- Olá, Kurou. - Disse por fim, dando um belo sorriso de desprezo. Eu não quero ser manipulado por alguém como ele.
- Olá, Haru. Não precisa fazer esta cara para mim, sei muito bem que você não me quer por perto, mas, não posso fazer nada, são ordens do seu avô. Só vamos tentar fazer isso dar certo, ok? - Disse ele, sorrindo maliciosamente enquanto entrava no meu apartamento carregando suas malas. Para quem iria começar a viver em outro lugar hoje, ele trazia pouca bagagem.
Colocou as malas no chão ao lado do sofá, suas costas estavam baixas. Ele estava cansado da viagem. Ah, agora eu percebi que eu não sei nada sobre ele. Espera, porque eu quero saber sobre ele? Ele só vai ser mais um peso para mim carregar. Não preciso saber nem me preocupar com nada.
- Deixe suas coisas ai mesmo. Esta é sua nova cama, espero que seja confortável para você. - Disse batendo minha mão no sofá e rindo. Esse sofá era enorme, mas iria ser pequeno para o Kurou. Ele não iria caber direito e ficaria com dor. Não ia demorar muito para que ele fosse embora daqui.
- Muito obrigado. Disse ele dando um sorriso para mim. Seus olhos brilhavam. Ah, nunca me importei em ver o pôr do sol, mas com ele ali aquilo ficou extremamente belo. A luz que entrava pela janela fez com que aqueles olhos amarelo ouro ficassem ainda mais bonitos. Quando notei estava o admirando novamente. Merda, porque ele tinha que ter aqueles olhos que viam através de mim?
Um baralho me tirou daquele transe. Era noite, e eu estava com fome. Ele ouviu o barulho, e riu. Sua risada debochada, e seu sorriso me fizeram corar. Meu rosto ardia mais do que meu estômago roncava, então eu mesmo acabei rindo da situação.
- Onde eu posso me trocar? Irei comprar comida para nós. - Apontei as escadas, ele pegou algumas coisas na mala e subiu. Ele mal chegou e já irá me comprar comida? Bom, pelo menos eu não terei que fazer isso mais. Limpei algumas coisas enquanto ele se vestia, quando vi já eram 20:00hrs. Olhei pela janela, estava escuro e frio lá fora.
Escutei passos e me virei para vê-lo. Ele tinha tirado aquela roupa social e colocado uma mais casual. Usava uma camiseta preta e um casaco jeans da mesma cor com pelos marrom. Sua calça jeans com estampa de camuflagem e suas botas pretas davam a ele um look selvagem. Agora seu cabelo estava para trás e seus óculos não estavam mais ali.
Ele era lindo. Percebi que estava pensando em coisas raras e me virei olhando novamente pela janela.
- Então, que tipo de comida você gosta? - Ele perguntou me olhando. Eu não respondi então ele chegou mais perto de mim, e sussurrou no meu ouvido... - "Ou você gostaria de ser a comida?" - E riu. Me virei e dei um tapa na cara dele. Ele me olhava surpreendido enquanto colocava a mão por cima do rosto.
- Não brinque comigo, seu babaca. Por acaso tenho cara de alguém que se interessa por homens? Principalmente por homens inúteis como você. Compre o que você quiser, e me faça um favor também. Não volte mais aqui!
Me esquivei dele e sai correndo escadaria acima. Parei ofegante em frente a porta do meu quarto, e sentei ali mesmo. Eu precisava me acalmar, não podia me deixar atingir desse jeito por uma brincadeira estúpida. Então ouvi passos, e logo atrás deles a porta se abrindo, e depois se fechando. É, ele tinha ido. Espero que nunca mais volte!
Ele tinha ido, e eu estava sentindo coisas estranhas. Desci até a sala e fui para a janela. Consegui ver ele saindo do prédio. Sua cabeça estava baixa, e suas mãos estavam dentro do bolso. Fazia frio lá e aquele idiota não tinha sequer colocado um cachecol ou uma luva. Me sentei no sofá e fiquei esperando.
Já eram quase 23:00hrs e ele não tinha voltado. Será que ele não vai voltar? Eu o mandei embora... Onde será que ele está? Preciso saber se ele está bem. Merda, ele foi um babaca, porque eu me preocupo com ele? Eu nem ao menos o conheço direito e ele já me fez ficar desse jeito. O que está acontecendo comigo?
Quando abri meus olhos, não tinha ninguém ali. As malas dele tinham sumido, o cheiro dele tinha sumido,e isso me incomodou. Ele tinha ido mesmo embora e aquilo me machucou. Meu peito doía, e eu sentia que eu iria começar a chorar a qualquer momento. Apenas gritei seu nome e senti algo frio me tocando.
Hã? Eu tinha dormido. Então, aquilo foi um sonho certo? Mas, o que está me carregando? E para onde? Pensava em coisas assim ainda com os olhos fechados, mas algo me fazia cócegas. Quando abri-os, aqueles pelos marrons estavam encostando em meu rosto. Percorri com os olhos o restante daqueles pelos, vi suas mãos em minha perna e em minha cintura. Eu estava sendo carregado como uma princesa.
- Kurou? - Disse com a voz sonolenta. Logo aqueles olhos me encararam e eu sentia um pedido de desculpas vindo deles. Ergui minha mão e encostei em seu rosto, estava pálido e gelado. Ele passou frio nesse tempo que ficou fora.
Quando percebi, já estávamos dentro do meu quarto. A cama era grande, com uma mesinha do lado. O tapete era branco e as cortinas também. Ao lado da janela ficava a estante de livros e o desktop com meu computador e algumas papeladas, o banheiro e o closet ficavam do lado oposto da estante.
Ele me colocou na cama e me cobriu. Antes que eu pudesse falar algo, ele me sussurou... - "Me desculpe" - em meu ouvido, deu-me um beijo na testa e saiu.
- O que foi isso? É claro que eu te desculpo, idiota ! - Gritei enquanto cobria meu rosto corado com a coberta.
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Continuará
(Aqui está o Cap. 2. Já podemos ver que Haru começa a sentir algo por Kurou, mas será que isso é amor? Não deixe de ler o próximo capítulo e de deixar seu voto e seu comentário, eles são MUITO importantes para mim. Obrigado pela leitura e pelo futuro apoio de vocês. <3)
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Suddenly Love.
RandomO que você faria se descobrisse que teria um guarda-costas a partir de hoje? Haru odiava essa idéia, mas, depois que conheceu Kurou, o guarda-costas, as coisas começaram a mudar. Isso seria amor a primeira vista? Porque Kurou mexe tanto assim com el...