College Boy - N.H

Capítulo 3

MEETINGS

[Niall's POV]

"-E porque raio estás tu a fingir que és um rapaz?" – Perguntei, quando Sarah bufou. Voltou a colocar o chapéu na cabeça e, com um gesto seco, agarrou nos seus livros que ainda se encontravam debaixo do meu braço e virou costas, direcionando-se para um corredor. Abanei a cabeça, com a intenção de apagar da minha mente aquilo que tinha acabado de acontecer. Li uma placa que dizia "dormitórios", com uma seta a direcionar para o corredor onde a rapariga de olhos escuros tinha entrado.

Procurei pelo papel no meu bolso e finalmente encontrei o número do quarto onde iria ficar.

"Só espero que não me calhe um paspalho com o cabelo mal lavado." Pensei para mim próprio.

"-Ora, 96, 97, 98..." – Murmurava, enquanto tentava encontrar a porta do quarto certa. "-99! Aqui está." – Exclamei, mais alto do que aquilo que esperava. Agarrei nas chaves e coloquei-as na fechadura, e quando entrei, quase desmaiava com a bagunça e desarrumação ali instalada. "-Jesus Cristo." – Gritei, debaixo da minha respiração. Demorei algum tempo a perceber que um rapaz estava deitado numa cama, encostada a parede, e mexia os dedos freneticamente ao som da música que ouvia, com o olhar centrado no teto e os fones nos ouvidos. O rapaz cantarolava, sem notar na minha presença. Agarrei na minha mala com rodinhas e atirei para o chão, com o intuito de fazer algum barulho. No entanto, foi em vão, o rapaz continuava a encarar o teto, com os olhos fechados, e a mexer as mãos como se estivesse a tocar bateria. Nem cantava muito mal. Pensei.

"-Hm, olá?" – Saudei, sabendo que ninguém me iria ouvir. Acenei na sua direção, mas nada. Era como se eu fosse invisível. "-Penso que este seja o meu quarto." – Voltei a falar, contudo a resposta foi a mesma. "-Estava a pensar em ir mandar uma queca, daqui a bocado, alinhas?" –Brinquei, num tom mais alto, sabendo que mesmo assim ele não iria ouvir.

"-Desculpa?" – Estava errado. O rapaz levantou-se e retirou os fones dos ouvidos, caminhando na minha direção. "-Lamento, puto, já tenho namorada. Mas posso ajudar-te, se quiseres." – Tinha o cabelo escuro, os olhos azuis e era um pouco mais baixo do que eu. Colocou a sua mão no meu ombro e premiu os lábios numa linha reta. "-És novo por aqui, certo?"

"-Somos todos, acho eu." – Respondi, assentindo.

"-Pois, certo." – Retirou a sua mão do meu ombro desajeitadamente e penteou o cabelo com as mãos. "-Estava a perguntar se é o teu primeiro ano aqui." – Movimentei a cabeça num gesto afirmativo e o rapaz mordeu o lábio. "-Bem, eu sou o Louis, e ali á frente, vai ficar a minha namorada," – apontou para a porta do corredor da frente, uma vez que a porta do nosso dormitório continuava aberta. "portanto, nem te atrevas a olhar para ela durante mais de cinco segundos."

"-Porquê? Transformo-me em pedra, ou assim?" – Brinquei, soltando uma gargalhada. O rapaz olhou para mim seriamente e encolheu os ombros.
"-Não, mas és capaz de levar com uma." – Sorriu de forma sarcástica e eu depressa percebi que não seria muito agradável arranjar confusões com ele. "-Sou o Louis, de qualquer das formas." – Esticou a sua mão e eu apertei-a, fechando a porta atrás de mim.

"-Niall." – Disse, apenas. Agarrei na minha mala e pousei-a na cama livre, deixando para mais tarde o ato de arrumar a roupa.

"-Vou ter com a minha miúda, queres vir?" - Perguntou, pousando os fones em cima da cama e colocando o seu telemóvel no bolso traseiro das suas calças.

"-Não disseste qu-"– Louis interveio, não me deixando acabar a frase.

"-Sim, sim, a minha mãe também me disse que eu iria ter um rabo pequeno e olha." – Apontou para o seu rabo. "-É quase maior que o da Nicki Minaj." – Soltei uma gargalhada forte e Louis seguiu á minha frente, batendo á porta do quarto á frente.

"-Louis?" – Uma voz soou e uma rapariga baixa, de cabelos loiros, apareceu, deixando á vista o seu quarto com paredes cor-de-rosa, personalizado com posters de bandas e cantores famosos.

"-Oi oi!"- Louis gritou, entusiasmado. Podia jurar que estava quase surdo devido ao seu grito. Acabamos por entrar ambos no quarto e pude reparar na organização cautelosa que ali existia. Tudo arrumado no sítio certo, sem roupa ou objetos no chão, nem em cima da cama. Realmente as raparigas eram muito mais organizadas do que os rapazes.

"-Mas que gritaria vem a ser est-" – Sarah, a rapariga da cabelos castanhos e olhos escuros, tinha saído da casa de banho, com uma toalha na cabeça e um robe á volta do seu corpo. Mal reparou na nossa presença, soltou um guincho e voltou a enfiar-se lá dentro.

"-Esta é a minha melhor amiga, Sarah." – A namorada de Louis disse, sorrindo.

"-Já nos conhecemos." – Movimentei a cabeça e a rapariga olhou-me, surpreendida.

"-Não te preocupes, ela só é tímida ao inicio. Quando a conheceres melhor, vais perceber que ela é um verdadeiro furacão." – Comentou, agarrando-se ao braço de Louis. "-Até logo, divirtam-se."

"-Espera, onde é que vocês vão?" – Perguntei, antes de Louis abrir a porta e sair do quarto.

"-Vamos só dar uma volta. Não demoramos." – A rapariga loira disse, fechando a porta atrás de si. Ainda pude ouvir a sua voz no corredor, gritando. "-O meu nome é Lisa."

Ótimo. E o que faz um caloiro na Universidade com uma rapariga fechada numa casa de banho?