#Peter
Entrei na mansão. Não fazia a mínima ideia de quem tinha organizado a festa. Mas como uns amigos meus me convidaram, vim. Também porque é o sítio perfeito para pregar umas partidas para o meu canal do "YouTube".
Pedi a um deles, ao John, para andar comigo e para filmar a partida quando a fizesse.
-Oh! Estamos numa festa! Vamo divertir-nos! Porque estás sempre a fazer vídeos para o teu canal? Nem tens assim tantos subscritores...
-Mas talvez um dia tenha! E devo de continuar a fazer para os que tenho agora...
-Pronto! Está bem.
-Vá, vem comigo.
Andámos pela festa à procura de pessoas para assustar. Acabei por me perder do John. O pior foi que ele não atendia o telemóvel. Acho que ele se perdeu de propósito.
Bem, ao menos posso praticar para depois assustar realmente a sério.
Depois de um bocado já me encontrava longe das pessoas. Estava a passear pela mansão. Era realmente misteriosa, magnífica...
Vi luz a escapar pelas frestas de uma porta. A curiosidade venceu-me e, então, decidi abri-la. Estava uma rapariga a pintar.
Aqui seria uma partida perfeita. Onde está o John quando preciso dele?
Decidi assustá-la na mesma. Coloquei a máscara, caminhei até ela cautelosamente e esperei que ela se virasse.
Gritou.
Ela ficou com uma cara tão cómica! Ri-me. Decidi tirar a máscara , principalmente porque não conseguia ver bem a cara da rapariga, e desculpar-me, claro:
-Foi uma partida...- tentei dizer. Ainda estava a rir, tentava controlar-me, mas não estava a conseguir. - Desculpa se te assustei muito. - disse, finalmente, num tom mais sério.
-Não faz mal...- respondeu ela.
Virou-se e começou a arrumar uns materiais quaisquer. Esta rapariga é me familiar, só não sei de onde. Permaneci a olhar para ela, como que se a resposta fosse surgir de algum modo.
Voltou-se novamente para mim. Ela notou que eu a fixava. "Bolas"! Decidi apresentar-me:-Chamo-me Peter.
-Annie. -respondeu.- Eu tenho de me ir arranjar.
- Okay. Então...vemo-nos já?- tentei dar uma indireta.
-Sim...pode ser.
" Boa, Peter!" pensei.
Ela ia em direção à porta, mas tropeçou num pincel. Por sorte dela eu estava lá e consegui apanhá-la. Os nossos rostos ficaram a milímetros de distância. Fiquei a olhar os seus olhos, e ela os meus. Eram verdes, azuis e castanhos. Acordei dos meus pensamentos e decidi perguntar se ela não se magoou.
-Estás bem? -perguntei-lhe.
-Sim, sim...estou bem! Obrigada. - agradeçeu e afastou-se de mim -Vou andando.
Simplesmente acenei com a cabeça e segui os seus passos até sair desta "oficina de artes", sei lá.
Acho que, pela primeira vez, entendi o verdadeiro significado da expressão: " Amor à primeira vista."