#06 - O Gato de Cheshire

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Antony 

    Cheguei em casa, estacionei o carro dentro do quintal-garagem e fui direto para dentro.

    Sentei na cama e fiquei pensando na minha manhã. Nunca, nem em dez mil anos imaginará que poderia acontecer algo do tipo comigo.

     Aquele garoto mexeu comigo, isso não posso negar. Mais é agora, o que fazer?! És a questão. Ser ou não ser? Não vou ficar perdendo tempo pensando nisso. Curti o momento dá menos trabalho.

    No dia seguinte, ou melhor quatro horas depois de dormir. Eu acordei com o despertador em formato de guitarra gritando! Juro que deu vontade de atira-lo pela janela. Mas quando estava prestes a dar asas a um relógio, me lembrei o porquê de ter acordado cedo. Tomei banho, coloquei a minha melhor roupa e olhei-me no espelho. Apresentável!!

     As ruas ainda estavam escuras, sem nem um sinal de vida humana, apenas uma barata que esmaguei sem dó nem piedade. Afinal nada mais são do que quatro da madruga! Fui andando, talvez assim conseguisse pensar um pouco sobre tudo.

    Minha vida estava um fiasco sem tamanho. Não tenho mais uma banda para chamar de minha, também não tenho mais uma família que me ligue para perguntar se estou bem. Não que eu não tenha nada. Certos aspectos da minha vida podem até serem chamados de interessantes. Bom, tenho um emprego, trabalho como vendedor em uma loja de rock, o que me rendeu uma imensa coleção de conhecidos.

    Tenho um carro, um chevet verde lodo que vive me deixando na mão, outro dia inventou de morrer no meio da AV.  Rio Brasil, me fazendo empurra-lo por horas a fio.

    Mas mesmo com tudo isso, não me considero um cara sem sorte. Afinal ainda estou vivo, sou um homem completamente saudável. Pelo menos eu acho!

    Enfim cheguei, a mesma casa que há alguns dias atrás, me fará pensar em reformas. As luzes da frente estavam acesas. E no muro de tijolos expostos em frente a propriedade me deparei com um par de olhos verdes bem assustados.

    Ed me olhava, quero dizer me fuzilava com suas grandes esferas verdes, e com um ar não muito amigável.

     E no meio da escuridão uma figura bem conhecida apareceu pelo portão, carregando uma mochila preta nas costas.   

- Olá Antony! Como adivinhou o horário que saio para trabalhar? - Rony estava vestido como no outro dia, a única diferença era a camisa. Hoje ele usava uma do
Blind Guardian.

- Meio que.... adivinhei! - Risos... - Como está o Edward?

- Ontem estava muito chateado, não sei como irá acordar. Meu telefone está na geladeira, qualquer coisa me ligue! - Disse isso, é saiu pelo portão me dando espaço para passar.

- Okay! - Foi só o que me deu tempo de falar.

    A porta estava destrancada, mais aparentemente todas as luzes estavam apagadas, pensei isso quando adentrei a casa e logo senti algo peludo passando na minha perna esquerda. Um gato preto para ser mais exato. Foi quando me dei conta da porta de madeira entre aberta que aparentava estar com a luz acesa. Não uma luz comum, mais uma luz azul.

     Fechei a porta da frente e adentrei a porta de madeira sem nem a bater. Juro que não pensei nisso. Minha cabeça a esse momento pairava em marte.

     O gato preto. Ed. Passou como um raio mais rápido que eu, e foi direto para uma mini cama para gatos no canto da parede.

     Na cama de casal pude notar que havia alguém deitado e enrolado por uma colcha preta feita de bandanas de várias bandas. - Só pode ser Edward. - Pensei.

O Pulo do Gato (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora