–Para quem nunca esteve fora da FEAR depois da guerra. –Romeu se dirigiu a saída –A visão e meio assustadora. Acostumem-se, o mundo não é o mesmo.
Quando saíram, alguns deram um grande suspiro. Eles estavam dentro de uma cidade (ou o que deveria ter sido uma). Alguns prédios tinham resistido, outros estavam em ruinas. Tijolos e rebocos de casas destruídas se espalhavam pelas ruas onde mais ninguém passava. Uma cidade fantasma consideravelmente grande.
–O que aconteceu com os moradores? –Perguntou um dos garotos.
–Quem conseguiu sobreviver foi embora. O resto ainda está aqui. –Belle apontou para um monte de escombros perto deles, onde o braço de alguém estava a amostra, o resto do corpo estava soterrado.
–Vamos embora. Nosso destino está longe. –Romeu tomou a frente e andou pelas ruas desertas.
Andaram por pouco tempo, até chegarem em o que um dia fora uma loja de automóveis. Parte dela tinha desabado, e alguns poucos veículos ainda estavam ali. Romeu conhecia bem aquele lugar, pois havia ido ali quando foi destruído, e também sabia que as chaves dos carros e das motos estavam guardadas dentro de um cofre que ele sabia onde estava a chave, quando aconteceu a grande guerra. A lembrança veio na sua cabeça novamente, foi como se estivesse em um sonho.
***
Era um dia como outro qualquer. Fazia um bom tempo que não chovia na cidade, o calor era atordoante, mais a água do mar estava gelada o bastante para aquele dia de verão. Estava sentado na areia olhando para o mar que acabara de sair. Observava a água pingando de seu cabelo recém molhado quando escutou alguns gritos ao longe, ele se levantou num pulo rápido. Quando procurou de onde os gritos tinham vindo avistou ao longe no meio das ruas um grande alvoroço. Pessoas corriam em todas as direções, cada vez mais se aproximando dele. Viu um homem correndo, se jogou nas costas de uma garota e abocanhou seu pescoço. "Que diabos?!". Foi aí que ele percebeu. Algumas das pessoas que estavam correndo estavam estranhas, meio, loucas demais para fugir de algo. Mas, essas não estavam fugindo como as outras. Estavam atacando. Alguém gritou perto dele. Perto demais. Dois homens estavam se embolando na areia perto dele, e um liquido vermelho estava secando na areia quente. Sem reação alguma ele viu um homem morrer, e o outro olhar pra ele. Romeu correu o mais rápido que conseguiu, sem olhar para trás. Sabia que se ele fizesse isso iria perder velocidade. Estava perto da rua quando à viu. Emilly estava entrando em um hotel com vários militares a seguindo. Seu cabelo loiro acobreado amarrado para traz como sempre deixava. "O que ela está fazendo aqui?". Uma mulher correu em sua direção, tão veloz que ele não conseguiu se desviar. Ela pulou em cima dele e tentou morder seu peito, sem sucesso. Ele segurou a mulher pelo pescoço e a jogou para o lado, se levantou e correu para dentro da primeira loja que viu aberta. Dentro da loja de automóveis alguns funcionários corriam de um lado para o outro. Um deles se dirigiu para sala do gerente, onde Romeu também entrou, o trabalhador da loja nem percebeu que ele tinha entrado, correu para a mesa do escritório e tirou uma pequena chave, se dirigiu para um cofre de metal pesado no canto da sala e o abriu. Dentro tinham várias chaves com os nomes de seus respectivos carros, ele pegou uma trancou o cofre e se virou, quando viu que tinha companhia ele deu um grito deixou as chaves cair em algum lugar e saiu correndo para fora da sala. Romeu foi atrás e quando atravessou a porta ouviu o barulho de vidro quebrando. O som foi tão grande que de início pensou ser o prédio que estava desabando. Se abaixou e viu mais pessoas entrarem na loja todas ensanguentadas. "São eles! Droga!" Correu para os carros tentando abrir as portas, sem sucesso. Tentou correr para longe mais algo segurou seu braço, sentiu uma dor horrível em seu ombro e viu um homem musculoso mastigando a carne de seu braço. Soltou um grito meio engasgado e distribuiu socos no homem. Ele largou seu braço e deu um grunhido gutural, que fez seus cabelos arrepiarem. Ouviu um tiro perto dele e o homem musculoso caiu em seu peito o derrubando de costas no chão, o sangue escorreu quente em seu peito, saindo de um buraco recém aberto no lado da cabeça do homem, agora morto. Olhou para o lugar de onde tinha vindo o tiro. Um garoto estava com duas armas na mão, estava vindo na sua direção, passando pelos cacos de vidro da parede de entrada da loja, que tinham sido destruídos a pouco tempo. Ele parou bem em cima de Romeu e apontou a arma para sua cabeça.
