Capítulo 8 - Caíque.

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Sorvete, essa palavra me faz sorrir, pois ao lembrar dela me lembro de Eliza, ela teima que eu estou errado, e que sorvete era a palavra que percorria pela sua cabeça quando ela falava, tenho absoluta certeza que não foi essa intenção dela desde o princípio, mas já que ela diz que não...

Ela se levanta e vai buscar o sorvete, observo a casa, primeira vez que eu entro na casa da minha "namorada", opa quero dizer "futura namorada", estou planejando um pedido de namoro bem diferente, só que romântico, é claro. Eu estava pensando em levar ela para o teatro, mas a Elizabeth não tem cara de quem gosta muito de teatro, que tal para o cinema, mas ficaria muito "normal", ou pro parque de diversões, eu poderia pedi-la quando nós entrássemos na montanha russa! Mas a "minha" Eliza tem cara de quem tem medo de altura, e se ela inventa uma desculpa para não querer entrar na montanha russa, acho que o parque não é uma boa idéia.

- Caíque, me ajud.. - ouço Elizabeth me chamar, corro para cozinha e um homem muito estranho está arrastando Eliza, ele me encara por alguns segundos, depois disso sinto uma enorme dor de cabeça, acabo desmaiando.

Acordo e estou em uma maca, estou preso preso à ela, me debato e começo a gritar feito louco.

- Ei, cale a boca - dizia o homem que estava no mesmo estado que eu.

- Eu tenho que sair daqui, então não me atrapalhe, por favor!

- Eles não vão te tirar daqui tão cedo, então faça um favor pra você e para mim, principalmente para os meus ouvidos, fique quieto.

Finjo que não escutei o que ele acabara de dizer e volto a gritar.

- Será que tem como calar a boca? - entrou um homem com uma roupa muito estranha, mas pretas igual ao outro que levou Eliza.

- Finalmente, achei que iriam demorar mais! - exclamou o homem irritado - se vocês demorassem mais acho que eu ficaria surdo!

- Fique quieto, ninguém falou com você! - falei já irritado.

- Ei! Vamos parar? Ou será que é difícil? - comentou o "estranho", apesar, que, o outro rapaz que também se encontrava nas mesma condições que a minha, se vestia de uma maneira bem esquisita também! - Resolveu calar-te? Acho uma idéia brilhante! Afinal, ninguém estava conseguindo aguentar seus gritos agudos e desafinados. - Por um breve instante lembro-me do que estava a procura, ou melhor, por quem eu havia de tentar ajudar "horas" atrás, Elizabeth, olho a minha volta e não a encontro, olho mais uma vez para me certificar de que não avia nenhum sinal de vida, a não ser dos dois seres que estavam comigo na cela.

- Cadê a Elizabeth? - questiono, e espero uma resposta descente ao menos desse ser estranho que há poucos minutos estava do lado de fora, que poderia pelo menos ter um ar descente de se respirar, ao contrário daqui de dentro que está com um cheiro de defunto em decomposição.

- Tu achas mesmo que eu irei falar dela para ti, sem querer nada em troca?

- Mas o que lhe posso oferecer? - dele sai uma gargalhada, como se o que eu acabara de dizer fostes uma simples e mera piada.

- Não se faça de idiota, me dê logo seus poderes, só aí falarei da garota.

- Mas que poderes? - essa história está cada vez mais confusa, vamos a lista:

1°- o que os estranhos homens queriam com Eliza?

2°- o que eu estou fazendo aqui?

3°- e ainda amarrado, se ele for alguém da polícia posso processa-lo por deixar-me amarrado a uma maca, até um criminoso tem mais privilégios que eu! E ainda mais importante eu sou inocente!

4°- poderes? Esse povo está cada vez mais lelé da cuca!

- Vou lhe dar 15 minutos, quando eu voltar aqui, espero que já tenha sua resposta, ah! Já ia me esquecendo, meu nome é Sandro, Sandro. - e sai e a cela novamente é fechada.

- Escute-me, não dê seus poderes a ele, isso é extremamente proibido, caso não se lembre, esta é uma das maiores leis do Reino, você pode ser preso, ou condenado a morte, só o Rei Eduarth pode ter o privilégio de ser presenteado com o poder de um habitante de Klides. - poxa!  Não faço idéia do que ele diz, eu posso ser preso por dar meus poderes inexistentes, e posso morrer se eu der meus poderes, que continuam sem existir? Rei? Reino? Será que estou em algum país com monarquia, mas não me lembro de nenhum Rei com o nome Eduarth, calma aí, ele disse Klides?

- Desculpe-me, mas você disse Klides? Que diabos de lugar é esse? A propósito vocês não tinham nome melhor não?!

- Você desrespeitou a monarquia, desrespeitou o rei, se eu informar algum policial Klideanos você diga à Deus a sua vidinha medíocre.

- Me desculpa, caso você não tenha percebido eu não sou daqui, eu só estava na casa da minha namorada, ou melhor futura namorada, aí ela foi buscar sorvete, derrepente escuto ela me chamar, quando fui ver o que tinha acontecido, um desses cara aí estava arrastando ela, depois tudo ficou escuro e eu apaguei. Então eu acordei aqui, eu Sou de São Paulo, do Brasil. - conforme eu falava, minhas mãos se mexiam.

- Nunca ouvi falar, então você é de fora?

- Sim!

- Qual seu planeta? - começo a rir, que idéia louca, claro que é o planeta Terra, acho que ele bebeu alguma coisa. - qual o motivo do riso?

- Bom, meu planeta é a Terra, e o motivo do meu riso é que foi comprado que é impossível viver sem o oxigênio, e os demais planetas não tem plantas, árvores o que torna impossível um ser humano viver fora dele. - quando acabo de falar olho para ele, que está espantado. - o que foi? - pergunto tentando não rir, mas foi impossível.

- Garoto! Você veio do Planeta Terra, como é que está me vendo? Isso é impossível! Nenhum ser humano nós vê, por isso que vocês acham que não existe vida em Marte, o famoso planeta vermelho, que na verdade é chamado de Klides, como que você consegue entender o meu idioma? E respondendo sua pergunta, existe sim árvores em Klides, você deve ter nascido em outro planeta, e deve ter sido enviado para Terra, para ser escondido de algo ou alguém, se você veio da Terra e está aqui, você só pode estar encrencado, não quero mais assunto com você, só vou te dizer uma última coisa, todos temos uma cópia idêntica à nos, então não se assuste se você sair daqui e encontrar um igual a ti, mas a cópia não é tão igual assim.

Assim que ele termina de falar o tal Sandro entra novamente, mas desta vez está furioso.

- CADÊ ELA? ONDE A PRINCESA ESTA? DIGA-ME OU VOCÊ MORRE.

Em busca do meu passado...Onde histórias criam vida. Descubra agora