Impasse

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Entre todo esse tempo que estamos juntos, nunca havia sentido tanta raiva de Edward. Imaginei que isso não iria acontecer em hipótese alguma, mas estava completamente enganada.

Quando estamos apaixonados, é como estar embriagado. Não enxergamos que um momento de felicidade ao lado da pessoa que gostamos, pode esvair-se de repente.

Até fiquei com certo receio de tudo aquilo poderia acabar e que depois eu ficasse totalmente amargurada, como estou agora... Mas eu preferi expulsar tais pensamentos da minha cabeça e acreditar que isso nunca aconteceria em minha vida.

No meu caso foi assim: Para mim tudo era perfeito, e que nada nem ninguém poderia quebrar aquilo.

Agora vejo como o destino é traiçoeiro. Meu príncipe foi embora, e o cara frio e indiferente tomou o lugar dele.

O bilhete de ontem realmente me deixou debilitada, um verdadeiro caos. Quando lia aquelas palavras era como se escutasse sua voz relatando elas para mim.

Eu juro que vou acabar ficando louca. Agora não sei se é Roman ou... Edward.

Simplesmente desejo que não seja nenhum dos dois, ou melhor, ninguém da face da Terra. O que quero mesmo é que daqui a pouco eu acorde e descubra que tudo não passou de um sonho.

Mesmo estando angustiada e muito triste com as atitudes de Edward, eu não deixei isso me levar a ficar presa dentro de casa, afundando-me ainda mais. Vim para faculdade para mostrar, que apesar de ele estar me tratando dessa forma, eu continuo forte.

Ando pelo corredor em direção da minha sala.

Freio bruscamente meus pés e sinto meu coração se agitar. Ele também para de caminhar, ambos evitamos que acontecesse uma colisão entre nossos corpos.

Edward estava vindo do outro corredor, que dá acesso a este. Enquanto estou indo para um lado, ele está indo para direção oposta. Nossas primeiras aulas não são as mesmas.

E no momento que ele iria virar para este corredor, coincidentemente, eu estava passando bem na hora.

Agora estamos aqui, olhando dentro dos olhos um do outro. Com nossos corpos a centímetros de distância, imóveis...

A forma como ele me olha denota frieza, mas ali bem no fundo eu vejo uma pontinha de dor.

Começo a abrir minha boca para falar tudo que tenho vontade, mas isso não acontece na rapidez em que queria e ele já se desviou de mim, voltando a caminhar.

Com certeza estou com a boca entreaberta. Da mesma forma que ela estava travada para conseguir falar, agora está travada pelo meu estado de choque.

Volto a andar para minha sala, pois as pessoas já começam a reparar em mim.

Em um momento feliz ao lado da pessoa que estamos apaixonados, aprendemos a amar até os seus defeitos. Pode-se dizer que não sou mais namorada dele, mas odeio seus defeitos. Odeio-o por completo.

***
Talvez o ódio ande junto com a paixão. São dois sentimentos totalmente diferentes e opostos. Mas que, dependendo das circunstâncias, provoca os mesmos
efeitos, a mesma sensação de dor anestesiante.

Tirei minhas próprias conclusões agora na sala de aula, na qual estamos localizados em pontos distantes um do outro.

Por mais que eu esteja odiando Edward por ser tão egoísta e tão indiferente comigo, a paixão que sinto por ele também toma conta de mim. E da mesma forma que o ódio me causa dor, por ser um sentimento ruim e que não nos faz bem; a paixão também faz eu me sentir mal, por estar sendo tratada com desprezo.

InalcançávelOnde histórias criam vida. Descubra agora