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Ajoelhado sob o sangue que escorria de um corpo inerte e tendo em uma das mãos a arma do crime, Josias tentava, em vão, acalmar um pequenino e choroso bebê com a mão restante. O pobre rebento estava chocado após assistir uma mulher ser morta com o martelinho de bater carne retirado da gaveta da cozinha. A ineficácia daquela ferramenta como arma e a inabilidade daquele que a empunhava fizeram com que a cena fosse perturbadora até mesmo para um bebê. Os golpes não letais deram à vítima a chance de lutar por sua vida, embora essa possibilidade apenas lhe tenha causado mais sofrimento, sentindo cada contusão da cabeça irregular e cada laceração que o lado com lâmina provocava.

Josias e a criança estavam totalmente manchados com o líquido avermelhado que começava a coagular e endurecer, empesteando o ar com um cheiro ocre e ferroso quando o rapaz começou a se indagar como foi que chegou naquela situação.



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