Capítulo VII: O último natal

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Já fazíamos parte da família de Alberto e Melissa. Eu e Alexandre éramos muito íntimos dos dois e de seus dois filhos eles nos convidaram para passar o Natal com eles e aceitamos. Eu fui pra lá um dia antes da véspera do Natal pra ajudar a fazer as comidas e organizar algumas coisas. Essa foi uma das únicas vezes que estive na casa deles e não fizemos um swing. Alberto foi me buscar na estação do metrô e ele reclamou de dores na barriga. Ele achava que havia comido algo que lhe tinha feito mal. Melissa estava no banco da frente. E fomos direto pro supermercado. Eles amavam fazer compras toda semana eles estavam lá e se o supermercado fosse do lado da casa deles acho que se mudariam pro supermercado de tanto que eles gostavam de comprar. Ao descer do carro, Mel e eu finalmente nos comprimentamos, as pessoas nos olhavam sem enteder já que eu vim com eles. Nem pudemos nos cumprimentar antes por eles terem me apanhado no meio do caminho. Em fim, compramos tudo que precisávamos, na verdade era o que eu achava. Fomos pra casa e iniciamos na cozinha. Alberto sempre brincalhão nos dando ordens e nos chamando de burras. Foi o ano mais divertido da minha vida. Estavamos na cozinha e ele disse que ia se deitar um pouco. Algum tempo depois eu fui no quarto ver se ele estava bem. Ele me pediu pra deitar do seu lado e disse que estava muito incomodado por estar com essa dor na barriga e que já havia algum tempo que não ia no banheiro. Me preocupei, mas ele insistiu em dizer que não era nada e prometeu que iria num médico. No dia seguinte, ele nos acordou seis horas da manhã e começamos agitar tudo pra ceia que aconteceria mais tarde.
-Suas vagabundas, bora levantar porque quando meu parecerão Alexandre me ligar eu vou lá buscá lo! Tenho ainda que passar no mercado pra comprar o que falta.
Pensei comigo:"Meu Deus o que mais falta?!"
Fomos pro mercado e compramos mais coisas. Ríamos muito das bobagens que Alberto falava.
Ele passou pra pegar os pasteis de forno que havia encomendado e deu um pra cada uma de nós e um pra ele. Comprou uma latinha de coca pra cada e disse que era só pra experimentar que mais tarde sim os pasteis estariam liberados. Rimos e fomos pra casa. Mais uma vez na cozinha, me veio um suor frio na testa e olhei pra Mel percebi que ela estava meio pálida. Eu descascava legumes quando me deu um arrepio medonho seguido de uma pontada no umbigo eu precisei correr para o banheiro. Corri mais rápido que o Flash! Depois que saí do banheiro a Mel passou por mim num zupt! E foi pro banheiro. Foi assim o dia todo. Eu e ela disputando banheiro.
-Suas burras o Alexandre ligou, estou indo buscá lo. Não vamos demorar. Preparem alguma coisa, porque monstro de jeito que ele é vai chegar morrendo de fome!
Mel e eu morremos de rir mais uma vez e continuamos nossos afazeres entre idas e vindas do banheiro.
Alexandre chegou e também nos ajudou um pouco na cozinha e fomos nos arrumar. Até porque Eduardo e Lígia sua noiva iam chegar. Eduardo é primo da Melissa muito querido por todos nós.
A dona Maria, mãe de Alberto também ia chegar pra nossa comemoração natalina. Estava tudo pronto e organizado do lado de fora a mesa cheia de comida...
Quando deu meia noite trocamos presentes e Alberto sismou de fazer discurso com direito a microfone e tudo ele falou que estava muito feliz porque eu e Alexandre estávamos lá e que queria assim todo ano. Mais o melhor foi a hora que ele perguntou se a mãe dele também queria falar algo...
-Mamãe, a senhora quer falar alguma coisa?
Sem resposta ele tornou a falar:
-Mamãe, a senhora quer falar alguma coisa?
Ainda sem resposta ele disse pela última vez:
-Mamãe, a senhora quer falar alguma coisa?
Como também não veio resposta ele disse:
-Mamãe, mamãe, mamãe "porra!" Terra chamando, terra chamando!
Ele disse a última frase batendo palmas na frente do rosto dela.
Ninguém aguentou e todos nós escangalhamos de tanto rir e envergonhada a mãe dele respondeu que não queria falar.
Eu e o Alexandre também falamos o quanto estávamos felizes e que no ano seguinte estaríamos lá novamente. Realmente cumpririamos nossa promessa, mas o futuro só a Deus pertence. Voltamos pra casa e passei o ano novo com meus pais e Alenxandre teve que trabalhar, já que a empresa que ele trabalha presta serviços à organizadora do evento de queima dos fogos em Copacabana.
Alguns dias depois do ano novo Alexandre estava de férias e Alberto nos ligou e conversou por muito tempo com Alexandre e pediu pra falar comigo também. Ele me contou como estava feliz que seu filho mais velho havia passado num concurso e que iria começar a trabalhar, eu o parabenizei e quando ele se despedia de mim lágrimas desceram pelo meu rosto. Não deixei ele perceber que eu chorava, desliguei o telefone ao prantos e disse ao meu marido que Alberto iria morrer. Ele me disse pra parar de bobeira, Alberto era forte co o um touro! Era o que pensávamos...

Devaneios:Entre caminhos e descaminhosOnde histórias criam vida. Descubra agora