#02 - Introdução

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EDWARD

    Nasci em uma família americana radicada no Brasil, primeiro meus avós vieram para cá trazendo quatro filhos adolescentes, um deles era minha mãe, Madison.

    Quando eu nasci, conheci o mundo da forma que a mim se  apresentou. Da pior forma possível, para ser mais exato.

    Meus pais me trouxeram a vida fora de um relacionamento convencional, conseguindo assim provocar a discordia de boa parte da família incluindo meus avós.

    Uma droga não ter tido a chance que á de pertencer a boa parte dos pequeninos por direito, ser criado por um pai e uma mãe como a de ser, ao menos era isso que achava.

    Fui criado apenas por minha mãe, mais aos quatro anos recebi uma ilustre visita. Meu dignisimo papai apresentou-se a mim como meu progenitor a quem devia eximia obediência.

    Aquela confusão toda não durou nada mais que duas semanas. Terminando com ele assassinando minha mãe e tentando me matar logo em seguida, mais sem sucesso.

     Refugiei-me na casa de vizinhos as escondidas e por lá fiquei sem que ninguém soubesse, até os policiais me encontrarem, coberto de sangue, enfiado dentro de um guarda roupa.

     Assim apenas me restou a família da minha mãe, da qual é claro só sobrou o meu tio o qual amava mais do que minha própria vida, ele sempre foi a pessoa mais incrível do mundo, quando pequeno, depois de sair da escola, passava a tarde na banca de jornal no centro do Rio, e a noite sentávamos ao chão da pequena casa mal acabada no centro, enquanto ouvíamos músicas dos Rolling Stones e outras bandas que logo tratei de também descobrir e me tornar um perfeito roqueiro, assim como meu tio. Porém ele já carregava um ar mais pesado, mais maduro e adulto de ser, uma barba negra e grandes olhos azuis como os meus. Sua pele apesar de branca, era bronzeada, fruto do sol que pegava todos os dias, apenas protegido por uma enorme caixa de lata, que era a banca de jornal. Também estava acima do peso, me fazendo perguntar se realmente éramos da mesma família, pois se a uma coisa que carrego na aparência, é a minha magreza extrema e a pele branca algodão, me fazendo parecer alguém doente, coisa que não era verdade.

     Me considerava estranho diferente dos outros meninos de minha idade, sempre ficava mais feliz em escolher as roupas da Barbie do que brincar com carrinhos barulhentos, disse considerava, pois no decorrer da minha adolescência descobri que era mais normal do que muitos por aí. Era o melhor aluno da classe, o orgulho do meu tio, e ele fazia questão de me lembrar isso todos os dias que chegava em casa e via meus cadernos.

    Não perdia meu tempo com coisas inúteis, nem tão pouco com pessoas inúteis. Esse fato me rendeu apenas um amigo durante toda a vida, que se chamava Ed e era um gato vira-latas preto do olho verde. Mais voltando ao assunto da minha vida, me descobri gay na pré adolescência, embora meu tio dissesse que já sabia desse fato desde o dia em que nasci.

    Dei meu primeiro beijo em um menino quando tinha doze ano, e logo em seguida depois de olhar no fundo dos olhos do dito cujo sai correndo da quadra do colégio em direção a banca de jornal. Meu tio me recebeu de braços abertos,e enquanto limpava minhas lágrima, perguntou o que havia acontecido e eu morrendo de medo lhe expliquei o ocorrido, e por mais incrível que pareça ouvi uma voz grossa e firme, vindo de um homem de aparência rústica de 110 quilos que disse "Meu filho e porquê esse choro? Não se preocupe te amo acima de todas as coisas e para sempre te amarei meu pequeno!" e dito isso percebi que era a pessoa mais feliz do mundo,  e passei a enxergar o mundo com outros olhos, olhos de quem quer viver.

O Pulo do Gato (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora