Verdes y Azuis - AyA

Capítulo 3

O despertador tocou as 5:30.
Alfonso se levantou rapidamente, tomou um banho bem rápido, porém, caprichado. Se vestiu, tomou o café da manhã e saiu de casa bem cedo, digamos umas 6:00 horas.

- Vou indo.

- Tão cedo?

- Tenho um compromisso, diga-se inadiável.

- Ok Sr.

E assim, Alfonso saiu.
Já havia pensado em sua vingança, ou como chamava: o primeiro passo para a vingança.
Até Mathias estava envolvido nessa história, contra sua vontade, mas não poderia fazer nada para mudar a ideia de Alfonso.
Quando chegou, Mathias já estava na recepção esperando.
Ali conversaram indo ao elevador, planejando o plano, obviamente.
Foram para a sala principal ( a de Alfonso ) jogando conversa fora, como dizem.
Eram exatas 6:20 da manhã e pelo incrível que pareça, Anahi ainda estava dormindo tranquilamente.
O problema foi que, como no dia anterior havia dormido cedo, esquecera de colocar o despertador para tocar. Acordou com um som de um carro passando na rua.

- Já é de manhã?
Fala, esfregando os olhos, com uma voz sonolenta.

Olha o relógio encima da cômoda e se espanta com o horário.

- Deus! Estou atrasada!

Se levantou o mais rápido possível, deixando a cama totalmente desarrumada, tomou um banho de 5 minutos contados no relógio, vestiu uma roupa básica, um casaco preto, terminou de se arrumar e desceu as escadas do apartamento.
Pegou um táxi e foi a caminho da empresa. O que não esperava era o trânsito no caminho. Já estava impaciente, olhando no relógio que marcava 10 para as 7:00.
Enquanto isso na empresa, Alfonso estava tranquilo, lendo uns registros enquanto Mathias estava na porta, esperando Anahi chegar.

- Que horas são Mathias?

- 5 para as 7:00.

- Ótimo! Dará certo, creio eu.

- Pelo jeito sim.

- Esse é somente o começo meu amigo.
Sorri de canto, cantando vitória.

Já eram 7:00 horas e Anahi ainda estava um pouco além da metade do caminho à empresa. Parecia que havia uma obra sendo feita, e como as máquinas dos operários eram grandes, acabavam dificultando a passagem de automóveis, motocicletas, só não na parte da ciclovia e das pessoas que andavam a pé.

- Será que vai demorar muito?

- Acho que sim senhora, pelo visto a obra vai levar um bom tempo para ser terminada.

- Não posso me atrasar, embora já esteja. Vou pagar a viagem e vou ter que ir a pé mesmo.

- Se acha melhor.

- É o único jeito.
Disse, abrindo a bolsa e pegando uma quantia de dinheiro, em seguida agradece e desce do táxi apressadamente.

Depois de uns 20 minutos, cansada, chegou a empresa.
Tomou o elevador, torcendo para que Alfonso estivesse chegado atrasado outra vez.

- Acho que ela chegou. O elevador está subindo.

- Até que enfim!
Se levanta.

Era uma injustiça, além de Anahi ter chegado atrasada, Alfonso tinha que ficar no andar mais alto no prédio da empresa? Séria possível isso?
Após tomar mais 3 elevadores, estava em seu andar de trabalho.
Indo ao corredor da sala de Alfonso, havia acabado de ver Mathias encostado à porta.

- Meu Deus, me ajude!
Disse, respirando fundo, olhando para Mathias.

- Srta.Portilla!

- Bom dia Sr.Mathias. Bem, preciso entrar.

Ao abrir a porta, havia dado de cara com Alfonso, com uma expressão séria estampada em seu rosto.

- Ora, você veio, pensei que não viria.

- Me perdoe Sr.Herrera, é que..

- Não me explique nada, e muito menos me importa saber. Tínhamos um horário marcado e você chegou atrasada? Agora estamos na mesma situação, porque foi um erro meu o ocorrido de ontem, mas o mais importante daqui sou eu, concorda?
A interrompe imediatamente.

- Sim, mas...

- Estava dando uma olhada em seu contrato agora mesmo.
Pega o contrato encima da mesa.

Anahi apenas olha para o contrato em sua mão.

- E já sei o que vou fazer!
Disse óbvio.

- O que seria? Irá mudar algo?

- Não, irei fazer isso.
Rasga o mesmo ao meio, duas ou três vezes. - Está despedida.
Fala claramente, jogando ao lixo o contrato rasgado, ou melhor, as minúsculas partes do que um dia foi um contrato.

- Ok, desse modo não precisarei ficar aqui hoje?
Diz bem baixo, surpreendida pelo o que viu a um segundo atrás.

- Obviamente.
Olha para Mathias.

- Está bem Sr.Herrera. Foi um prazer.
Diz, pegando a bolsa e indo em direção a porta, quieta, sem dizer mais nada.

Anahi estava confusa, triste, frustrada e irritada pelo o que acabara de acontecer.
Mathias apenas estava observando a cena, já Alfonso, prestes a recomeçar o que queria.
Em um estante, menos de 5 segundos, Alfonso a puxou pelo braço, fazendo-a cambalear com o impacto e os dois acabam se encontrando, visivelmente um corpo colado ao outro, aonde, até mesmo, dava para sentir a respiração de um ao outro, por estarem muito perto.
Anahi estava assustada, isso foi a última coisa que pensava que aconteceria.
Ergueu o rosto, e olhou aqueles olhos verdes, duros, a encarando.
Alfonso olhou no fundo de seus olhos azuis e ficaram em silêncio por um tempo, apenas se encarando.
Até que Alfonso quebrou esse silêncio, se afastando.

- Aonde ia?

- Embora.
Responde baixo, sem entender o que havia acontecido.

- Desiste tão fácil assim?

- Não sei do que está dizendo.

- Isso era um teste Anahi. Você não está despedida.

- Mas o contrato esta..

- Aquilo era a cópia, o verdadeiro está na minha pasta.

- Você disse um teste?

- Um teste, uma brincadeira, como seja! Não foi você quem me deu um sermão por ontem? Faço isso com alguns funcionários, assim, como você, do modo que agiu, se não acredita, pergunte á Mathias.

- É verdade, Alfonso fez algo parecido comigo há 4 anos atrás.
Balança a cabeça e olha para Alfonso.

- Pensei que fosse verdade.
Respirando fundo.

- Pensou errado, mas poderia ter feito isso. Pegue, tome uma água, está meio nervosa, preocupada, sua respiração e seu olhar não negam.

- Obrigada.
Acaba aceitando, sem represálias.

Esse era somente o começo.
Alfonso sabia o que estava fazendo, porém precisava saber mais sobre ela, pois sabia somente os dados da parte de trabalho dela.
Mas pelo resto do dia pensaria nisso.
Agora estava feliz, orgulhoso, pelo seu primeiro passo ter saído perfeitamente bem, e isso só iria acabar quando ele falasse que acabaria.