- Julia! – espanta-se Arthur
- Arthur! – espanta-se Julia
- O que você está fazendo aqui? – indaga o incrédulo poeta. Num pulo ele já estava de pé e fazendo caras e bocas sem entender o porquê de sua amiga estar lá.
- Isso pergunto eu! O que você está fazendo aqui? – disfarça Julia, na mesma velocidade do amigo e ela se levantou e seguiu para o lado oposto.
- Perguntei primeiro!
- Sim, mas se você não tivesse vindo para cá eu não teria que te responder! – diz ela
- AH! - ele coça a cabeça e diz de súbito - Vim procurar o amor!
- Logo aqui!?
- Eu não sabia que ia ser aqui!
- Como assim?
- Corrêa me trouxe, ele disse que sabia onde eu ia encontrar o amor!
- E você acreditou!
- Ele fez surpresa!
- E você acreditou que Tony tinha a solução?
- Ora, acreditei...
- Por que não foi embora quando soube que era aqui? - pergunta Julia se sentando na cama. Seus cabelos estavam soltos emoldurando seu rosto delicado. Em um gesto doce e despretensioso ela os reuniu prendeu com uma vareta de madeira.
- Porque eu preciso reaprender a amar! – Arthur estava agitado e falava cheio de gestos – E agora quem faz as perguntas sou eu! O que você está fazendo aqui?
Julia olhou sério para o amigo e ele sentiu o peso de sua pergunta. Sem nada dizer ele fechou a porta e sentou ao lado da bela jovem.
- Precisava de dinheiro – diz finalmente ela
- Você o quê? - o poeta gagueja e continua - Mas seu pai não é rico?
- Meu pai é, mas eu não – diz Julia com a cabeça abaixada – Ele me expulsou de casa!
- Como? Por quê?
- Ele disse que eu deveria escolher entre o luxo da casa e conseqüentemente um casamento forçado com o homem, que pelo qual eu seria submissa ou o meu sonho de ser uma atriz e abdicar da herança dele.
- Sei qual foi a sua escolha
- Prefiro ser pobre, feliz e amada do que rica, infeliz e mal amada. – seus olhos castanhos estavam vermelhos, lágrimas tamborilavam em seus olhos e quando não pode mais segurar, elas escorreram.
Sem nada dizer, o jovem abraçou a amiga e colocou seu rosto choroso sobre o seu peito. Quando ela se desvencilhou ele falou:
- Amor não enche barriga...
- Mas alimenta o espírito e faz o corpo ter saúde para correr atrás dos desejos! – diz Julia – Coisa esta que eu duvido que o dinheiro faria.
- Você conhece o amor?
- Sim e não... Quer dizer, quem sabe. O amor é algo que se sente, não é algo palpável que se possa conhecer... - ela enxuga as lágrimas, faz uma careta e continua - Que história é essa de você estar procurando o amor? – pergunta Julia
- Preciso escrever uma peça em sete dias e nela é preciso ter amor! – suspira Arthur
- Tarefa fácil para você
- Não! Não é! Estou passando maus bocados por causa disso!
- E por que essa dificuldade com um tema que você conhece tanto – ela se levanta e insiste – ou você esqueceu que foi você quem me ensinou a ver o amor da verdadeira forma.
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Sete dias para o Amor
RomanceJunte uma desilusão amorosa, misture com um grande desafio, tempere com romance, ação, comédia e dê um prazo para que tudo isso se resolva! Isso é Sete dias para o Amor! Tudo começa quando Arthur, um escritor desiludido com o amor, deixa de escrever...