quatro

115 9 21
                                    

New Orleans – 15 de Julho de 2015

Acordei com um susto lembrando que o garoto estava lá, o relógio marcava que haviam se passado trinta minutos desde que cai no sono. Cocei meus olhos e olhei para ele, sua cabeça estava deitada na borda da cama e olhava para o teto, seu pulso preso pela algema tinha marcas vermelhas provavelmente numa tentativa de pegar seu celular que ainda estava caído no chão.

"Eu ameacei te matar com uma faca, te algemei numa cama, e ainda por cima dormi e o máximo que você faz para fugir é tentar pegar seu celular? Não era mais fácil me matar ou não sei, gritar!?" disse como se fosse algo óbvio. Ele me encarou e não disse nada. Ta bom, eu vou bater nesse cara. "Por que não responde?"

"Talvez porque eu não queira" disse grosso. Arqueei minhas sobrancelhas, e ele logo voltou a fitar o teto.

"E se eu te deixar sozinho aqui e te soltar so à noite, você não daria um escândalo né?"
ele negou com a cabeça, só um louco mesmo pra gostar de ficar preso. "Ótimo então!" Levantei, coloquei meu óculos escuro e peguei minha bolsa. "Acho que posso ficar com isso por enquanto" disse pegando seu celular e colocando no bolso. Ele nem sequer olhava na minha cara e isso me irritava.

Sai fechando a porta do quarto e o deixando lá, se ele fizesse alguma coisa, eu o caçaria do céu até o inferno, mas todo mundo sabe que o caminho entre os dois é bem curto. Peguei um táxi e fui para o Starbucks mais próximo, comprei dois cafés e dois donuts, total de 21 dólares. Ele agora me devia. Mais um táxi de volta para o hotel, contei quarenta e dois postes de energia, e sim, tinha mania de contar qualquer coisa que via pela frente. Abri a porta e o vi na mesma posição, mas agora ele dormia, seus lábios estavam entreabertos e sua respiração era tão suave que cheguei a colocar os dedos em baixo de seu nariz para ter certeza de que estava vivo. Deixei o copo de café e o donut no chão ao seu lado. Tomei o café deitada na cama enquanto lia as mensagens que apareciam na tela de bloqueio do celular do indivíduo. Ria sozinha com as sessenta e três mensagens de uma tal de Melissa, ela era meio desesperada.

"Do que está rindo?" ele pergunta aparentemente de boca cheia. Ninguém resiste ao bom e velho donut.

"Tem uma garota aqui atrás de você, te ligou oito vezes, ela é muito pegajosa, como você aguenta?" podia ouvir ele dando goles em seu café. "*Niall Horan se você estiver comendo uma daquelas putas*" eu lia com uma voz estranha, em meio a risadas. "Então esse é seu nome, Niall Horan" enfatizei no sobrenome.

"É, esse é meu nome e obrigado pelo café" disse seco.

Tinha que sair agora ou perderia minha última vítima da semana. Tirei uma bolsa de ginástica da adidas de dentro da minha mala e coloquei o que precisava dentro, algumas cordas, três diferentes facas, minha pistola e por último, mas não menos importante, minhas seringas com sedativo.

"Você mata pessoas, é isso seu trabalho?" ele perguntou analisando cada passo que eu dava.

"É, eu trabalho matando pessoas!" afirmei fechando o zíper da bolsa, colocando minhas luvas que cobriam metade dos meus dedos e vestido meu casaco preto por cima da blusa.

"Que lixo" ele debochava. "Você é uma assassina!"

"Não precisa dizer coisa que eu já sei" respondi séria, peguei a ficha da mulher e comecei a ler alto para que ele ouvisse. "Kate Jones, 27, acusada de matar quatro crianças, esquartejar seus corpos e vender seus órgãos no mercado negro para comprar heroína" encarei-o, seus olhos estavam arregalados. "Vou matar uma viciada do caralho que está pronta pra pegar outra criancinha por ai para trocar por droga, mas agora eu estou sem tempo então quando eu voltar você continua seu discurso de como eu sou uma pessoa horrível, ok fofo?!" sorri irônica, deixando-o mais uma vez sozinho no quarto.

killing it ›› njh [parada/editando]Onde histórias criam vida. Descubra agora