Capítulo 9

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Quando o sol se escondeu e a lua veio mostrar seu brilho, nos saímos.

Natanael não disse nada, apenas me seguiu.

Não tinha tanta certeza onde encontraria Kol, mas meus instintos mostrava-me que ele estava no centro da cidade combatendo vampiros.

Quando por fim encontramo-lo, Kol estava em uma luta contra dois vampiros, estava certo que ele perderia, tentei aproximar dele, mas Natanael me puxou impedindo que eu prosseguisse.

-O que você está fazendo? Ele é a pessoa que preciso conversar.

-Você não sente? - Natanael perguntou me empurrando contra a parede e segurando meus dois braços impedindo que eu o empurrasse.

-Sente o que?

-Ele é um lobisomem.

Ouvimos gritos vindo dos dois vampiros e com minha curiosidade ganhei força, soltando-me então de Natanael e visualizando a cena.

Kol não estava mais ali, apenas um enorme lobisomem estava. Esse parado encarando as duas criaturas já mortas ao chão.

Virei de costas para o lobisomem e segurei as mãos de Natanael para fugirmos, foi então que ouvi meu nome.

-Quinn.

Virei novamente e agora o lobisomem não estava mais.

Kol estava sem camisa, vestia apena uma calça, essa toda rasgada. Realmente o que Natanael havia dito fazia sentido. Não havia outra lógica, Kol era um lobisomem e o mais estranho que ainda não era lua cheia.

-Vamos, não é seguro. - Natanael disse puxando-me.

Livrei-me de suas mãos e aproximei de Kol.

-Qual é o meu passado? - Perguntei.

-Sobre o que você lembra?

-Lobos, sangue e um sentimento de medo e morte.

-Venha comigo e eu lhe contarei tudo. - Kol estendeu suas mãos para um convite.

Antes mesmo que eu pudesse estender minhas mãos de encontro ao Kol, Natanael aproximou de nos e também estendeu uma de suas mãos para mim.

-Não, venha comigo.

Então me vi totalmente no meio de duas escolhas.

Meus braços se estenderam e os fechei em volta de Natanael, ele abraçou-me de volta. Próximo de seu ouvido falei.

-Eu prometo que voltarei.

Quando afastei-me, Natanael rapidamente desapareceu.

Segui Kol em silencio, logo chegamos a uma enorme mansão.

Fui recebida por várias pessoas, algumas me lançavam sorrisos, outras me lançavam olhares de advertência. Eu sentia que não era bem vinda, mas mesmo assim segui adiante com Kol.

Kol me levou até um quarto, onde uma senhora estava deitada, os cabelos grisalhos, sua expressão cansada. Senti então que não deveria incomoda-la. Recuei indo em direção à porta, mas Kol puxou meu braço e disse:

-Não se preocupe. Lembra que falei sobre a Amália, apresento-a.

-Quinn? - Ouvi uma voz fraca e ofegante. A senhora agora me fitava com um sorriso no rosto, visível suas rugas.

Fiquei ali parada, não sabia o que falar. Naquele instante tudo o que queria perguntar havia desaparecido de meus pensamentos.

Kol foi até a senhora e beijou sua testa.

-Aproxime-se. – Disse.

Fiz o que ele disse, ela estendeu suas mãos frágeis a mim e eu as segurei.

-Está tão diferente. O que lhe trouxe aqui? – A senhora perguntou.

-Tenho dúvidas a respeito de meu passado e imagino que possa responder. – Amália assentiu e me incentivou que eu fizesse as perguntas que tanto queria. – Tenho tido uns sonhos, onde sou apenas uma criança, há sangue e lobos. Sinto que não são apenas sonhos, há algo a mais e preciso saber.

-Está certa. – Amália disse. – Você já deve ter visto muitos de nos, correto?

- O que seria esse "nos"? – Perguntei.

-Lobisomens. – Respondeu Kol.

-Correto. – Falei encarando Kol.

-Você estava guerreando contra o clã vikings e perderia se a gente não tivesse aparecido. – Apenas assenti. – Você nunca questionou como apenas você e seu amigo Natanael ficaram vivos?

-O que isso tem a ver com meu passado? – Perguntei.

-Nos prometemos a seus pais que iríamos protegê-la não importa o que acontecesse. Você se tornou uma vampira, não conseguimos impedir, mas ainda assim a protegemos.

-Você conheceu meus pais? Por que não lembro deles?

-Apagaram sua memória, mas há um jeito de trazê-la de volta.

-O que preciso fazer?.

-Você é como nos, porem está adormecido dentro de você. Caso queira sua memória, deve acordar o lobo dentro de si. Acordando-o suas memórias retornaram.

-Então na verdade sou um lobo?

-Agora, um hibrido. – Kol disse sorrindo.

-Como posso despertá-lo?

-Podemos fazer um ritual, mas será doloroso. Seu lobo despertara junto com as lembranças e nem todas são felizes. Você tem certeza que o quer?

-Sim.

Eu tinha uma ideia se eu realmente fosse um lobo eu seria ainda mais forte e assim poderia facilmente acabar com todos os vampiros que se colocasse em meu caminho.


Vampiros, Clã KratosOnde histórias criam vida. Descubra agora