Capítulo 7

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-- Ei, Camille. -- disse Vic atrás de mim, tentando me seguir.

-- Vic, agora não. Estou com muita coisa na cabeça.

-- Bater de frente com o Steve mais de uma vez deixa as pessoas perturbadas. Eu entendo, quase sai no tapa com ele umas três vezes só ano passado.

-- É querer demais querer apenas concluir o ensino médio como uma aluna normal?

-- Aqui? Nesta escola? Sim, é bem difícil.

    Fomos andando até o refeitório falando sobre filmes antigos, que percebi que nos duas temos a mesma opinião : Chatos e sem graça. Sentamos numa mesa no canto da parede, onde ninguém, por algum motivo, nunca sentava.

-- Sim, ele é fã de Harry Potter. -- ela diz, quebrando o silêncio.

-- Steve? Já imaginava. Não é qualquer um que cita J.K Rowling daquele jeito.

-- Ele tem uma coleção inteira dos livros. Você tem que ver.

-- Perai... Como você sabe? -- falo e sorrio.

-- Eu sei de várias coisas sobre várias pessoas. Você ficaria surpresa. -- ela fala e coloca uma batata frita na boca.

-- Sabe guardar segredos? Estou precisando de amigos.

-- Por que? Você tem um?

-- Ah, nem vem.

    Nos entre olhamos e rimos uma da outra. Do pouco tempo que conheço a Vic, sei que ela não é má pessoa. Ela me faz lembrar Katherine, que lembrei também, que desde que fui embora do Texas não nos falamos nenhuma vez. Estava com saudade.

-- Então, Oque vai fazer em relação ao garoto prodígio?

-- Steve? Eu tenho que falar com ele. Não posso perder nota por...

-- Não precisa. Já estou aqui. -- disse Steve atrás de mim.

    Sua voz fez os cabelos da minha nuca arrepiarem de um jeito que, tive que respirar fundo para me acalmar. Olhei para Vic com o olhar mais zangado que conseguia, até porque, ela estava a minha frente, é meio óbvio que ela o viu chegando. Ela simplesmente deu um sorrisinho de lado e levantou da cadeira.

-- Boa sorte -- ela diz, por fim antes de sair com a bandeja.

-- Então... -- ele passou por mim, e sentou no mesmo lugar que Vic estava a 5 segundos atrás - - Oque queria falar comigo?

--E-eu...

    Eu não faço idéia do porque estou tão nervosa perto dele. Nos odiamos, não é?

-- Anda, fala logo. -- ele estava falando sério, mas vi um tom brincalhão em seu olhar.

-- É... A aula de teatro... Nós...

-- Tá, para, já estou ficando com uma pontada de pena de você. -- ele sorri. -- quer falar sobre a peça. Eu sei. Também quero essa nota. Não posso ficar com má nota em teatro.

-- Ótimo, facilitou muito meu trabalho. -- suspiro, aliviada. -- obrigada.

-- Sem problemas. -- ele coloca os cotovelos na mesa. -- mas eae, quando a gente começa?

    Não dá para acreditar que é o mesmo cara da aula de matemática. São totalmente diferentes um do outro. Sombrio e assustador contra sorridente e brincalhão. Eu estou totalmente confusa.

-- É... Você... É que....

-- Fala logo, vai. Finge que somos amigos, Oque não somos, claro. Mas, só finge.

Louco SentimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora