Estou fazendo algumas reformulações na história, por isso a retirei da plataforma, mas já estou voltando a postá-la e recomendo que releiam os capítulos porque alterei algumas coisas e adicionei outras. Espero que gostem e quem me deem bastante estrelinhas <3
Acordei com o barulho da chuva, abri os olhos e encarei o despertador. 5:30 da manhã, eu ainda teria mais 30 minutos para dormir antes de precisar me levantar para me arrumar para ir para o meu primeiro dia no meu primeiro trabalho. Acabara de me formar em publicidade e havia sido contratada para trabalhar como assistente de um publicitário bem famoso, o que me deixava um pouco assustada, afinal a fama do grande publicitário Carlos Aguiar todos na minha faculdade conheciam, e quando contei para a minha melhor amiga, Ana, que estudou comigo durante os quatro anos de faculdade, que iria trabalhar com ele, ela praticamente me internou em um hospício.
- Você com certeza perdeu o resto de juízo que lhe restava nessa cabecinha de vento, Bia. - Ela falou colocando as mãos na cabeça andando de um lado pro outro no meio do quarto. - Como você teve coragem de aceitar trabalhar para aquele maluco? Até parece que não conhece a fama dele. - Esbravejou.
- Ah! Ana, mas não é porque todas as suas últimas assistentes se demitiram antes do primeiro mês trabalhando com ele que comigo vai ser assim também. - Falei tentando ser o mais otimista possível, mas a verdade era que eu estava morrendo de medo que isso acontecesse.
- Você só pode ser maluca, não tem outra explicação. - Constatou Ana, derrotada. - Mas se é isso que você quer, eu te apoio.
- Pensa só nas coisas que eu poderei aprender com o Senhor Carlos Aguiar, Ana.
- Pensando por esse lado você tem razão, mas você ainda vai ter que aguentar aquele cara oito horas por dia, cinco dias por semana. - Fez graça.
Como eu não conseguiria voltar a dormir, resolvi me levantar e tomar um banho um pouco mais demorado e começar me arrumar para o trabalho. Sai do banho enrolada na toalha, fui até a penteadeira, me olhei no espelho e constatei
- Bad hair day logo hoje? Fala sério! - Falei desanimada.
Mas não entreguei os pontos, resolvi fazer um coque alto para que meus cachos fossem domados e então parti para maquiagem. Nunca fui de usar muita maquiagem, então passei uma base que já tinha filtro solar, um rímel e um batom cor da boca. Vesti uma calça jeans básica, uma blusa social branca e um escarpam preto. Fui até o espelho e gostei do que vi, então peguei minha bolsa e saí.
Como não tenho carro, caminhei até o ponto do ônibus agradecendo São Pedro por ter parado com a chuva. E ainda estava com esperança que o ônibus não estivesse tão lotado, mas é claro que ele estava. Pegar ônibus às 7 da manhã era realmente um sacrifício. São nessas horas que eu me arrependo de não ter aceito o suborno do meu pai, que me ofereceu um carro caso eu cursasse o mesmo curso que ele, mas eu não queria cursar Direito, sempre preferi a área de publicidade.
Quando o ônibus dobrou a esquina e eu acenei para que ele parasse notei que ele estava mais lotado que de costume. Mas eu não teria outra opção, ou era o ônibus lotado ou chegar atrasada no meu primeiro dia, o que estava fora de cogitação.
Cinquenta minutos depois eu estava parada em frente ao enorme prédio da P&C - Publish and Company - mais que ansiosa. Até que um filho da mãe - que, provavelmente, comprou a CNH - passou com a toda por uma poça de lama e acabou por me molhar inteira, manchando toda a minha blusa branca, que àquela altura do campeonato já estava marrom.
- Tem alguém aí em cima que não está querendo me ajudar muito hoje né? - Falei olhando pro céu, só poderia ser algum carma.
Como não haveria mais tempo para voltar para casa e trocar de roupa, resolvi entrar assim mesmo e tentar dar um jeito aquele estrago no banheiro. Quando passei pela recepção notei a moça de longos cabelos ruivos e maquiagem bem marcada me encarando, parecia se perguntar o que eu estava fazendo ali. Quando cheguei mais perto dela tentei forçar um sorriso e falei
- Bom dia. - Ela me olhou e pensou um pouco até responder.
- Bom dia pra você também, acho que você tá precisando. - Notei que ela tentava segurar o riso, o que me deixou com muita vergonha.
Caminhei ainda mais rápido até o elevador, definitivamente eu precisava me limpar o mais depressa possível. Quando entrei no elevador e procurei meu celular na bolsa para ligar para Ana, queria saber se ela poderia levar uma roupa limpa para mim no escritório, percebi que tinha deixado o celular em casa.
- Ah! Qual é? Esse dia não pode piorar mais.
Quando o número quatro surgiu no painel do elevador e as portas se abriram, eu já estava com metade do corpo fora daquela caixa de metal quando um ser, com praticamente o dobro do meu tamanho, esbarrou em mim e derramou meio copo de café na minha roupa que já não estava limpa
- Oh! Vê por onde anda - esbravejei enquanto tentava me livrar da blusa molhada com um liquido quente - parece que não enxer...
- Quem é você? - ouvi aquela voz forte me perguntar e quando levantei o olhar o que mais quis foi enfiar minha cabeça em um buraco. Quando levantei os olhos e constatei que o dono daquela voz também era o dono de um belo par de olhos verdes, talvez os mais lindos que eu já tivesse visto. Para completar ele tinha uma barba por fazer, que deixava seu queixo mais marcado, mais másculo. Ele faria qualquer uma se derreter por ele. Menos eu, naquele momento eu só pensava em salvar meu emprego.
- Aí mil desculpas seu Carlos - Me aprecei em dizer - mil desculpas mesmo. Eu sou a Beatriz, sua nova assistente, ou pelo menos acho que sou. - falei sem graça.
- Ah! A assistente. Espero que dessa vez a agencia tenha acertado, as últimas eram péssimas. - falou - E o que você ainda está fazendo aí parada, vai já no banheiro limpar essa roupa menina. - bronqueou - não quero meus funcionários circulando pela empresa desse jeito. - ordenou.
- co... com licença senhor. - gaguejei enquanto saia o mais rápido possível dali.
Assim que entrei no banheiro e me olhei no espelho tomei um susto, estava muito pior do que eu imaginava, minha blusa estava toda estragada, mas também, depois de um banho de lama e outo de café, seria um milagre se ela ainda estivesse usável. Pensei em como poderia dar um jeito naquela roupa, mas a única solução que me veio à cabeça foi tirar a blusa e lavá-la com a ajuda do sabonete líquido que eu encontrei no banheiro. Não pensei duas vezes, tirei a blusa e já estava com ela debaixo d'água quando alguém entra no banheiro.
- Mas que inferno!
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A assistente
ChickLitSempre atrapalhada, Beatriz não leva desaforo pra casa, nem mesmo quando começa a trabalhar para o grande Carlos Aguiar. Uma antipatia mútua que surge quase que imediatamente entre eles irá se desenvolver em algo muito maior. Porém, coisas do passad...