Me vi perdida diante do espelho, desde que me transformei nessa criatura sanguinária, não me reconheço mais.
Os cabelos escuros que iam quase até a cintura continuavam o mesmo, meus olhos de castanho passaram a ser vermelhos, os que acreditavam na existência de vampiros achavam que nossos olhos eram de cores intensas pelo fato que éramos sedentos por sangue, mas tínhamos essas cores, para que conseguíssemos enxergar no escuro.
Meus lábios eram mais carnudos, quase expondo meus dentes afiados.
-Odeio ficar preso aqui. - Natanael disse. Ele tinha os cabelos tão escuros quanto os meus, ele era o mais forte do nosso grupo, mas o mais irresponsável.
-Não temos escolha. - Falei indo em direção a sala de estar. Natanael se jogou em minha frente e puxando meu braço jogou-me no sofá, depois veio em cima de mim aproximando seus lábios do meu.
-A melhor parte é estar preso com você. - Falou.
Sua força comparada com a minha, era bem maior. Como diabo conseguiria me desvencilhar de seus braços.
-Saia de cima de Quinn, leve isso como uma ordem! - Ouvi a voz de Alistair
Natanael suspirou irritado e saiu de cima de mim.
-Por quê? Por que eu não posso ter-la? É o que o meu corpo mais quer.
-Quem é o líder? - Alistair perguntou.
-Você. – Natanael respondeu irritado.
-Quem tem o direito de sentir o gosto do sangue de Quinn por primeiro?
-Novamente essa conversa? Já falei que ninguém me terá! - Gritei. Eu era a única vampira que não deixei beberem de meu sangue, quando um vampiro bebe o sangue de outro, torna-se como uma união. Conseguimos saber onde cada um está e ficamos ainda mais fortes.
Alistair ameaçou-me dizendo que se eu não permitisse isso, teria q deixar o clã, ou seja, me matar.
Estou esperando que ele tente algo contra mim e então eu farei de tudo para conseguir o matar.
Octivia e Milena são as outras duas vampiras e me odeiam por eu ganhar tamanha atenção de Alistair, como se eu gostasse disso.
Todos já passaram pela união e o sexo a qual Natanael deseja serve para fortificar e para esquecer a tamanha sede de sangue que sentimos.
Marcelo era o mais solitário de todos e o que mais me respeitava, ele era moreno com os olhos alaranjados como os de Alistair.
Seis vampiros que pertencem ao clã Kratos, éramos o menor clã, mas os únicos que conseguem destruir qualquer clã que aparecer em nossa frente.
Marcelo estava sentado na janela atento em qualquer movimento que tivesse aproximando de nossa morada. Juntei-me a ele e ofereci uma barra de cereal.
Vampiros podiam se alimentar com os mesmo alimentos dos humanos, mas era apenas por costume e não para passar nossa fome.
-Quinn, você sabe que deve deixar Alistair deliciar-se com seu sangue e seu corpo, não sabe? - Marcelo perguntou ainda encarando a estrada.
-Sei, mas você sabe que isso não vai acontecer.
-Prefere sua morte?
-Mas Marcelo, já não estou morta?
-Quinn me acompanhe. - Alistair falou.
Olhei para Marcelo e ele incentivou.
-Vá.
Engoli em seco e acompanhei Alistair até seu quarto.
Quando entrei ele foi atrás de mim e trancou a porta.
-O que você quer? - Perguntei.
-Vá até a janela e veja.
Fiz o que ele mandou e então visualizei vários lobisomens correndo próxima a nossa casa.
-Eles não sabem que estamos aqui? - Perguntei.
-Nossa casa contem uma magia que nos esconde.
-E por que estou em seu quarto?
-Não concorda que está demorando de mais para aceitar nossa união? - Alistair aproximou-se de mim e eu dei alguns passos para trás.
Alistair expôs seus dentes e analisou-me de baixo a cima, parando seus olhos em minha jugular.
-Deixe para outro dia. - Falei.
-Não aguento mais sentir o delicioso cheiro de seu sangue e não sentir o sabor - Alistair falou ainda encarando minha jugular.
Eu queria muito matá-lo, mas se eu conseguisse teria que enfrentar os de mais e não sei se seria forte o bastante.
Quando vi que ele se movimento para atacar-me, dei as costas para ele, abri a janela e me joguei.
Caindo no meio de uma matilha de lobisomens.
Uivaram assim que perceberam minha presença.
-Aqui! - Ouvi a voz de Marcelo, assim que me virei, vi que Marcelo não estava muito distante de mim e então corri em sua direção. Os lobisomens começaram a nos seguir e eu e Marcelo saltávamos por entre as árvores tentando os despistar.
Por sorte já estava amanhecendo, então alguns já caiam ao chão voltando a sua forma humana.
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Vampiros, Clã Kratos
Vampiro"De dia os humanos trabalham e vivem suas vidas tranquilamente e quando o sol se põem as criaturas mais terríveis saem as ruas para devorar e deliciar-se com o sangue que apenas os humanos podem oferecer e quando a lua cheia surge quem se esconde sã...