Capítulo I

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Era uma sexta- feira normal, como qualquer outra, eu estava voltando da escola à pé, pois era só uma quadra de distância da minha casa.
Assim que entro em casa sou recebida por gritos e xingamentos, como de costume.

- Felicia, como ousa sair de casa sem cumprir suas obrigações? Olha só essa bagunça! - Minha mãe grita e gesticula, apontando para o chão.

- Estava na escola. - Respondi simplesmente, já subindo para o meu quarto.

Estava cansada disso tudo, toda essa cobrança me deixa louca. À propósito, me chamo Felicia Lewis, filha de Adelle Turner e James Lewis.
Na maior parte do tempo, sou uma pessoa bem calma, mas minha mãe sempre coloca suas obrigações em mim, e isso desencadeia várias brigas. Meu pai sumiu quando eu tinha cinco anos. Pelo menos é o que minha mãe diz, apesar de eu ter somente memórias afetivas com ele, me parecia bem carinhoso. Eu também tenho um cachorro que apelidei de Duke, mas nem sempre posso dar a devida atenção que ele merece.
Às vezes eu só queria ficar sozinha.
Minha mãe não me apoiava nos estudos, dizia que era uma perda de tempo. Mas eu gostava, eu precisava disso, sair de casa por algumas horas e ocupar minha mente.
Tenho duas amigas, Alicia Garcia, e Emilly Addams. São dois anjos, que sempre me ajudam como podem,e eu às amo.
Assim como eu era julgada e irritada em casa, não era diferente na escola.
Abgail era uma das meninas mais estúpidas da escola, e não gostava de mim, isso por que, na quinta série, o garoto que ela gostava James Franco - ainda gosta - não queria falar nem sair com ela, por outro lado, gostava da mimha companhia.
Logan... Era o "esquisito solitário e charmoso" da escola. Eu adorava o simples fato de ele ser da minha turma em três aulas, só pra poder ficar olhando aqueles lindos olhos misteriosos.
Abgail sabia disso e sempre dava um jeito de me deixar constrangida na frente dele.
Uma vez, na aula de biologia, ela jogou um bilhete na mesa dele como se fosse eu quem tivesse mandado. Foi péssimo. Eu realmente queria sumir.

Depois que fiz minhas "obrigações" minha mãe chegou no meu quarto.
- Duke sumiu!

- Oi? - Eu só podia ter ouvido errado! Meu Duke, não podia ser verdade.

- É, você ouviu, deve ter pulado pelo portão ou algo assim. - Ela disse, como se fosse pouco.

Meus olhos se encheram de água, eu rapidamente juntei celular e chaves, peguei meu casaco, coloquei tudo na mochila, pronta pra ir à procura de Duke.

- A única coisa que eu te pedi foi isso, e você não pôde fazer por mim. - Disse com a voz embargada, e com o rosto molhado. Duke era velho, se sofresse qualquer coisa, não sobreviveria.

- Fique quieta, Felicia. Agradeça por ter uma mãe que te dá tudo!

- Você não me dá nada, e mesmo assim sou grata. Tô saindo. - Disse e fui em direção a porta.

- Vai aonde? Você ainda não limpou meu quarto.

- Quer saber?! Cansei, não aguento mais, vou dar um jeito de sair daqui, ir embora.

- Por isso que seu pai foi embora sua ingrata. Por SUA causa.

Oque?! Não, não, não. Eu não podia acreditar.
Saí de casa aos prantos, não ia nem voltar. Cai de joelho no meio da rua, e chorei, chorei muito, tinha que achar Duke, nem que eu morasse com ele na rua.
Parei de chorar e tudo ficou escuro.
Quando eu acordei já estava ficando tarde, estava com fome, então olhei na mochila oque tinha.
Nada além do meu celular, chaves, o casaco, prendedores de cabelo, meus cadernos e estojo. Só isso!
Minha carteira estava no bolso, então talvez pudesse passar no mercado pra comprar alguma coisa pra comer. Não tinha visto ninguém no caminho até o mercado, mas não tinha me preocupado. Entrei e também não tinha ninguém, nem no caixa, oque é muito estranho, eu só posso estar louca.
Várias perguntas se formaram na minha mente. Onde foi parar todo mundo? Será que era uma pegadinha? Oque eu ia fazer?
Voltei correndo pra casa, pelo menos minha mãe estaria lá, e eu poderia dormir na minha cama quentinha, mas para o meu desespero minha mãe não estava em casa. Me apavorei e comecei a chorar. Depois que me acalmei um pouco, subi para o meu quarto e resolvi dormir, quem sabe minha mãe não aparece amanhã?!

FelíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora