Capítulo 4

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- Julia! – espanta-se Arthur

- Arthur! – espanta-se Julia

- O que você está fazendo aqui? – indaga o incrédulo poeta. Num pulo ele já estava de pé e fazendo caras e bocas sem entender o porquê de sua amiga estar lá.

- Isso pergunto eu! O que você está fazendo aqui? – disfarça Julia, na mesma velocidade do amigo e ela se levantou e seguiu para o lado oposto.

- Perguntei primeiro!

- Sim, mas se você não tivesse vindo para cá eu não teria que te responder! – diz ela

- AH! - ele coça a cabeça e diz de súbito - Vim procurar o amor!

- Logo aqui!?

- Eu não sabia que ia ser aqui!

- Como assim?

- Corrêa me trouxe, ele disse que sabia onde eu ia encontrar o amor!

- E você acreditou!

- Ele fez surpresa!

- E você acreditou que Tony tinha a solução?

- Ora, acreditei...

- Por que não foi embora quando soube que era aqui? - pergunta Julia se sentando na cama. Seus cabelos estavam soltos emoldurando seu rosto delicado. Em um gesto doce e despretensioso ela os reuniu prendeu com uma vareta de madeira.

- Porque eu preciso reaprender a amar! – Arthur estava agitado e falava cheio de gestos – E agora quem faz as perguntas sou eu! O que você está fazendo aqui?

Julia olhou sério para o amigo e ele sentiu o peso de sua pergunta. Sem nada dizer ele fechou a porta e sentou ao lado da bela jovem.

- Precisava de dinheiro – diz finalmente ela

- Você o quê? - o poeta gagueja e continua - Mas seu pai não é rico?

- Meu pai é, mas eu não – diz Julia com a cabeça abaixada – Ele me expulsou de casa!

- Como? Por quê?

- Ele disse que eu deveria escolher entre o luxo da casa e conseqüentemente um casamento forçado com o homem, que pelo qual eu seria submissa ou o meu sonho de ser uma atriz e abdicar da herança dele.

- Sei qual foi a sua escolha

- Prefiro ser pobre, feliz e amada do que rica, infeliz e mal amada. – seus olhos castanhos estavam vermelhos, lágrimas tamborilavam em seus olhos e quando não pode mais segurar, elas escorreram.

Sem nada dizer, o jovem abraçou a amiga e colocou seu rosto choroso sobre o seu peito. Quando ela se desvencilhou ele falou:

- Amor não enche barriga...

- Mas alimenta o espírito e faz o corpo ter saúde para correr atrás dos desejos! – diz Julia – Coisa esta que eu duvido que o dinheiro faria.

- Você conhece o amor?

- Sim e não... Quer dizer, quem sabe. O amor é algo que se sente, não é algo palpável que se possa conhecer... - ela enxuga as lágrimas, faz uma careta e continua - Que história é essa de você estar procurando o amor? – pergunta Julia

- Preciso escrever uma peça em sete dias e nela é preciso ter amor! – suspira Arthur

- Tarefa fácil para você

- Não! Não é! Estou passando maus bocados por causa disso!

- E por que essa dificuldade com um tema que você conhece tanto – ela se levanta e insiste – ou você esqueceu que foi você quem me ensinou a ver o amor da verdadeira forma.

Sete dias para o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora