Capítulo 9

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    Estou no meu quarto. Jogando coisas na parede enquanto minha mãe grita da cozinha. Tudo por causa do merda do patrão dela. Ele simplesmente tratou minha mãe como um nada, como se não tivesse família e quem a protegesse. Aquele velho bêbado e idiota. Agora não posso sair de casa ou do quarto, mas se ela quer mesmo me manter longe daquele imbecil ela vai ter que ser bem competente. Meu irmão me prometeu que não deixaria ninguém encostar em mim, e como ele é apenas meu meio irmão não pode prometer o mesmo para minha mãe. Mas ela tem uma filha de 17 anos que não vai deixar mais aquele homem encostar nela de novo.

– Não pode me prender aqui para sempre, você sabe que sou ótima em fugas. – gritei do quarto.

– Sou sua mãe Camille, não tem um truque que você faça que vá me enganar, eu te conheço. – ela gritou de volta. – E para de jogar coisas na parede que os vizinhos vão reclamar.

– Eu não tô nem aí. Deixa eu sair e eu paro.

– Sem chance.

    Comecei a gritar feito louca, como sempre fiz até meus 10 anos para ter o que eu queria. Depois disso, não fucionou mais. E agora não iria ser diferente, mas não custa tentar.

– Assim você vai só gastar sua garganta.

– Que merda. – disse, e deitei na cama.

    Olhei para o teto. Não tinha jeito, janela trancada, porta trancada e eu estava me sentindo como uma garota de 12 anos de novo. Que ótimo. Se ela estava achando que eu desisti, ela está se convencendo cedo demais. Já devia ser duas da manhã, e eu não consigui dormir com minha cabeça cheia. Com o tempo, eu comecei a me sentir esgotada, cansada e sonolenta. E quase que sem perceber, eu dormi.

                                                                                       ***

– Camille? É... Tá na hora de você se arrumar.

    Ainda estava meio sonolenta, e não reconheci a voz que estava me chamando, e senti uma mão no meu ombro, que esperava ser minha mãe. Quando tive noção de onde eu estava e que a voz era masculina abri os olhos de repente com grito. Cocei os olhos para tentar conhecer quem estava na minha frente.

– Ei, calma. Sua mãe teve que sair mais cedo hoje e pediu para tomar conta de você.

    Era Drake. Imediatamente relaxei os ombros, até porque confio no Drake. Dá para ver em seus olhos que ele não era um homem ruim. Quando olhei para baixo percebi que apaguei de calça jeans e nem ao menos me troquei para dormir, e isso me relaxou ainda mais. Apesar de confiar em Drake não gostava de ficar com garotos no meu quarto sozinha, muito menos numa casa vazia e apenas eu e ele lá dentro. Era estranho, porque meu pai não permitia isso, ao menos se ele estivesse em casa. É evidente que com minha mãe é diferente.

– Desculpa Drake. Eu só fiquei um pouco assustada.

– Tudo bem. É melhor se arrumar, você vai se atrasar. – ele levantou, e caminhou a caminho da porta.

– Então... Tá.

    Esperei que ele fechasse a porta atrás de si para ir a caminho do banheiro. Tomei um banho e, vesti outra calça jeans com uma camiseta branca e all star. Eu amo esse all star, apesar de já estar ficando velho, mas sempre me senti confortável com ele. Quando olhei para o celular, vi que já eram quase sete, e estou atrasada. Corri até a porta e a fechei, descendo as escadas o mais rápido que podia, quando dei de cara com Drake na sala.

– O que ainda está fazendo aqui? – perguntei, assustada.

– É... Desculpa, mas sua mãe me pediu para te levar.

Louco SentimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora