Capítulo 10- An Unusual Friendship

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Talvez ela não a mate de primeira.

Talvez, Lauren tenha acordado com sorte hoje.

Ela bufou, duvidando disso.

Faziam quase dez minutos que Dinah e ela estavam sentadas em um completo e enlouquecedor silêncio, e algo em Lauren dizia que isso fazia parte do plano de Dinah de intimidá-la. Ainda bem que ela não podia vê-la, não sabia se teria coragem de encará-la no momento.

— Ok, Gasparzinho... Chega disso! – disse Dinah, batendo as mãos para chamar a atenção da morena. – Você sabe por que estou aqui. Então, vamos direto ao ponto.

— Veio me bater? – indagou, com sarcasmo. Mas, não podia negar que tinha um pouco de verdade naquela frase.

Dinah fez um som nasal, revirando os olhos.

— Bem que você merecia isso. Mas, não. Não vim aqui para isso.

— Então, pode esperar eu me trocar e lavar o rosto, suponho?

— Vá em frente. Aliás, você está com uma cara péssima! Parece que não se alimentou de sangue há um bom tempo. – Dinah soltou sua risada exagerada, e Lauren apenas limitou-se a um breve revirar de olhos. – Essa sua voz rouca... Está doente, vampirinha?

— Você também estaria se tivesse caído na piscina tarde da noite. – Lauren murmurou com ironia, levantando-se em seguida. – Eu diria para ficar a vontade, mas creio que já fez isso por si. E não se preocupe, eu estou ótima!

Dinah a observou ir até a escada e subir com cautela, admirando-se da facilidade com que ela fazia isso sem nenhuma ajuda. Já Lauren sentia o olhar da outra garota nas suas costas. Não sabia de onde havia tirado isso, mas sabia que Dinah estaria ao seu lado em poucos segundos caso algo acontecesse. Dinah parecia ter um instinto protetor forte, e Lauren recordava que ela comentara ter irmãos mais novos, deve ser por isso. A prova disso era o fato dela ter batido na sua porta tão cedo pela melhor amiga.

Enquanto Lauren estava no andar superior, Dinah passeava pela sala vendo as diversas fotos de família espalhadas pelo local. Infelizmente, nenhuma parecia ser muito recente. Apenas rostos sorridentes de três crianças se destacavam nas imagens, e algumas fotos do que ela pensou serem os pais de Lauren quando mais jovens. Porém, a foto que mais se destacava no local era das duas irmãs abraçadas próximas a uma árvore de Natal. Lauren não parecia ter mais que quatorze anos na foto, o sorriso que a morena carregava era... Iluminado. Dinah se perguntou quando exatamente aquilo havia sumido.

Ouviu passos aproximando-se devagar, fazendo a polinésia virar-se envergonhada por ter sido pega bisbilhotando a casa. Lauren não parecia muito diferente de sua aparência anterior, ela apenas tinha substituído o moletom e a camisa por outros quase idênticos. Seus cabelos caiam soltos em uma cascata negra, e seus olhos e nariz estavam avermelhados. Ela não parecia nada bem.

— Antes de começar o interrogatório. – disse ao ouvir a movimentação da outra. Sua voz tinha melhorado um pouco, porém, ainda era de uma rouquidão incomum até mesmo para ela. – Podemos ir até a cozinha? Preciso de uma xícara de café puro e de uns analgésicos.

— Isso é bem visível. – Dinah comentou ao se aproximar da garota de olhos verdes, e então enganchou o braço no dela mesmo sob os protestos da mesma. Assim que sua pele tocou a de Lauren, sentiu o quão febril a morena estava. – Nossa! Tem certeza que está bem? Porque não é o que parece.

— Acho que "bem" não se encaixa em nada comigo, literalmente.

Dinah percebeu o tom receoso na voz da morena, que era falha e pouco audível. Estava começando a realmente ficar preocupada com ela, parecia estar bem pior do que aparentava. Não, DJ - repreendeu-se mentalmente - nada de ficar com pena da garota! Veio aqui para colocá-la contra a parede e falar umas boas verdades na cara da morena, e faria isso custe o que custar!

Blind LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora