Arthur pegou o chapéu, lavou o rosto e saiu direto para a confeitaria, chegou hora marcada. Como ele mesmo avisou, nem se perfumou, tampouco se preocupou em vestir roupas mais atraentes. Do jeito que estava, seguiu para o local marcado, ele usava uma camisa branca e sobre ela um suspensório segurava suas calças pretas.
Do lado de fora Arthur pôde ver que o cortiço em peso já tinha acordado. Muitas pessoas cumprimentaram Arthur e poucos outros cumprimentaram Corrêa. Este último não era muito conhecido pelo cortiço, no entanto, em seu bairro ele é muito conhecido.
O sol aquecia suave e iluminava incessantemente a linda manhã soteropolitana. Ao longe era possível ver o estalo de carruagens e o trote dos cavalos. Poucos carros foram vistos no percurso.
Não foi possível perder muito tempo andando, pois sem demora ele já se encontrava no centro da confeitaria...
- Pronto entregue – diz Corrêa
- Como assim? Você não vai entrar?
- Eu não! Essa conversa só pertence a vocês dois!
- Está bem! Você vai me esperar aqui?
- Ah, não! Sinto muito! Preciso tomar conta da loja... Boa sorte! Tchau!
Corrêa sai sem pressa, contudo, não demorou muito para que ele dobrasse a esquina e deixasse Arthur para trás.
Arthur acompanhou cada passo de Corrêa... Ele viu tudo, porém nada enxergou, já que a única imagem que projetava era a de Carol.
Meu caríssimo leitor, devo dizer que não tenho a mínima vontade de escrever uma vírgula sequer sobre esta moça, cujo nome é Carol... Esta pessoa me causa asco! Por isso vou pular este encontro e retomar a história no momento em que Arthur sai da confeitaria.
Já era meio dia quando Arthur saiu da confeitaria, o sol queimava vigorosamente, entretanto, ele não se mostrava incomodado, diferente do que se passava com os outros indivíduos. Arthur estava feliz... Satisfeito...
Perdoe-me, meu caro leitor, agora vejo que não dar para continuar a história sem relatar o encontro das onze... Eu aconselho que pule esta parte, pois só o balbuciar dos nauseabundos lábios de Carol é capaz de me fazer vomitar.
Arthur, sem pressa, entra na confeitaria "Doce Beijo". Esta não estava muito cheia, apenas dez clientes enchiam os abastados bolsos dos proprietários. Carol estava sentada no canto, próximo a vidraça principal – parecia que queria mostrar para todo mundo que estava com Arthur.
- Arthur! Aqui! - exclama a jovem com o falso sorriso dela
- Ah tá, como se eu não tivesse visto – pensa ele – Além de besta ela pensa que sou cego – murmura o mesmo.
- Fiquei feliz por você ter vindo! - diz ela se levantando e estendendo mão para ser cumprimentada
- Pensa que eu não posso dizer o mesmo – murmura Arthur ignorando o gesto da moça
- Você disse algo? É que você falou tão baixo que...
- Não – diz secamente o jovem
- Por favor, sente-se.
Arthur arrasta ruidosamente a cadeira e senta. Mesmo assim, Carol manteve inalterado o seu escancarado sorriso.
- Está quente aqui, não é? – diz ela
- Nem percebi, aliás, até acho que está um pouco frio aqui.
Carol deixa de sorri e de forma acanhada diz:
- O sol hoje não está de bom humor.
- Se quer que eu pague um sorvete pode ir desistindo.
- Arthur! Olhe, não foi por causa do seu dinheiro que eu me aproximei de você!
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Sete dias para o Amor
RomanceJunte uma desilusão amorosa, misture com um grande desafio, tempere com romance, ação, comédia e dê um prazo para que tudo isso se resolva! Isso é Sete dias para o Amor! Tudo começa quando Arthur, um escritor desiludido com o amor, deixa de escrever...