Capitulo 1 - Deseja mais um cadeado? Lembre-se segurança em primeiro lugar.

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Malia

Eram aproximadamente cinco e quarenta e cinco, eu deveria acordar as seis ao som do irritante toque do despertador. Mas hoje é um dia estranho e incomum, o fato de eu estar virando a cada segundo para um lado diferente estava me incomodando. Definitivamente porque estou tão ansiosa ?!

Daqui a pouco teria que parar de roer minhas unhas e levantar para o meu primeiro dia no trabalho, ele era minha última opção antes de me rebaixar e ir ao fundo do poço. Trabalhar em um cabaré, que estava fora de questão. Pois só de pensar já me dava nojo.

Bom, eu não sou uma pessoa sortuda. Meu aluguel está atrasado a um mês e estou sempre fugindo do sindico sujo que todo dia bate a minha porta para cobrar o dinheiro. Estou sozinha no mundo, não literalmente sozinha já que há milhões de pessoas no mundo, mas a questão é que não tenho família. Meus pais morreram em um acidente a alguns anos atrás e minha irmã, Safira, logo que se casou quis se livrar de mim. E minha grande vitória na vida não para por aí, o marido de Safira me batia todos os dias a mando dela. Ela esperava que eu saísse correndo para fora de sua casa sem pedir dinheiro algum da minha parte da herança.

No fim eu não aguentei e seu plano deu certo. Peguei minhas economias que eram mantidas guardadas desde antes da morte dos meus pais e vim parar aqui. Eu não posso reclamar, agora eu tenho minha liberdade. Pelos menos quando estou trancada dentro desse jeitoso apartamento.

Por fim o despertador soou e pude finalmente me levantar para tomar um bom banho e me vestir. Calçando minhas pantufas cor de rosa comecei a caminhar para o banheiro, um rangido irritante se fez quando abri a porta eu deveria estar acostumada, mas isso sempre me assustava. Porém nada podia me assustar mais que minha face branca e pálida refletida no espelho e meus cabelos negros emaranhados sobre minha cabeça.

Suspirando, rapidamente entrei debaixo da água gelada do chuveiro. Só isso poderia me acalmar no momento e também me fazer ficar hipotérmica.

Vestida igual a um homem, coloquei um gorro para cobrir meus cabelos compridos. É estranho receber olhares estreitos das pessoas a uma mulher andar na rua sozinha.

Destravo então uma fechadura.

Destravo outra.

Giro a primeira chave.

Abro o cadeado.

E o outro.

Destravo a terceira fechadura.

Abro o ultimo cadeado.

E finalmente giro a segunda chave para abrir a porta.

Você deve estar se perguntando para que tudo isso, e eu te respondo: Segurança. Fechando a porta atrás de mim com o mesmo procedimento que a seu ver pode parecer demorado, mas já peguei a pratica e faço em segundos. Escuto passos descendo a escada de emergência do prédio e só uma pessoa faz isso a essa hora da manhã. Gheorge, o sindico sujo. O apelidei assim pois logo que não consegui pagar o aluguel e ele simplesmente disse " Senhorita Malia, você sabe que pode me pagar de outra forma é só bater a minha porta depois que minha mulher for embora para trabalhar na mercearia. " E digamos que minha mão voou na cara dele. Até hoje me escondo dele me esgueirando pelas paredes mofadas do prédio velho.

Apresso-me e logo estou na rua de pedras pequenas, enlaçada com o frio absurdo que faz na Transilvânia desapareço no meio da neve indo em direção ao futuro.

O meu quebrado futuro.

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Liberando o capítulo um, só para dar um gostinho.

As postagens começam dia 10 de dezembro .

The Vamps - Magic Blood (conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora