Capítulo 3

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Era mais ou menos umas oito e meia da noite quando eles saíram da casa de Corrêa. Atravessaram a rua, passaram por dois quarteirões, viraram a direita no primeiro cruzamento e por fim dobraram a direita mais uma vez, só que desta vez em uma esquina.

Corrêa tinha levado Arthur para um beco largo e um pouco escuro. Essa escuridão começava a desaparecer à medida que eles avançavam; nos dois lados só se via parede e a frente eles podiam ver agora uma grande casa de dois andares com uma ampla varanda. As cinco janelas (duas no térreo e três no primeiro andar) tinham cortinas vermelhas, a frente da casa estava muito iluminada e a grande porta dupla da frente estava aberta e dela saia uma música muito agradável (a música era cantada por uma mulher e tinha um certo tom sensual).

- Que lugar é esse? – pergunta Arthur

- Não vai me dizer que nunca esteve aqui? – pergunta Corrêa com um notável espanto

- Em um bordel?! – retruca Arthur

- Sim, um bordel! – responde o amigo ainda incrédulo - Casa de lazer, prostíbulo, brega, cabaré, puteiro, como quiser chamar!

- Claro que não! – exclama Arthur – O que acha que eu iria fazer aqui!

- O que todo mundo faz em um brega, ou pelo menos pensa fazer! Fique tranqüilo, eu conheço umas moças muito formosas por aqui!

- Pensei que eu ia encontrar o amor!

- E vai!

- Como?

- Você vai FAZER AMOR! – exclama Corrêa

- Ah tá! - Arthur se irrita e ameaça deixar o local, mas antes de sair ele esbraveja - Legal de a sua parte me trazer aqui, mas eu não escrevo peças com tais temas, e mesmo se eu escrevesse diretor nenhum leria uma peça dessa, muito menos aceitá-la!

- Arthur, me responda uma coisa – diz Corrêa, este para um pouco e... – Você ainda é... intocado?

- O que?? Como assim? - ele gagueja bastante, suas mãos tremem e sua voz sai embargada - Eh!...Bem...

- Já vi tudo! – exclama Corrêa – Logo você Arthur! Um jovem em tamanho potencial, esperando a princesa encantada!

- Sabe como é que é né, eu..., é que... – se complica Arthur

- Em suma, vai desistir? – diz Corrêa – Ainda há tempo! - ele estendia a mão direita para a porta do brega e com a esquerda emburrava o poeta para perto do local. A música embalava a noite e a voz doce era um convite para desvelar os mistérios daquele lugar.

- Nós já estamos aqui! – diz Arthur – Não iremos perder viajem; e se ai não tiver amor, vou tratar de inventá-lo!

- Esse é o Artur que conheço! – exclama Corrêa – Vamos!

Os dois entram no bordel.

Finalmente Arthur vai deixar de ser o intocado, meu bom leitor!! Espero eu que depois dessa ele deixe de ser o bobão que é!

Pois bem, ao entrar no local, uma mulher reconhece Corrêa...

- Tony – exclama uma mulher do balcão que estava logo a frente, seus lábios exibiam um batom roxo e seu olhar era acentuado por uma carregada maquiagem – Por que ficou tanto tempo sem vim para cá?

Ela tinha um corpo bem esculturado saltando aos olhos um grande decote que tomava toda a atenção dos visitantes.

- Que bom! Trouxe um amigo! – completou a mesma

- Saudade do velho Tony não é Esmeralda! – diz Corrêa

Arthur estava espantado com tudo ao seu redor. Tudo era uma grande novidade, ele observava cada canto da recepção do bordel...

Sete dias para o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora