» Capítulo 33

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Eu não sabia onde estava e nem como havia parado ali. Estava tudo muito confuso e minha cabeça doía. Tudo bem que eu já estava acostumado com essa dor incômoda e repentina, mas dessa vez era diferente. Talvez eu estivesse apenas sonhando, mas era tão estranho. Meus olhos abriam e eu via um borrão de alguém vindo em minha direção com um ferro quente quase derretendo, e eu meio que sabia que aquilo era para mim, era para ser colocado em mim. Eu tentava me mexer, mas eu estava fraco e as amarras em meus braços me prendendo à cadeira dificultavam muito a minha soltura. Foi aí que eu percebi que eu estava, realmente, sem saber o que fazer.

"Mas que merda..." Pensei. Eu não estava conseguindo falar.

Minha visão turva ainda dificultava a identificação daquela pessoa, mas eu meio que sabia quem era. Era tão óbvio. Ele - só dava para perceber que era um homem - estava vindo cada vez mais perto de mim, o ferro ainda vermelho por estar quente feito brasa. Meus punhos estavam machucados e só pioravam por tamanha força que eu depositava neles para poder me soltar, mas de nada resolvia. Meu cabelo foi puxado para trás levando consigo minha cabeça. O ferro tocou em meu peitoral que eu só percebi naquele momento que estava descoberto, me fazendo gritar, agonizar de dor, rogar por piedade, mas tampouco acontecia algo para me livrar daquilo.

Aquilo não poderia estar acontecendo e eu não deveria estar sentindo tudo aquilo como se estivesse acordado, então eu despertei mais, e não, eu não estava em um sonho. Eu estava bem acordado. A dor subia pelo meu peitoral e ia para meu pescoço quase me sufocando, indo em direção à minha cabeça e me fazendo querer apagar novamente. Era uma dor gritante, estridente. Cheiro de carne atingia minhas narinas; uma ânsia se instalando.

"Eu vou morrer!" Murmurei para mim mesmo. "Pa-ra... P-por fa..vor!" Sussurrei para que me ouvissem. Só ouvi risadas maléficas e uma voz dizendo 'tadinho'.

E em um piscar de olhos, eu me desfaleci.

Talvez eu tenha morrido.

[...]

14 Horas Antes.

"HARRY! DEIXA EU ESTUDAR, SEU RIDÍCULO!" Eu ria enquanto tentava pegar meu caderno da sua mão, que estava a uns dois metros à cima da minha cabeça.

"Tenta pegar, Tomlinson." Ele sorria sacana, com seu lábio preso aos dentes.

Eu pulava tentando pegar meu livro, roçando - de vez em quando - meu rosto em seu peitoral cheiroso e descoberto.

"Isso não tem graça! Você sabe que eu não vou pegar." Desisti e sentei na cama bufando, colocando um beiço. Ele fez 'own' e sentou ao meu lado, colocando o caderno em cima da cômoda.

"Beija-me, seu bobo!" Balancei a cabeça em negativa. "Não?" Neguei novamente. "Okay então!" Ele se virou e começou a se deitar.

"PARA! Você sabe que eu fico mal quando alguém fala 'okay então'. Venha!" Chamei ele para meus braços, o mesmo se erguendo rápido e me mordendo nos lábios, depois alisando com sua língua, adentrando devagar em minha boca.

"Você tem 21 anos, mas parece ter 5, sério!" Olhei para ele com cara de bobo, contemplando o seu rosto maduro.

Faziam 4 anos que eu e Harry estávamos namorando - sim, porque contamos o nosso aniversário de namoro pela primeira vez que ele me fez o pedido - e faziam 3 que estávamos na faculdade. Só faltava apenas mais um ano para o meu curso terminar e o dele também. Eu já havia colocado meu currículo em diversas áreas da educação e em escritórios, pois eu já poderia exercer o meu cargo de psicólogo, e eu não poderia estar mais feliz com tudo que estava acontecendo.

At A Blink - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora