Capítulo 3

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Eram quase oito da noite quando o Bruno parou o carro em frente ao restaurante italiano que eu amava, ele resolveu me levar lá depois de tanto stress durante o dia de hoje. Entramos no restaurante e o garçom veio a nossa mesa e fizemos o pedido, já pedi uma lasanha e Bruno optou por uma macarronada, eu nunca trocaria a lasanha daquele lugar por qualquer outra no mundo.

- Então, o que você pretende fazer com o seu chefe? - ele perguntou

- Eu ainda não sei, mas ele vai me pagar. Se o que eu tinha que pegar era um arquivo digital, bem que ele poderia pedir pra mandarem via e-mail e eu não precisaria ter corrido feito uma louca pra buscar essa porcaria. - Ele riu.

- Bia, como você vai se vingar do seu chefe? Você está no trabalho a menos de 24 horas e já tá pensando em vingança

- Isso porque eu não te contei a pior parte - ele me olhou curioso - ele me viu sem roupa no banheiro hoje.

- COMO É QUE É? - o grito dele fez com que todos que estavam a nossa volta nos olhassem curiosos - Porque você não denunciou esse cara?

- Bem, ele não teve culpa - disse sem graça

- Como assim não teve culpa? - ele perguntou confuso

- Eu estava no banheiro masculino, por engano.

- Eu não sei porque não me surpreende isso, você é a pessoa mais desastrada e desatenta do mundo, Bia.

- Também não é assim, Bruno - respondi com uma carinha manhosa e ele riu

- Tá bom que não é.

Depois disso continuamos conversando e rindo até dar hora de ir pra casa, Bruno me deixou em casa e foi embora. Assim que entrei no meu apartamento encontrei a Ana esparramada no sofá juntamente com um pote de sorvete, não pensei duas vezes e me juntei a ela.

Mas antes de dar a primeira colherada no sorvete Ana já começou a me bombardear com perguntas sobre como havia saído tão de repente sem dizer nada, lhe contei tudo que havia acontecido e ela não se aguentou e pois-se a rir.

- Do que você está rindo Ana Lucia Rodrigues? - perguntei com uma cara de poucos amigos

- Sabe do que estou rindo Ana Beatriz Albuquerque? - perguntou de forma retórica - Eu estou rindo dessa situação toda, primeiro o seu chefinho, que você venera ou venerava, até ontem, te vê sem roupa e agora te liga fora do horário do expediente pra te mandar trabalhar, acho que é por isso que ninguém fica tanto tempo trabalhando com ele, ele é bipolar.

- Mas isso não vai ficar assim, eu vou fazer alguma coisa a respeito disso, ele não vai me tratar assim, não mesmo. - Disse.

- Tu é louca Bia, só uma pessoa louca já está ameaçando o chefe antes de uma semana de trabalho - falou rindo.

- Que seja - ri também.

Ana e eu continuamos rindo e tomando sorvete enquanto víamos uma comédia qualquer e quando o filme acabou já era hora de dormir, minha vida de acordar tarde tinha, definitivamente, acabado.

As 6 da manha as primeiras notas de Mulher de Fases começaram a ecoar pelo meu quarto me fazendo despertar. Antes de colocar essa música no meu despertador eu amava ela, na verdade ainda amo, menos os primeiros 10 segundos de introdução, pois é aí que acordo todos os dias. Despertei, levantei, tomei meu banho, mais pra acordar que qualquer outra coisa, me arrumei e quando vi já era hora de sair. Corri para o ponto de ônibus e assim que cheguei o meu ônibus encostou, quem diria, eu estava com sorte.

Como dessa vez eu não tinha deixado o celular em casa, peguei meus fones e liguei o mp3 do mesmo e começou a tocar It's a beautiful day do Michael Bublé, bem tomei aquilo como um sinal de sorte.

A assistente Onde histórias criam vida. Descubra agora