Vampiros, Clã Kratos

Capítulo 11

Normalmente a transformação ocorre em um lugar aberto, mas como serei forçada a isso preferiram me acorrentar e deixa-me em um porão, tudo nesse era preparado para isso, as paredes pareciam fortes e as grades como as correntes também.

Deram-me uma bebida, falaram que era para que conseguisse aguentar os primeiros momentos de dor.

Fizeram vários cortes em meus braços e pernas, havia uma pedra no centro de minha testa, tudo para que eu despertasse o meu lobo.

Estava sozinha, o chão duro e as correntes estavam machucando-me. Era uma vampira, mas já estava fraca.

Estava nesse porão mais de três luas e nada da transformação, estava com sede, precisava de sangue, porem tive que permanecer, não conseguia nem ao menos me soltar das correntes.

Imagino como esteja Natanael, será que Alistair já o encontrou? Espero realmente que não. Faria de tudo para ajudá-lo e depois quem saiba eu o mataria.

Na quinta lua adormeci varias vezes, e sempre o mesmo sonho da garotinha, lobos e sangue.

Kol veio me visitar na sexta noite, podia visualizar tão bem sua artéria pulsando, ah como eu queria me deliciar com o sangue desse lobo.

-Acho que não está adiantando. – Falei encarando sua jugular.

-A vampira está morrendo de sede? Seja firme, é a fraqueza de seu lado vampiro que trará o lobo e pelo visto não vai demorar.

Fiquei firme, por mais uma noite e quando a sétima noite chegou, pude visualizar a lua cheia brilhar por uma pequena janelinha, senti que a sétima noite era a que o meu lobo despertaria.

Começou com um pequeno desconforto em minhas articulações, podia sentir o sangue pulsar forte em minhas artérias.

Meu corpo foi jogado ao chão, devido aos ossos de minhas pernas modificarem, quando consegui levantar-me novamente percebi que as unhas de minhas mãos tornaram-se como garras e os pelos de meus braços eram escuros e estavam dominando todo meu corpo. Minhas roupas rasgaram.

Meu olfato estava ainda mais aguçado de quando era apenas uma vampira.

Eu estava no controle total de meu corpo, até que enfim como um murro na cara, meu rosto começou a doer modificando-o, nesse momento fechei meus olhos e me vi em um lugar totalmente escuro. Parecia varias telas e as que me chamavam a atenção eram as lembranças.

Observei uma por uma e então entendi tudo.

Naquele fragmento de sonhos eu estava em minha forma humana, mas tudo estava explicado eu já havia me tornado um lobo quando criança.

Nesse havia sangue, pois havia sido minha primeira transformação o olfato aguçado fez com que fosse a caça e deparasse com meus pais, ao invés de simplesmente parar e voltar a minha forma humana, eu os ataquei e eles não fizeram nada para impedir, apenas deixaram que eu os devorasse, com medo que pudessem me machucar.

O sangue de meu sonho era de meus pais.

Por isso que Amália recitou tanto em me despertar, pois ela temia que eu visse essa lembrança.

Retornei novamente para a visão do lobo e fiquei ali parada, as correntes já não estavam mais em minhas mãos.

Empurrei com eficiência as grades e já sabia o que fazer.

Eu iria atrás dos que restaram do clã vikings e depois acabaria com o clã Kratos.

Eu era um lobo, não ficaria remoendo o passado, iria fazer o que tanto queria que era matar todos os vampiros.

Quando sai da casa, visualizei kol em sua forma humana, era lua cheia e ele não estava transformado, isso significa que ele conseguia transformar o seu lado lobisomem.

-Quinn! – Ele gritou. – Concentre em seus batimentos e os deixe desacelerar, assim seu corpo retornara.

Fiz o que ele ordenou, silenciei minha mente e foquei em meus batimentos cardíacos, logo todo meu corpo relaxou e voltou ao normal sem dor. Kol correu até mim e jogou um sobretudo em meu corpo nu e disse.

-Você conseguiu.

-Sim. – Sorri. – Eu preciso acabar com os vampiros e nessa forma de lobo me senti muito mais forte. Diga-me, você quer se juntar a mim e então acabar com todos eles?

-Quinn, eles são muitos. Não é tão simples, podemos acabar com todos dessa cidade, mas há muitas outras.

-Ao menos ajude-me acabar como clã vikings e o clã kratos.

-Não há mais nenhum do clã vikings, nos aniquilamos todos. – Kol disse.

-Então apenas me resta acabar com o clã kratos?

-Sim.

-Você me ajuda? – Perguntei.

-Agora?

-Sim, mas antes precisamos encontrar Natanael.

-Todos menos Natanael?

-Todos e depois Natanael. – Falei.

Os vampiros haviam criado seus direitos amedrontando os humanos.

Eles podiam matar qualquer humano quando sentisse fome e a policia nada faria. Eu quase me tornei uma vitima, mas agora eu os tornarei as vitimas.