Me levantei e tomei um banho. Desci quase morrendo de dor. Cheguei na cozinha reclamando da minha dor.
-Minha garganta... dói.
-Deixa eu ver.Ele olhou e viu que eu não estava bem.
-Temos que ir ao hospital.
-Não...
-Xii, ela tem medo de agulha! -Pedro não perde oportunidades de zombar de alguém.
-Não é só de agulha não. Hospitais me deixam... aflita.
-Mas é necessário, filha.Aceitei, apesar de que eu não iria me sentir bem naquele lugar. Chegamos, e, depois de fazer a ficha, fui para fora, já que não consegui respirar lá dentro.
-Beatriz, você está bem?
-Só preciso de ar...
-Vamos, é a nossa vez.Fomos ao consultório, que, felizmente, era bem próximo à entrada. Já estava aflita com aquilo, não estou acostumada a ir em hospitais. Respondi a algumas perguntas que o médico fez, e me joguei na janela para poder respirar.
-Beatriz, o que foi? -Caio estava, realmente, muito desesperado.
-A... a... ar!
-Respire, é necessário.O médico passou um remédio que, só pelo nome, eu já sabia que era horrível. Fomos embora logo depois de passar em uma farmácia. Não tinha comido até agora, então, estava morrendo de fome. Tentei comer uma maçã, mas não dava. Então, só bebi um copo de suco.
(...)
Voltei pra escola com dor, porque não deu tempo de eu me recuperar totalmente, mas já estava bem melhor. Tive duas provas naquele dia, o que me exigiu muito da minha capacidade. Então, dormi até a hora do jantar. Levantei às 18:32. Atrasada, mas com fome. Desci e tentei comer um pouco de sopa de macarrão, mas não consegui muita coisa. Rafael estava sozinho no canto do refeitório. Realmente, anti-social. Resolvi não incomodar e dormi quando voltei ao quarto.
(...)
Faltavam apenas duas semanas para as férias de fim de ano. Eu estava animada, iria ver a minha mãe de novo depois de oito semanas. Como eu estava na casa do Caio, e acordei feliz, dando bom dia e sorrindo, os dois olharam para mim com os olhos arregalados e me encararam.
-O que foi?
-Beatriz Ribeiro Moreira dando bom dia e sorrindo de manhã? Eu achava impossível até hoje!
-Calma, Caio.
-Filha... prefiro qur me chame de pai pelo menos uma vez. Por favor.
-Vou pensar.Eu queria muito ficar de bem com o Pedro. Ele faz muita falta. Principalmente na escola.
-Pedro...
-O quê?
-Me desculpa. Por favor, para de me esnobar, é muito ruim.
Ele ficou quieto, de cabeça baixa.
-Pepê... fala comigo.
-Tá, eu te desculpo.Eu me levanto e dou um forte abraço nele.
-Me desculpe também. Fui muito grosso com você.
Caio chega na sala e me diz algo que eu não gostei de ouvir.
-Você vai passar o Natal conosco, Beatriz!
-Não, eu vou passar com a minha mãe! Ela falou que ia me buscar no começo das férias!
-Entenda, ela está viajando a trabalho, é complicado.
-Mas... mas ela prometeu...
-Eu sei, querida. Mas foi uma emergência, ela precisou mesmo ir.
-Não acredito que vou passar o Natal longe dela...-uma lágrima caiu. Enxuguei rapidamente e sai correndo para o quarto. Estava muito triste. Mas o Pedro me deu uma notícia boa.-Bia, posso entrar?
-Pode.-já tinha me controlado.
-Então, o pessoal falou que vai ter uma festa amanhã à noite, e que estamos convidados.
-Legal.
-Você vai?
-Acho que sim.
-Que bom. Não gosto de quando você fica triste.(...)
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O Colégio Interno
Science FictionBeatriz é uma menina rebelde, que não respeita ninguém. Quando recebe a notícia que terá que ir para um colégio interno, fica totalmente irada. Lá, ela vai tocar o terror e fazer de tudo para ser expulsa. No meio do caminho, reencontra seu pai, Cai...