Capítulo 1 - Independence Stolen

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Então, resolvi postar a fic aqui porque muitas pessoas estavam pedindo. Ela também está disponível no spirit. Divirtam-se!

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Escuridão.

Tudo na sua vida se resumia a isso. Nunca pensara que o termo dark seria tão adequado a ela quanto agora, chegava até a ser irônico.

Lauren nunca fora de viver dependente das outras pessoas, até quando era pequena fazia de tudo para ser independente. Cuidava de si e de seus irmãos, até mesmo de Chris, o mais velho. Porém, agora era uma puta de uma brincadeira da vida fazê-la ser dependente dos outros até mesmo para chegar a porcaria do banheiro do restaurante onde estava com a família.

─ Mas que inferno! - exclamou ao bater novamente em uma mesa. Era a terceira, e ela mal havia saído de onde os pais estavam.

─ Tem certeza que não quer ajuda, Laur? - perguntou Taylor, sua irmã caçula, segurando seu braço.

─ Eu já disse que consigo achar a porcaria do banheiro sozinha! Tenho vinte anos, não cinco!

─ Mas você...

─ Deixa ela, Tay. Não adianta discutir.  - disse Clara, a mãe das duas. Lauren teve a leve impressão de ter ouvido um suspiro. - Além disso, não querem ser o divertimento das pessoas do restaurante, querem?

Lauren sabia que provavelmente isso já estava acontecendo. Aliás, ela vinha sendo o centro das atenções das pessoas há longos cinco meses, desde o acidente. E ela odiava cada maldito segundo daquilo.

─ Esquerda, segue em frente, direita, e estou no banheiro. Não tenho como me perder. - ela soltou seu braço bruscamente. - Agora, se me derem licença...

Ela sabia que estava sendo rude com sua família, mas seu gênio nunca foi dos mais promissores. E sua atual "situação" só a tornou ainda mais insuportável.

Lauren seguiu em busca de seu objetivo, usando a bengala como guia e sua audição como GPS. Ela vinha aprendendo a se adaptar a usar esse sentido como substituto de seus olhos. Se vinha funcionando? Seus machucados e roxos espalhados pelo corpo, ocasionados de quedas e tropeções, era o resultado dessa sua "adaptação".

Felizmente, ela conseguiu chegar a porta do banheiro feminino sem uma nova marca em sua pele ridiculamente branca.

Ela nem sabia o que estava fazendo ali, não estava de bexiga cheia ou algo do tipo. A verdade era que ela precisava fazer isso, provar para os outros e para si que era capaz de achar um estúpido banheiro sozinha.

Resolveu lavar as mãos, batendo a bengala na parede até encontrar a torneira. Ouvia água corrente logo perto, será que alguém havia deixado uma das torneiras abertas? Ouviu uma descarga ser acionada e logo em seguida alguém sair de um dos reservados, provavelmente indo até onde ela estava. Ela deu um passo para trás, desde que perdera a visão ficou mais receosa em relação as pessoas.

─ Deveria parar por aí, ou vai acabar caindo na font... - disse uma voz suave, advertindo-a. Pena que foi tarde demais.

─ Mas que merda! - Lauren gritou, caindo de bunda na fonte. Logo sentiu um par de mãos tentando levantá-la, acompanhadas de uma risada irritantemente melódica. - Não preciso de ajuda, estou bem! - disse, tentando livrar-se em vão das mãos.

─ Claro que está, isso é visível. - a dona da voz irritante murmurou, ainda rindo. Ela não à soltou até que estivesse na segurança da firmeza de seus dois pés. - Meu Deus! Sua bunda tá toda molhada! Parece que fez xixi nas calças!

A voz continuava a rir dela. Ótimo! O que Lauren mais precisava era de mais uma pessoa para caçoar de sua situação!

─ Que inferno! - exclamou ela, ignorando a dona da voz. Só então percebeu que sua bengala tinha caído. Maravilha! Agora teria de se humilhar tateando o chão em busca daquela maldita coisa! De quem foi a ideia idiota de colocar uma fonte dentro de um banheiro feminino?!

─ Aqui. - disse a voz, entregando-a a bengala. - Desculpe, não queria rir de você. Mas é que é difícil achar alguém mais desastrada do que eu.

─ Obrigada! - exclamou bruscamente ao pegar a bengala. - Pode, pelo menos, me dizer onde ficam as toalhas?

─ Não tem.

Ótimo! Agora ela deveria sair do banheiro encharcada e mais uma vez humilhada, e sua família teria mais uma prova de que ela não podia cuidar de si mesma.

─ Não vai sair assim, vai? - perguntou a voz ao vê-la tateando o caminho de volta a porta do banheiro.

─ Se não tiver um par de calças reservas, então sim, provavelmente vou.

─ Não tem vergonha de que a vejam assim?

─ Sou cega, já é motivo o suficiente para sentir vergonha.

─ Ser cega não é motivo para sentir vergonha. Agora, sair com os fundos molhados... - a garota acabou rindo. - Posso ajudá-la a sair sem ser vista, se quiser.

─ E por que faria isso? - Lauren perguntou, impaciente.

─ Porque me sinto mal por ter rido de você. Mas, como disse antes, nunca estive do outro lado dessa situação. Geralmente, são os outros que caçoam do meu jeito atrapalhado. - ela suspirou, contendo-se para não rir. - Tem uma saída para funcionários logo a direita. Posso ajudá-la a sair por lá.

Lauren pensou em sua família dentro do restaurante, que provavelmente já estava preocupada com sua demora. E em como ficariam se ela saísse sem dizer nada...

─ Tá, tanto faz. - disse, por fim, e logo em seguida sentiu um braço enganchar-se no seu. Ela tentou puxar, porém, a outra apenas a apertou ainda mais.

─ Se vamos fugir, deveria pelo menos me dizer seu nome. - a outra falou de uma forma animada, guiando-a para fora do banheiro. - Sou Camila Cabello.

─ Lauren Jauregui. - murmurou, relutante, porém indiferente. Lauren só queria sair logo dali e ir para casa sozinha.

Camila não sabia, mas dera a Lauren não apenas a chance de escapar de um vexame, também a dera a oportunidade de provar que ela podia ser independente.





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