~~~~ Capítulo 4 ~~~~

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"A mulher será sempre o perigo de todos os paraísos."

Paul Claudel

CAPITULO 4

Baco estacionou a camionete, pegou uma sacola de papel no banco do passageiro, enfiou debaixo da camisa para não molhar com a chuva e, correndo entrou na casa. Teodora correu para seus braços e no mesmo instante foi erguida por ele em seu colo.

- O que está fazendo aqui? Não estava com a tia Flora?

- Sim. Mas quis fazer companhia para a tia Laila. - ela falou retirando o boné do pai e colocando em sua própria cabeça.

- Sempre educada e meiga minha linda boneca. - ele a beijou no rosto e antes de colocá-la no chão notou o batom em seus lábios - Que batom é esse, garotinha?

- A tia Laila que passou. É bonito né? - perguntou alegre.

- É sim, mas é para pessoas adultas. Fique somente com o seu rosinha, tudo bem?

- Está certo papai. - ela correu para o quarto.

Laila estava do outro lado do sofá, o encarando de braços cruzados.

- Você gosta de me provocar, não é?

Ela deu de ombros.

- Brian já te explicou tudo. - ele esticou a sacola para ela - Isso é para você.

- O que é isso? - perguntou irritada.

- É a roupa que você pediu.

Ela pegou a sacola, a abriu com cuidado e notou um tecido florido dentro.

- Foi Brian que comprou?

- Ele não teve tempo para isso. - Baco sorriu com o canto dos lábios.

Laila, enfiou a mão dentro da sacola e retirou o mais horrendo vestido que ela já havia visto em toda a sua vida.

Ela manteve a boca aberta por um momento, depois cerrou os lábios com tanta força que lhe faltaram a cor.

- Você deve estar de brincadeira. - falou pausadamente.

- O que foi? Não gostou? Sua saia é tão florida, imaginei que iria gostar de algo chamativo. - Baco foi para a cozinha, pois não iria conseguir conter o riso.

Ela olhou para o vestido longo novamente. As estampas eram de um azul misturado com verde e com enormes e grotescas flores. Havia botões em toda a frente do vestido e um laço enorme em uma das alças grossas.

Ela pegou o vestido e foi direto para a cozinha. Baco tomava um copo de água, e ela jogou o vestido com toda força em seu peito.

- Você fez de propósito. Comprou essa merda somente para me humilhar.

Ele segurou o vestido rindo. - Achei que iria gostar. - ele o ergueu no alto - É a sua cara: tem personalidade, gosta de se aparecer, e se acha maravilhoso. - ele a encarou novamente - É igual à você.

- Você acha que eu vou usar isso? Eu? - apontou para seu próprio corpo - Eu tenho estilo, glamour, não sou uma mulher qualquer que você está acostumado a lidar, imbecil.

- Não tem problema. Por mim você pode ficar com essa roupa suja mesmo, não faz diferença.

Baco pegou o celular do seu bolso que estava tocando. Ele olhou o visor e o número conhecido do aeroporto não o deixou nem um pouco satisfeito.

- Alô.

Ele escutou atentamente o homem do outro lado da linha.

- Você tem certeza disso? Somente amanhã mesmo?

Sem Glamour (SOMENTE DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora