Ligação

60 17 4
                                    

  "Eu amo as pessoas que me fazem rir. Sinceramente, acho que é a coisa que eu mais gosto, rir. Cura uma infinidade de males. É provavelmente a coisa mais importante em uma pessoa." 

Audrey Hepburn

                      Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o ato de sorrir. E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contração muscular da boca e dos olhos.

            O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no ato de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exatamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem.Não há dois sorrisos iguais. Temos o sorriso de troca, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irônico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de quem morre. E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.

         O SORRISO (este, com maiúsculas) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contrações musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frêmito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu? E contudo era um sorriso. 

        E o motivo do meu se chama ANDY, mesmo depois de dois anos de namoro ele me fazia rir de um jeito tão fácil e verdadeiro, ele apareceu para simplesmente me resgatar de um mar de decepções para então colorir meu mundo. Ficávamos até tarde conversando quer por mensagem ou ou ligação, mas para mim as ligações eram as melhores.Hoje por exemplo depois de chegar da escola, fui lavar a louça mesmo sendo de noite e tarde resolvi não deixar louça suja na pia para minha mãe não pirar ao acordar e gritar aos quatro cantos que não fazíamos nada, e para não ficar só resolvi ligar para Andy.

-Oie amor.-Como eu amava quando ele dizia isso, mas sua voz já se encontrava sonolenta.

-Amor eu sei que já é tarde e amanhã você acorda cedo, mas eu ainda vou lavar louça e gostaria que podássemos conversar um pouco enquanto você não dorme, mas se você pegar no sono eu entendo.- disse antes de ele falar qualquer coisa.

-Por mim tudo bem.- disse rindo do outro lado da linha

      Conversamos por uns vinte minutos antes da ligação tomar um tanto rumo engraçado.

-Por favor, fique a partir da linha amarela e a senhora já entregou os documentos na recepção ?.-Andy disse me fazendo entender nada.

-Já, claro. O que faço agora?- disse entrando naquele jogo.

-É só esperar aí em pé ou na recepção, vou fazer a vistoria do seu carro e logo a senhora poera ir embora. Ah o seu é aquele gol vermelho ?- disse num tom serio, será que ele estava caindo em um devaneio?

-Sim, mas amor vamos parar, já terminei de lavar a louça e tomar banho, vamos dormir?- disse terminando aquela conversa.

Na outra linha silencio absoluto.

-Amor?- disse pensando que ele não tinha ido dormir.

Nada além de... de... ELE ESTAVA ROCANDO!

     No dia seguinte ele afirmava que não se lembrava de nada que tínhamos conversado e como sempre se desculpou por ter ido dormir sem me dar boa noite e eu como sempre o desculpava, não tinha como não desculpar aquele ser perfeito que me amava e eu o amava com tanta intensidade e eu agora com dezoito anos tinha mais que certeza que ele era o que eu sempre esperei umavez me perguntaram como seria o homem ideal pra mim. Eu não descrevia suasqualidades, ou cor do cabelo não sabia como descrever alguém que realmente gostasse de mim e agora meu homem ideal tinha nome e sobrenome. Porém, eusabia que no fundo, bem lá no fundo nada entre nós ia se tornar realidade ele era muito perfeito para me querer. Eucresci ouvindo "O homem certo para a senhorita tem que ser rico e isso já basta". Mas, sabe,olhando para Andy hoje junto a sua família, será que eu iria ser ser felizes se não fosse ele? E se fosse apenas um cara rico qualquer será que iriamos ser amigos um do outro? Ou eu só seria uma companheira de cama? Uma dona decasa? Eu não queria só isso, eu queria um finalfeliz, ou nada de finais, só ser feliz, para sempre. Era pedir muito? E agora eu era completamente feliz.

A felicidade só está aumentando... 

(sem revisão)



Degraus (Está sendo editado)Onde histórias criam vida. Descubra agora