Prólogo

590 21 0
                                    


POV Natasha Romanoff

O mundo é mesmo muito estranho.

Em um momento, estamos lutando contra um exército alienígena e em outro, estamos destruindo a S.H.I.E.L.D.

Como se não bastasse, recentemente o Gênio-Bilionário-Playboy-E-Filantropo também conhecido como Tony Stark, criou um robô psicopata que tentou extinguir os seres humanos e repovoar a Terra novamente com apenas seres feitos de metal (palavras dele).

Já passamos por tudo imaginável. Nada me surpreenderia, creio eu.

Nada, exceto o que estava por vir...

— Ok, pessoal. Acho que estamos progredindo muito esses dias. Creio que isso dará certo - Steve vira-se para mim nesta última frase, como se quisesse dizer isso diretamente a mim.

Assinto levemente, um pouco ressentida. Honestamente, eu não compartilhava a opinião do Rogers. Eu não achava que isso daria certo.

Após a queda da S.H.I.E.L.D., uma parte minha fora com ela.

S.H.I.E.L.D. era a minha casa. Meu porto seguro. Minha família. E agora tudo se foi.

O que havia sobrado era os Vingadores, que agora também se partiu.

Tony foi resolver a vida com a Pepper, Clint foi cuidar da família e da velha Megan (a vaca). Thor foi procurar enigmas sobre as Joias do Infinito, segundo Steve. E o Bruce... Só Deus sabe onde está e o porquê.

Ficamos só eu e Steve, treinando os novatos que possuem ou armas artificiais ou poderes inexplicáveis.

E agora, temos essa nova agência, que não sei bem o que é. A qual não é a S.H.I.E.L.D. e nem Os Vingadores. É meio que uma mistura de ambos.

Fury esta aqui, mas não é nosso diretor.

Hill está aqui, mas não é uma agente.

Não sei bem o que é isso. E não sei bem se quero isso.

Houve muitas mudanças recentemente. Mudança que transformaram meu rumo, meu modo de pensar, meu modo de agir.

Eu abri meu coração, após dizer a um deus nórdico que amor é para crianças. Fui honesta muitas vezes, embora fui treinada apenas para mentir e interpretar. Minha relação com Clint, que foi o homem que me deu uma segunda chance, se tornou cada vez mais distante.

Criei novos aliados - que podem até ser chamados de amigos -, aprendi a confiar neles e que eles podem confiar em mim, graças ao tempo que passei ao lado do honesto e generoso Capitão América... Digamos que sou um livro inacabado e que ainda há folhas para preencher. Estou em progresso.

Só cabe ao tempo dizer se isso é bom ou mau.

— Continuaremos amanha. Estão dispensados - Steve diz por fim.

Wanda e Pietro se dirigem ao refeitório. Rhodes e Sam voam para fora do edifício e o cara que se auto-titula Visão, senta-se no chão e começa a... Meditar.

Ainda não acredito que convivo com um ser como ele.

— Então - Pigarreia Steve se aproximando - Como acha que fomos essa semana?

— Bem, eu acho - Respondo ainda fitando o vermelhinho meditar - Pra que quer saber a minha opinião?

— Ah, seria bom saber o que você gostou ou não.

Virei-me para ele, cruzando os braços.

— Não me trate especialmente por causa do Banner.

— Natasha, não estou te tratando diferente ou com pena.

— Está assim. Você e todo o resto - Murmuro irritada - Só quero que me deixem em paz.

— Nat, por favor... - Sinto-o agarrar meu braço, mas me solto violentamente.

— Era por isso que eu nunca demonstrei Meus sentimentos! Por causa de vocês que me acham fraca e sentem pena de mim! Isso era tudo que eu menos precisava.

Saio da sala furiosa, deixando Steve para trás.

Caminho pelo extenso corredor tumultuado até chegar à sala vazia acima do salão cheio de funcionários e computadores.

Engulo as lágrimas de saudades e olho a data no meu celular pela quinta vez.

17/04/2015

Quatro anos.

Já se passaram quatro anos desde a Guerra de Nova Iorque. Mas não é pela guerra que eu estou assim. Era por ela.

Ela que não abria os olhos por quatro anos.

Ouço passos lentos adentrarem na sala. Eu sei que não são de Steve ou de qualquer outra pessoa.

— Fury - Digo sem olhá-lo diretamente.

Sinto que ele para de andar e solta um riso.

— Eu ainda não sei como faz isso.

— Anos de prática - Respondo com um sorriso fraco, finalmente guardando o celular.

— Tenho novidades - Diz ele.

— Se for sobre o Banner, não quero saber - Afirmo, cruzando os braços.

— Não - Garantiu ele - É algo bem mais interessante... Sabe que dia é hoje?

— Dezessete de abril - respondo receosa.

— Exato e...

— Faz quatro anos desde o acidente - Completo-o.

— Bem, aí que está. Recebi uma ligação do hospital hoje... - Fury faz uma cara neutra que me deixa preocupada.

E se... Ela estiver morta? Não. Eu não estaria pronta para isso. E creio que nunca estarei.

Perdê-la seria mais doloroso do que tudo que já passei. Mas não creio que minhas escolhas sobre ela diriam que eu a amo. Mesmo que seja totalmente diferente.

Mas o que ele disse foi bem mais inesperado que isso.

— E...? - Indago ansiosa, prestando atenção a cada movimento de Fury que denunciaria a notícia.

— Ela acordou. 






Sasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora