Capítulo VI

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- Então, sopa. Que legal.

Vlad deu um sorrisinho.

Lia ficara esperando uma hora e meia por um maldito prato de sopa! Quando perguntou a Alfred se este era o prato de entrada, ele olhou-a com cara feia e bufou. Ao menos havia vinho para beber, embora não conseguisse identificar com clareza o que havia dentro do copo de Vlad, estava longe demais.

- Você não vai comer? - Lyanna perguntou depois de um longo tempo vendo Vlad apenas bebericando sua bebida esquisita. Sem contar que ela não queria ter de tomar aquela sopa nojenta sozinha.

- Não estou com fome. - Ele respondeu rapidamente.

Quando percebeu que a garota encarava seu copo, apertou seus dedos firmemente em volta deste. Sua expressão ficando séria como quem a estivesse repreendendo. Lia voltou sua atenção para a sopa.

- Você e aquele jovem... Louis, certo? - Ela quase engasgou com o líquido alaranjado.

- Nós... Não dissemos nossos nomes.

Silêncio.

De repente, a risada de Vlad ecoou pela sala fria como um trovão.

- Ah, me perdoe, por favor. - Ele ajeitou as mangas de seu roupão de veludo - Alfred ouviu vocês dois brigando. Foi assim que descobri seus nomes. Não queria ser intrometido.

Lyanna não se convenceu, mas concordou com um aceno de cabeça e murmurou um "Hm".

- E o que tem eu e ele?

- Acredito que meu convite tenha causado problemas.

- Você acha? - Ela revirou os olhos e empurrou o prato de sopa para o lado. O rosto de Vlad não se alterou com o sarcasmo.

- Sinto muitíssimo. Mas é que há algo em você que me atrai muito, devo dizer.

Lyanna sentiu seu rosto queimar. Quando levantou a cabeça, Vlad já estava posto a seu lado, assim como no momento em que chegou.

- Pode parar de fazer isso? Está me assustando. - Nesse momento, a garota já estava de pé, afastando-se lentamente do rapaz.

- Você me lembra alguém, Lyanna. Alguém de quem eu gostava muito, mas infelizmente não está mais entre nós.

Seus olhos não eram mais azuis, eram lilás, eram cinza. Eles mudavam de cor o tempo todo. As feições tão brancas quanto mármore endureceram o rosto jovem e ele sorriu, mostrando as presas.

- Você é um...

Ela não conseguiu terminar a frase. Sentiu que seus joelhos não mais conseguiam lidar com seu peso. Foi caindo lentamente, tudo a sua volta escureceu.

...

Alissa despejou mais uma vez o líquido espesso de dentro do vidrinho para o chão da cozinha. Dessa vez houve um odor forte, insuportável, e suficientemente reconhecível. Ela hesitou antes de encostar a ponta do dedo indicador na poça vermelha escura. Estava quente.

- Isso é sangue, Niall. Parece sangue, cheira a sangue e pior: está fresco.

O garoto sentiu um nó em sua garganta enquanto via a namorada olhar fixamente pras duas poças de sangue a sua frente.

- No que está pensando? - Ele perguntou apressado - Eu conheço essa cara, está pensando em algo.

Alissa demorou para responder. Parecia tudo muito familiar, mas ainda faltava algo.

- Niall, você viu se tem alho por aqui?

Niall levou um tempo para entender o comando, então começou a procurar. Nos armários não havia nada - tampouco em qualquer outro lugar - e Alissa sabia.

Road to Transylvania (One Direction)Onde histórias criam vida. Descubra agora