V.

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Emma

Passou uma semana desde que o Louis encostou os seus lábios aos meus de raspão. Na altura fui apanhada desprevenida, mas o meu coração diz que me senti bem com a situação. Não falei com o Liam sobre o que estou a sentir e sei que ele já reparou que alguma coisa não está bem. E não está bem mesmo. Desde aquele dia nunca mais estive com o Louis. É sempre a mãe dele que vem buscar o Luke ao colégio e mesmo que eu queira não me atrevo a perguntar pelo filho dela. Foi estranho o desenrolar da situação naquele dia mas eu necessitava de lhe tocar. Assim que ele me disse que se ia divorciar da Catherine foi como uma lufada de ar fresco. Não podia continuar a sentir o que sinto e não poder fazer nada. Lembro o primeiro dia que o Louis veio buscar o Luke e o som da sua voz acalmou o meu coração de alguma forma especial. Não sei explicar bem, mas senti uma conexão inexplicável. Pode parecer estúpido, mas cada vez que estou perto dele é como se o mundo ficasse cem vezes melhor. Com o Luke acontece o mesmo. Aquela criança trouxe um pouco de luz à minha vida. Mas decididamente é o pai que me "atrai". Estou num misto de emoções, muito pelo facto que desde o acidente que não me envolvi com mais ninguém. Lembro que o Zayn, um grande amigo do Liam e meu se propôs a arranjar-me um encontro a quatro como ele dizia. Ia ele, a namorada Lucy e o primo dele. Nunca cheguei ao encontro pois o acidente aconteceu. Chovia bastante naquele dia e... Prefiro nem lembrar embora algum dia tenha de o fazer. O Luke diz que o pai anda meio triste e ou muito me engano ou acho que eu sou a culpada disso. Muito provavelmente arrependeu-se do beijo que me deu. Óbvio que é essa a razão do seu silêncio repentino. Quem quererá ter uma relação com uma mulher cega e que depende sempre de outros para poder ter uma vida normal. Quando pedi para tocar o seu rosto, foi mesmo porque senti a necessidade de imaginar quem me enche o coração desta forma. Bom, e cá estou eu mais uma vez a terminar o dia aqui no colégio. Só falta mesmo virem buscar o Luke e eu vou para casa descansar. Oiço barulho no corredor e mais uma vez dou conta que é a avó do Luke que o vem buscar mais uma vez.

- Luke a tua avó acabou de chegar – A Anita fala da entrada da porta.
- Vai vestir o casaco pequeno. – Digo levantando-me eu também.
- Emma está um homem no portão para falar contigo. – Ela diz.
- Um homem? Disse quem é? – Pergunto sentindo um arrepio repentino.
- Robin Brown. – Ela responde suavemente. – Deduzo que seja da tua família.
- Robin Brown... Não conheço, pois o único que conheci abandonou-me há oito anos atrás. – Falo meio brusca.
- Queres que o mande embora?
- Não. Eu própria trato do assunto. Aproveito e deixo o Luke com a avó.

Com a ajudo do Hatchi e da Anita seguro a mão do Luke e dirijo-me para fora do colégio.

- Bom Luke, até amanhã. – Deixo-lhe um beijo na testa.
- A-até amanhã. – Ele abraça-me.
- Boa tarde Emma. Desculpe o atraso em vir buscar o Luke.
- Boa tarde... Hmm...
- Joahanna. – Sinto-a sorrir. – O meu neto adora-a e passa o tempo a falar em si.
- Joahanna, não me trate por você. Trate-me apenas por Emma. E já agora o Luke é uma criança adorável e não me custa passar tempo com ele.
- Acho que nesse aspeto sai ao pai. Por falar no meu filho... Bem ele pede desculpa por qualquer erro que tenha cometido para contigo.

Agora eu tinha certeza que ele estava arrependido do que se passou. Pois é Emma. Mais uma vez não passaste de uma mera curte de alguém.

- O seu filho não tem de pedir nada. Ele não me fez mal nenhum, muito pelo contrário. Agora se não se importam eu vou andando. – Sorrio para ela.
- Então até amanhã.
- Até amanhã.

Oiço os seus passos afastarem-se do local onde estou e assim que me viro e aperto o meu casaco sinto uma presença masculina. Pelo seu perfume deduzo log quem seja.

Nobody Sees [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora