Capítulo V

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Estava suja, precisava de um banho!
Fui até a minha casa na intenção de tomar um banho e mudar de roupas.
Eu estava bem longe de casa, andei quase o dia todo para conseguir chegar.
Minha casa estava tão vazia, tão fria, não parecia que um dia aquele lugar já havia sido habitado.
Fui até o meu quarto no andar de cima, analisado bem onde estava. Algo parecia errado. Mais errado do que tudo já estava, era como se eu estivesse sendo observada, porém não tinha ninguém em lugar nenhum.
Abri meu guarda roupa e peguei uma toalha, logo corri para o banheiro enchi a banheira bem quente.

Me veio na mente uma cena de um filme de terror, onde a garota solitária está tomando um banho em sua banheira e acaba sendo surpreendida por um assassino. Tiro esse pensamento da minha cabeça e relaxo.

As coisas são difíceis. É como estar em um labirinto com os olhos vendados. Você acha que tem pessoas ao seu lado, mas está sozinha. Não é como se eu devesse abandonar todo mundo, mas eu me pego pensando: Será que eles lutariam por mim? Será que tentariam me salvar da mesma forma que estou prestes a fazer? 

Sim, eu vou tentar descobrir o que está acontecendo, e Carter irá me ajudar por bem ou por mal, não ligo que seja grosso comigo ou que me xingue, mas agora, eu preciso dele! Saí do banheiro e coloquei uma roupa nova, preciso de algo que seja pesado e que me proteja de possíveis e prováveis arranhões. No exato momento que estou colocando minha blusa, vejo algo passar diante a porta. Desço as escadas devagar e vejo Carter olhando diretamente para a criatura que me atacou. Era um ser horrendo, de pé deve chegar a dois metros de altura, completamente peludo, seus olhos pareciam dois buracos escuros e seus dentes não cabiam na boca.

Carter o olhava e parecia se comunicar, quando de repente, a criatura levanta sua pata direita e disfere um golpe em Carter, que permanece parado, olhando para o monstro e sussurra algo . No momento que Carter sofre o golpe, parece não sentir nada além de raiva, eu, por outro lado, sinto uma forte dor no braço esquerdo, mesmo lugar onde Carter foi acertado. Não aguento e acabo soltando um pequeno grito. Assim que olho novamente para baixo, vejo que a criatura está subindo correndo em minha direção e Carter vem atrás.

-Coloque a mão no pescoço! - Carter ordena e eu o faço. 

No mesmo instante percebo que a criatura parece ficar cega. Então Carter coloca a mão no pescoço do monstro e o quebra, com muita facilidade. Depois de alguns minutos nos encarando, ele me olha e começa a sair.

-Carter! - Eu o chamo. - Por favor, eu preciso de respostas.

-Outra hora! - Ele responde e me dá as costas.

-Ah, claro, até porque você deve estar bem ocupado. - Disse, o que o fez se virar para mim. - Não tem ninguém aqui Carter!

-Exato!  Aqui! Você está focada no lugar errado Felicia, não é o aqui que importa, não tem só o aqui!

-E como eu saberia? Por que disse que me ajudaria se não se preocupa em me explicar nada?

-Porque seu pai me pediu Felicia! Ele me pediu pra tomar conta de você, mas não me confunda com uma babá.

-Se é esse o tipo de ajuda que você tem pra me oferecer eu não quero mais. 

Assim que eu disse essas palavras, Carter me olhou de um jeito estranho, eu quase pude ver um brilho em seu olhar. E foi exatamente assim que ele me deixou para trás.

FelíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora