» Capítulo 32

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Acordei com minha cabeça latejando.

Eu não sabia onde estava e nem como havia chegado naquele local, então decidi abrir meus olhos lentamente para eles se acostumarem com a luminosidade, mas parecia que só o fato da pouca luminosidade atingir minha pupila aumentava ainda mais a minha dor, portanto eu permaneci com eles fechados.

Explorei o lugar aonde eu estava deitado e era uma cama de casal, parecia que não tinha fim, quando esbarrei em alguma coisa, algum corpo. Tomei um susto de primeira, porque eu não me lembrava de ter feito sexo com ninguém antes de me deitar e aquilo estava ficando mais estranho.

A pele da pessoa que estava ao meu lado se arrepiou com o meu toque e eu recuei. Tentei, mais uma vez, abrir meus olhos e pude permanecer um pouco com eles abertos, dando tempo de ver as costas nuas do garoto que estava ali, e era o Harry.

Tentei chamá-lo, mas no momento em que eu percebi que era ele faltou-me voz e eu voltei a fechar os olhos. Eu não estava conseguindo me controlar. Eu não sabia o que tinha acontecido comigo e nem o que estava acontecendo naquela hora.

[...]

Acordei com uma respiração perto da minha boca.

Tentei abrir meus olhos e dessa vez eu consegui, sentindo pouquíssimas pontadas na minha cabeça, mas o suficiente para permanecer com eles abertos.

Harry estava com o seu rosto quase colado ao meu, seu braço envolvendo minha cintura e sua mão agarrada a minha camisa. Parecia um anjo dormindo. Alguns gemidos eu escutava vindo dele e algumas caretas de dor também estavam sendo visíveis. Tentei me mexer para olhar a hora, mas meu corpo todo doía e eu desisti, acordando o garoto, me olhando com aqueles olhos verdes.

"Bom dia!" Sua voz rouca, grossa e falha penetrou em meu ouvido como uma nota musical.

"B-bom dia!" Falei com um pouco de dificuldade.

"Está sentindo alguma coisa?" Perguntou-me fazendo uma cara de dor ao final da frase.

"Muita dor no corpo e um pouco na cabeça. E você?" Eu fiz um bico, ele sorriu.

"Só estou com o estômago fodido, mas tudo bem." Ele se aproximou ainda mais de mim - se é que era possível - e beijou o topo da minha cabeça. Um beijo demorado e curativo. "Passou a dor?" Olhou-me nos olhos.

"Preciso de mais para poder passar." Fiz cara de triste e ele sorriu. Ele tinha o sorriso mais perfeito que eu tinha visto em minha vida. Uma série de beijos foi depositada em minha cabeça, em meu pescoço e em minha boca, fazendo-me aliviar mais um pouco. "Agora sim." Ele balançou a cabeça negativamente, mas com seu sorriso sempre ali presente.

Harry fechou a cara de uma hora para outra e fez uma careta, então se levantou da cama rapidamente e correu. Eu perguntei o que houve, mas ele não respondeu; barulho dele vomitando vinha do banheiro e eu queria ajudá-lo, porém estava incapacitado de fazer.

Ele voltou com a mão na barriga e deitou ao meu lado novamente.

"Escovou os dentes?" Perguntei.

"Lógico!"

"Você bebeu tanto assim ontem pra ficar de ressaca?" Fiquei confuso, pois não me lembrava dele ter bebido tanto.

"Acho que sim!"Ele respondeu em tom de óbvio.

Foi aí que as minhas lembranças vieram à tona: Nick levando o Harry, ele voltando bêbado e drogado, eu brigando com o Nick, eu quase matando o Nick.

"Harry?" Eu estava com os olhos arregalados enquanto as cenas se repetiam em minha memória.

"Sim?" Ele estava de bruços e com a cabeça enterrada no travesseiro, virou para mim logo assim que eu o chamei.

At A Blink - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora