†Road†

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Quando Vivian saiu do quarto Diego a acompanhou até o restaurante pequeno do posto. Todos estavam lá, Belle e Matheus preparavam a comida, enquanto Romeu e Gabriel estavam arrumando um bom lugar para tomarem o café da manhã. Encontraram bastante comida, e foi um café da manhã perfeito, se não fosse o cheiro do ovo podre que Matheus quebrou sem querer.

Mas isso era fácil de deixar passar, afinal, nada melhor que ter dormido em uma cama e ter acordado e tomado um bom café da manhã sem preocupação alguma.

Depois de terminarem, todos se olharam, depois olharam para a mesa sem mais nada, olharam entre si novamente, e todos sabiam que, já que aquele momento não duraria por muito tempo, decidiram passar mais tempo ali. Todos começaram a rir e se levantaram para fazer mais comida.

Comeram até não aguentarem mais, e sempre de bom humor contavam mais e mais histórias. Enquanto Matheus filmava tudo, cada detalhe, cada risada, cada tosse seguida por tapas na costa por engasgarem de tanto rir. O dia estava ótimo, mas todos sabiam que já tinham passado muito tempo ali.

Quando terminaram a terceira rodada de café da manhã, Matheus deixou a filmadora em cima de uma mesa e saiu para a cozinha para buscar o resto de comida que eles não usaram para fazer o café. Arrumou tudo e já estava voltando para a mesa quando sentiu o chão tremer de leve. Ele passou pela porta que separava a cozinha para o salão do restaurante, e viu que estava tudo em seu lugar. Todos ainda rindo na mesa, o chão empoeirado, as outras mesas viradas como se tivesse tido um terremoto ali. E foi ai que Matheus descobriu que tenha algo errado.

–Galera! Seria correto afirmar que de todos os lugares por onde passamos, esse é o único que não tem cadáver algum?

Todos param de falar e se olharam, depois de um tempo se levantaram e saíram conversando como se tivessem se tocado que havia algo errado. Mais não perderam a animação. Foram para seus quartos arrumarem as coisas e se prepararem para sair.

Quando estavam todos prontos um ruído cruzou o céu.

Um jato passou a toda velocidade seguindo para o norte, e era para onde eles iriam.

–Aquele jato era da FEAR –Belle subiu no ranger- Devemos estar perto do ponto de encontro dos rebeldes.

–Ponto de encontro? –Gabriel saiu do quarto e todos foram para os carros –Não sabia que tinha um ponto de encontro.

–Na verdade, não é um ponto de encontro marcado –Romeu ligou o carro falando alto para que os outros escutassem obre o barulho do motor do carro –Mas como é lá que os rebeldes sempre vão, é lá que vamos encontrar eles!

Vivian pegou o rádio do carro para poderem conversar.

–Se é para lá que essa jato vai! Eles não vão descobrir os rebeldes? –Vivian estava inquieta mexendo na venda que estava no seu rosto.

–Esses jatos não estão à procura dos rebeldes! –Belle respondeu –Eles vão para depositar algumas coisas aqui no deserto. Vocês irão ver!

Eles partiram levantando poeira e deixando para trás o grande restaurante.

Matheus estava dentro do Ranger, e aproveitou para gravar sua história.

–Oi, Meu nome é Matheus Scala, e estou aqui para dize para você que se encontrar este vídeo eu já poderei ter morrido, e essas baboseiras que se fala quando gravamos essas merdas! Vamos ao que interessa!

***

Matheus estava saindo da universidade pelo portão principal quando viu os militares correndo no meio da rua indo em sua direção. Ele se virou e correu para dentro novamente, derrubando várias pessoas pelo caminho. Ele estava encurralado se não conseguisse chegar em outra saída.

A universidade era enorme, tanto que ele não conhecia nem 30% dela. Mais correu pelos corredores que conhecia. Não queria correr o risco de acabar em um corredor que não dava em lugar algum.

Sentiu algo puxar a mochila que estava na sua costa, ele tentou tirar ela, mais isso o custou tempo. Ouviu as botas pesadas correrem em sua direção. Ele conseguiu tira-la das costas e continuou correndo sem olhar para trás uma vez se quer. Eles estavam perto demais, e gritavam ordens uns para os outros, Matheus dobrou um corredor pedindo para estar dobrando o corredor certo.

Uma onda de eletricidade passou por seu corpo quando viu que corria para um elevador que se fechava. Sem pensar duas vezes ele se jogou para dentro derrubando uma garota de joelhos e batendo a cabeça na parede do elevador.

O sensor da porta do elevador foi acionado e ela não se fechou. Ao contrário, ela abriu novamente, e um militar correu para ela a toda velocidade. O homem e a mulher que anda estava de joelhos no chão entraram em pânico e saíram às pressas do elevador, esbarrando no militar que se desequilibrou, e quando tentou alcançar o Matheus as portas do elevador foram seladas e ele começou a subir.

Matheus estava tremendo quando viu que o elevador estava indo para o quinto andar. "Droga! Como vou descer de lá?! Estou encurralado! Eles conseguiram! Disseram que vinham me buscar, e aqui estão eles! Fui chamado pela FEAR a três dias apenas! Eles deveriam estar aqui apenas no quinto dia! Como eles sabiam da minha fuga? Fiz tudo com cautela!"

O elevador parou e Matheus correu antes mesmo da porta se abrir por completo. Estava em um corredor largo. De um lado se distribuíam portas de salas de aula, e do outro grandes paredes de vidro, e lá de cima dava para ver uma rua grande que seguia para o centro da cidade. "Está ali. Aquela rua lá em baixo não faz parte da universidade. Tão perto, e eu fiquei encurralado aqui! Que droga!" Matheus gritou todos os xingamentos possíveis que se lembrou e percebeu que estava soluçando, e se recusou a derramar uma lagrima sequer! Olhou para o elevador que agora havia descido, depois para o fim do corredor que dava nas escadas. Sabia que naquele bloco só haviam sete andares, e tentou se lembrar do que tinha nos dois últimos andares. O elevador voltou a funcionar quando ele se deu conta de uma coisa que havia acontecido no sexto andar na semana passada. Correu para a escada e ouviu a porta do elevador se abrir, quando chegou na escada percebeu que nada vinha na sua direção, mas continuou correndo. Chegou no sexto andar e viu que as faixas amarelas ainda estavam do lado da parede de vidro.

Uma semana atrás um garoto derrubou algumas peças de canos feitos de aço ali no corredor, e algumas partes do vidro trincaram. "Se eu for pego, sei que eles vão me torturar! Melhor morrer de uma vez por todas!"

O elevador abriu e três militares correram em sua direção, Matheus não pensou duas vezes. Correu para o vidro trincado, protegeu seu rosto e se atirou do sexto andar. E quando estava caindo, algo prendeu em sua perna, e sua queda de encontro com a morte foi interrompida, jogando ele de frente com o vidro do segundo andar. Algo parecido com uma corda estava amarrado em sua perna, e um dos militares estava segurando a ponta lá em cima.

Quando tentaram puxar o cabo, os restos do vidro cortou o cabo, e o Matheus caiu na calçada de lado, machucando seu braço. Tentou se levantar e sair correndo. Mas sabia que não ia conseguir ir muito longe...

***

Um buraco apareceu no meio do caminho e Romeu não conseguiu desviar. O pneu esquerdo traseiro do carro entrou no buraco e o carro parou bruscamente, jogando Matheus para frente e interrompendo sua história.

Eles desceram do carro e foram olhar o estrago. O buraco era fundo, mais dava para ver que tinha algo ali em baixo. Tentaram tirar o carro para ver melhor. Quando conseguiram, arrependeram-se de ter ido olhar. Dentro do buraco, tinha algum animal enorme, com garras feitas de ossos ao invés de mãos.

–Mais uma mutação foi encontrada galera! –Gabriel falou para os que estavam no outro carro.

–Uma? –Matheus perguntou para Gabriel apontando para vários buracos que se espalhavam pelo deserto vermelho.


FEAR - Guerra BiologicaOnde histórias criam vida. Descubra agora