†Runaway†

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A garota entrou no Campo 3 agradecendo por ter sido a primeira a chegar no local. Era um prédio grande, onde comportava mais de 70 salas de pesquisas divididas entre 5 andares. O grande bloco era parecido com um Hospital de última geração. E atrás dele estavam mais 7 blocos. Cada um com uma finalidade diferente. Samira adoraria saber o que os outros especialistas faziam nos diferentes blocos do "Campo".

"Hoje vou fazer a diferença aqui!"

Ela entrou no Hall e falou com a secretaria que estava de plantão.

–Bom dia Belle!

–Bom Dia Dra. Samira! O laboratório de testes já está pronto para ser usado! –Falou a garota como se já estivesse naquele trabalho a anos. Isabelle... Belle, como gostava de ser chamada, entrara ali havia apenas 2 dias, e já tinha criado uma amizade grande com Samira.

–Por favor! Apenas Samira! "Doutora" faz com que eu me sinta velha! –Deixou um ligeiro sorriso lhe passar pelo rosto.

–Você está falando como uma!

Isabelle tirou um cartão da gaveta que estava em sua mesa e entregou a Samira.

–Não bagunce muito o laboratório! Vai sobrar pra mim arranjar alguém para limpar ele.

–Não se preocupe com a bagunça. Eu dou meu jeito. Te garanto!

Samira se dirigiu ao elevador. Em menos de um minuto estava no laboratório de frente para o garoto alto, de cabelos escuros, e olhos vendados. Mas sabia que atrás daquela venda, estava os olhos castanhos mais lindos que já viu em toda sua vida. Na verdade, apenas um olho, pois o outro ainda estava com o tom azulado da Córnea nova. Mas logo voltaria para sua cor original. Ele estava sentado em uma maca.

–Deveria estar dormindo! –Disse Samira se aproximando e fazendo o garoto se deitar.

–Ainda bem que é você! Eu não aguentava mais ficar deitado. Você sabe que esses calmantes não fazem efeito em mim. –Ele se deitou sem esforço.

A porta se abriu e entraram dois garotos e uma garota, mais ou menos da mesma idade de Samira.

–Vamos começar logo! Tenho mais o que fazer! –Disse um garoto baixo, branco meio zombeteiro.

–Ryan, todo mundo sabe que você não tem nada pra fazer, a não ser ficar na frente de um microscópio fazendo pesquisas sobre como o necrobiótico se locomove. –Disse a garota alta loira, chamada Lara, e todos na sala riram. Exceto Romeu, que novamente estava fazendo papel de garoto em coma.

–Leo! –Chamou Samira, Leo era um garoto branco de olhos escuros, sorriso cativante, cabelo negros baixo e tinha a voz sedutora de um adolescente pronto pra beijar alguém. Era alto e esguio de corpo, pouco musculoso, mas com bastante musculo para tomar conta do corpo de uma garota com apenas um abraço. –Quero que pegue para mim as amostras de vitaminas que estão no armário.

Ele se dirigiu ao armário de vidro que ficava próximo a porta, e pesquisou entre as ampolas. O Sangue de Samira congelou por um momento mais logo passou o nervosismo quando ele não se deu conta que estava faltando uma ampola nas prateleiras. Depois de ter pego uma badeja pequena de metal, colocou alguns antibióticos e outras vitaminas e levou-as para Samira.

–Está aqui. Quer que eu injete ou você mesmo faz isso?

–Hoje estão se preocupando demais comigo. Deixa que eu mesmo faço isso.

Ela esperou um pouco, e quando eles tinham voltado a atenção para outras coisas ela tirou uma seringa com um liquido vermelho do bolso de seu jaleco. E injetou no braço de Romeu.

***

Romeu sentiu seu corpo adormecer e seu olho esquerdo arder como se estivesse perto de uma panela com agua quente. A dor se espalhou por seu corpo todo, mas logo cessou. Se sentia forte, e bastante leve. "É assim então? É assim que é morrer? "

Ele sentiu a vida deixando seu corpo por completo, e a escuridão tomou conta de seus pensamentos. Por um longo tempo ele esperou, e quando os murmúrios da sala diminuíram ele começou.

O movimento foi tão rápido que ninguém teve reação alguma. Ele puxou as ataduras que estavam em seus olhos com tanta força que elas se rasgaram fácil e silenciosamente. Quando abriu os olhos, teve um momento de paz, e de luz. Logo depois veio a dor e o sangue. Sua visão ficou totalmente nítida e seu olho esquerdo doía tanto que foi forçado a fecha-lo novamente. Os segundos em que ele passou com o olho esquerdo aberto foram suficientes para captar cada detalhe do laboratório em que se encontrava.

"Foi como ela falou, esse olho me proporciona uma visão perfeita! É como se o tempo parasse para que eu pudesse ver cada detalhe do que está ao alcance de meus olhos. Ela só não me avisou sobre a dor que ele causa! Mas... não vai ser problema por enquanto"

Com um movimento rápido, ele pegou o bisturi que estava próximo de sua maca e pulou na direção de Samira. Colocou seu braço em volta do pescoço dela e ameaçou matar ela se os outros médicos chegassem perto.

–Está na hora de me por pra fora daqui! –Ele falou se dirigindo a Samira

–Tá me machucando! –Samira estava a ponto de chorar.

Os médicos saíram da frete de Romeu e indicaram a saída.

–Você não vai muito longe cara! –Disse Ryan

–É o que vamos ver! –Romeu jogou o bisturi na no peito de Lara com uma força e precisão tão grande que ele deve ter penetrado pela metade.

Samira deu um grito meio abafado, Leo e Ryan se dirigiram pra a garota que caia lentamente no chão. Romeu foi para o elevador puxando sua refém e viu o garoto baixo indo na direção dele enquanto a porta do elevador fechava bem na frente de seu rosto, separando eles por uma barra de aço maciço.

"Tenho pouco tempo, mais garanto que consigo!"

Quando a porta do elevador abriu-se novamenteRomeu deu de cara com alguém que ele não esperava. Emilly, a chefe de segurançamilitar da FEAR.


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