» Capítulo 4

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Eu não sei aonde eu estava com a cabeça de começar uma conversa com aquele bruto, ignorante, cavalo.

Nem para me responder ele serve. E agora estou aqui, como um otário que acabou de ser ignorado depois de ter feito uma pergunta e não foi respondido. É, Louis, quando seu subconsciente falar para você parar de ser otário, OBEDEÇA-O!

"Harry, não? Então, Harry, que tal termos uma conversa, sei lá... Começamos com o pé esquerdo e..." Eu estava me humilhando mais uma vez sem necessidade e fui interrompido.

"Dá pra calar a porra da boca? Eu odeio sua voz. Ela é fina, estridente e... feia." Harry falou ainda não olhando para mim.

Como ele ousa falar assim da minha voz? Ela não é feia, ou é? Foda-se! Eu já sofri muito no passado por causa da minha voz e não vou aturar isso novamente.

Levantei-me e fui até a sua cadeira. Ele me olhou rápido e tornou a olhar seus pés e a balançá-los, penso eu que de nervosismo.

Sentei-me em uma cadeira na frente da dele. Porque eu estava fazendo isso mesmo? Ah!

"Cara, escuta! Eu estou aqui numa boa querendo falar com você, em paz, e mesmo assim, tu ainda fica me tratando mal e sendo esse cuzão? Para, tá ficando feio já." Eu tinha que falar. Eu não estava mais aguentando. Eu nunca consigo ficar calado. Minha mãe já me falou que um dia eu me foderia por causa da minha boca. Não me importo.

"E porque você ainda tenta?" Ele me olhou nos olhos. Os olhos deles estavam vermelhos e eu quase sentia uma pontada de dó. Mirei para o chão e não sabia o que responder. Porque eu ainda tento?

"Por-porque eu não gosto de ficar sem falar com as pessoas e muito menos quando eu não conheço elas. Nos encontramos de uma forma não muito legal e o que fiz não foi de propósito, eu juro." O que eu estou falando? Eu não deveria estar me desculpando ou explicando algo para esse ser incompreensível. Eu sentia o rubor surgir em minhas bochechas, pois elas estavam esquentando, e olhei para baixo.

"Então, tá certo!" Depois do que pareceu uma eternidade, Harry falou. O QUÊ?  "Vamos começar do começo."

"Você está falando sério? Digo, Wow. Okay, tá certo!" Levantei-me e fiz sinal com a mão para ele se levantar também. "Meu nome é Louis Tomlinson, tenho 16 anos e sou muito legal e divertido. Sua vez." Harry riu de lado. Isso me deixou feliz... O quê? Não, espera!

"Meu nome você já sabe, porque eu falei lá na aula do palhaço, tenho 17 e sou um fracassado que repetiu de ano, e mais, minha mãe me tirará do colégio se eu não tirar notas boas, então, Louis, foi muito bom ter esse papo com você, mas nossa tentativa de nos darmos bem não vai rolar. Você não me verá nunca mais." Harry tinha falado muito, mas lentamente - não tão lento - e com calma. A primeira vez que eu falo com o garoto e ele já vem falando sua vida toda, calma aí coisinha.

"Wow, espera! Muitas informações." Ri ladino e ele também. Isso está estranho. PAROU! "Quer dizer que você é péssimo e sairá do colégio antes mesmo das aulas mal começarem?" Ele balançou a cabeça em positiva. "Se você quiser eu posso... posso te ensinar alguma coisa." Torci os lábios e enrolei minha língua querendo empurrar para dentro aquela merda que eu tinha acabado de falar. Argh!

"Não preciso da sua compaixão, Wee Lou." Harry me chamou e deu um soquinho no meu queixo. Do que ele me chamou? Filho da...

"Cara, se você realmente quer que isso dê certo..." Apontei para nós. "Não me chame de pequenino, nunca mais." Apontei o dedo para ele o desafiando e um pouco com raiva. Odeio quem me chama assim. Ele começou a rir.

"Mas você é, idiota. Pequeno e fofo." Ele mordeu os lábios. Puta merda!

"Você é gay?"

"Bissexual, pra ser mais exato." Ele deu um passo pra trás e me encarava, os olhos deles ficando escuros.

At A Blink - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora