Como leão

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"Caminhar apesar da distância;
Vencer apesar dos obstáculos;
sonhar apesar das desilusões;
sorrir apesar das angustias;
acreditar acima de tudo."
Daniel Silveira.

Eles gritam alto, mas eu não ouço uma palavra do que dizem, eu não ligava mais para o que falavam, fui muito criticada, mas as palavras como balas ricocheteavam ao chegar a mim, mas eu levanto agora estou à prova de balas, não tenho nada a perder, já não caia mais, meu coração agora era feito de titânio, tentaram acabar comigo, mas eles é que tinham mais para sofrer.
Meu coração ficou como uma cidade fantasma, com um amor mal-assombrado, duro como pedra, já não sentia amor, vi que não me levaria nada amar ou sentir paixão, não sentiria mais a dor de dizer que gostava de alguém, então me reescrevi se me machucarem iria fazer eles sofrerem ainda mais. Na segunda escola que estudei, tive a melhor professora que já havia me dado aula me fazendo ver que eu era melhor que aquilo que falavam de mim, Andréa era uma linda mulher com os cabelos curtos, branca (muito branca) e sempre me fazia rir por ficar estalando os dedos na minha frente ou no meu ouvido (tenho muito nervoso disso) eu amava fazer massagem nos seus ombros, ela me deu aula na terceira e quarta série, foram os melhores meses que tive com alguma professora (mas na verdade ela estava mais para amiga), mas quando era preciso chamava minha atenção e falava para eu não bater nos meninos (já tinha até entrado em um banheiro masculino para bater em um (hahahaha), não façam isso!) ela me chamou pra fazer reforço às tardes, aceitei logo de cara, foi quando descobri a bibliotecária Alicia, sempre chegava cedo para as aulas e a ajudava a catalogar e arrumar os livros e foi assim que comecei a ter amor pela leitura. Ao adentrar a quinta serie, foi uma confusão certa, pois não eu não tinha apenas um professor e sim dez, pensei que algum seria legal comigo, e não é que de dez, dois eram extremamente legais comigo. Tinha a professora Paula de educação física ela era baixinha do meu tamanho (sempre fui a maior da sala), tinha os cabelos pretos e grandes e morava no final da minha rua o outro professor era o Elvis (sim que nem o cantor) ele dava aula de historia e me fez ver o quanto essa matéria era incrível, quando ele ensinou sobre o Egito antigo eu pirei (no bom sentido é claro) pesquisava tudo do assunto na biblioteca do meu bairro e na do colégio, eu lembro que meu pai trouxe do trabalho um livro sobre o assunto e eu levei pra ele ler e ele não me devolveu mais alegando que eu tinha dado de presente, só que ele foi vetado de se aprofundar no assunto por uns hipócritas religiosos (lembrando que eu era evangélica na época e não via nada de mais em seu ensinamento, então sem mimimi). Já na sexta série houve um serio problema, Lene tinha uma amiga digamos que do mau caminho marcou com ela de fazer um trabalho na biblioteca, só que não conseguiram entrar na escola por Rafaela estar com bustiê e short curto, então Rafaela resolveu subir no muro e mexer com os meninos que jogavam na quadra da escola e lene invés de vir pra casa ficou com ela, então a namorada (que era uma valentona) de um dos garotos partiu pra cima de Rafaela a socando e batendo muito nela, minha mãe me ligou dizendo pra ir ver se a Lene estava ainda na biblioteca, pois já estava ficando tarde e ela ainda não tinha voltado, ao procurar Lene fiquei sabendo do ocorrido por cima, e corri atrás dos amigos da garota jurando vingança se alguma coisa acontecesse com minha irmã, ao chegar em casa por volta das seis e meia da noite, liguei pra minha mãe e ela disse que estava no colégio onde tudo ocorreu, quando ela chegou corri pra ver minha irmã.

-LENE!!!! ELA TE MACHUCOU?- disse correndo e gritando em direção dela.
-Não, Ella. Vem vamos entrar para eu te contar tudo. - disse me abraçando e me puxando para dentro de casa.
-Desembucha logo mulher.
Então Lene me contou que depois da garota bater muito na Rafaela, elas conseguiram fugir, mas a valentona seguiu elas então resolveram entrar em um mercado perto da nossa casa, só que o segurança achou que elas estavam fazendo badernas e chamou a policia, vendo isso a valentona fugiu, ela e Rafaela foram levadas pela policia para casa, pois os policiais acharam que a garota poderia seguir e fazer alguma coisa pior com elas.
No dia seguinte na hora que meu pai foi buscar Lene com mais dois primos meus no colégio, como ela demorou a sair, meu pai e meu primo foram ver os preços de uns pasteis para levar pra casa e deixou minha prima esperando Lene no portão da escola, a garota a viu e perguntou quem ela estava esperando, quando minha prima disse, ela chamou uns amigos que seguraram minha prima e a valentona a queimou com um cigarro dizendo ser um aviso. Vendo isso minha mãe resolveu nos trocar de escola.
Não queria fazer nenhum pouco a troca, pois já estava acostumada com meu colégio, com os garotos que mexiam comigo ( eu batia neles e ficava tudo bem depois), com os professores, mas como continuaria estudando de tarde e no mesmo horário da Lene eu poderia a defender então não dei para trás.

Doze anos e já havia mudado de vida, colégio, casa e amigos, até quando continuaria a fazendo? Escola nova aí vou eu...


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