Retorno

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Como Edward informou a sua mãe, estaria previsto para ele chegar ontem. Porém, não foi o que aconteceu, ou pelo menos acho que não foi. Ele não ter aparecido no dia anterior e eu estar em meu carro dirigindo para faculdade, é uma das provas que o que ele diz está se tornando contraditório.

Desde aquele dia que fui até sua casa, preferi acreditar que Edward realmente precisava ficar um pouco sozinho por causa da lembrança do pai. Então eu relevei o fato de ele não dar notícias.

Depois que Kylie chegou não foi possível saber mais sobre a história do pai deles, pois, como sempre, ela não saiu do meu pé. Josephine também me disse com apenas um gesto que outro dia iria contar.

Se eu disser que estou bastante tranquila por ficar sem ver Edward por uma semana, certamente estaria mentindo. Nunca pensei que ausência dele pudesse me afetar tanto.

Nesses sete dias que passei longe dele, eu pude perceber o quanto estou apaixonada. E que uma separação entre nós seria de profunda dor para mim.

Eu costumo atribuir ao seu distanciamento como a falta dos cincos sentidos que ele provoca em mim. Visão: Sem poder ver seus olhos, seu corpo e boca fascinantes; Olfato: Sem poder sentir seu cheiro extasiante. Tato: Sem poder sentir seu toque caloroso. Paladar: Sem poder provar do sabor da sua boca, do seu beijo.

Finalmente, depois de um dia intenso de aulas, nas quais não consegui prestar a mínima atenção, estou a ponto de ir para casa. Mas, antes vim ao banheiro acompanhada por Della. Ela está de frente para o espelho, retocando a maquiagem.

Enquanto ela analisa sua aparência, conversamos sobre diversas coisas do dia-a-dia. Falamos também sobre Edward, porque ela faz o favor de mencionar o assunto, no qual nem queria falar. Della me alerta que Edward está estranho como da vez que a abandonou, e que se eu não tomar uma atitude posso acabar muito mal.

Trafego pelos enormes corredores da instituição, em direção à saída. Hellen e suas amigas estão paradas logo à frente. Elas conversam olhando para mim e começam a rir.

Se elas pensam que vou dar importância para suas gracinhas, estão muito enganadas. Passo e finjo que nem as estou vendo.

- Sophie! - ouço a voz de Hellen soar atrás de mim.

O que deu nela? Está me chamando pelo nome? Não sei se eu paro para ver o que ela quer ou se continuo com minha caminhada.

- Espere ai! - grita mais uma vez.

Resolvo parar para escutar o que ela tem a dizer. Se for mais uma de suas ofensas, eu me viro e deixo-a falando sozinha.

- Qual o problema? - digo nem um pouco amigável, depois de interromper meus passos e girar a cabeça na sua direção.

- Cadê seu boyfriend? - vindo de sua parte, esta pergunta chega aos meus ouvidos como um deboche.

Sua expressão estava séria até então, me enganando por pouco tempo que sua pergunta era em tom sério. Mas, imediatamente começa a se formar um sorriso sarcástico no canto dos seus lábios pintados de uma cor de batom rosa chiclete.

- Não é da sua conta. - revido em disparada.

Eu sei que ela tem muita inveja do meu namoro com Edward. Desde que ficou sabendo, sempre que tem oportunidade vem me provocar.

- Pelo que vejo não conseguiu segurar o bonitão. Ele fugiu de você, idiota.

É difícil ter que suportar suas palavras, e muito mais se controlar para não transferir um tapa diretamente na sua cara cínica. Eu acho que é por isso que ela continua com isso, porque ainda não recebeu o merece.

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