reflexão que me levou a um colapso. Ouvi a batida do aparelho cada vez mais alta e única, estava par...