Romeu virou a cabeça para olhar o céu através do vidro quebrado. Jurou ter visto alguns dragões prateados abocanhando os "monstros/humanos" no meio da rua ao longe, um jato passando rápido no céu, atirando alguns misseis ao longe. Depois ouviu um estrondo e tudo se tornou luz, e ai escureceu.
***
Havia sido bem ali, que tudo ocorrera. Parecia ter sentido novamente a dor em seu ombro quando sentiu o toque gelado bem em cima de onde antes tinha a cicatriz da mordida de um zumbi. Virou com um sobressalto esperando a dor vim novamente. Mas não veio.
–Romeu? –A garota estava olhando pra ele intrigada- Não temos tempo. Por que nos trouxe aqui?
–Alguém ai sabe dirigir? –Ele entrou na sala olhando para o sangue seco espalhado no chão em toda parte. E procurou algo pelo chão.
Os outros ficaram esperando no grande salão onde estavam os carros. Romeu saiu do escritório com várias chaves na mão e abriu um grande sorriso.
–Escolham o que vocês quiserem!
Um dos garotos correu para a Pick-up branca que estava perto dele.
–Posso ficar com esse? –O garoto estava meio indeciso mas bastante excitado.
–Se souber dirigir! Pode sim! –Romeu procurou entre as chaves e jogou uma pra ele. -Toma cuidado. Não queremos nem precisamos de algum acidente! E aproposito. Qual seu nome?
–Me chamo Diego!
Diego era um garoto de estatura média, rosto fino, mas bastante masculino, lábios rosados, olhos escuros, não tinha o corpo muito atlético, era forte mas não musculoso, e tinha uma cara de garoto brincalhão, daqueles que se você comete um erro, ele vai fazer você se lembrar dele pro resto da vida.
–Eu me chamo... –O garoto alto começou a falar mas logo se calou.
Um tremor fez uma densa poeira subir.
***
–Vamos atrás deles! –Emilly estava preparando algumas máquina de transporte. Algumas estavam tão velhas que entraram em choque. Uma fumaça densa subia de um dos bunkers que explodira agora a pouco com algumas maquinas. Emilly saiu ilesa de lá. Foi para outro lugar, pegar sua verdadeira arma de combate. Ela estava parada a muito tempo. Mas ainda funcionava. Bastou alguns reparos e algumas peças pequenas.
Os militares que estavam perto dela ajudando a concertar todas as maquinas.
Alguns minutos depois todos estavam em maquinas diferentes. Prontos para ir ao outro lado do país.
***
Diego foi dirigindo a Pick-up branca com a garota vendada e seu guia. Romeu pegou uma Ranger preta e tomou a dianteira. Dirigiram pela estrada que ficava do lado do calçadão da grande praia, onde agora a areia tomava conta. Demoraram um tempo para se situarem na pista, mais depois desistiram e simplesmente tomaram a decisão de ir reto. Logo chegaram numa auto estrada sem areia alguma.
–A viagem vai ser longa galera! –Falou Romeu pelo rádio que eles roubaram da base antiga da polícia que ficava ali na praia. Também pegaram comidas e roupas em um supermercado. –Estão preparados?
–Sim, já nascemos preparados! –Disse Vivian, ainda vendada. Seu guia ainda permanecia calado.
Matheus, o garoto alto, estava conversando com Belle bem atrás de Romeu, sobre por onde iriam passar para chegarem mais rápido a reserva dos Rebeldes, dentro da mata Amazônica.
–Ainda estamos bastante longe. Mas acho que chegaremos lá antes deles! –Disse Belle
–Espero que possamos encontrar lugares agradáveis para dormir! Estou muito cansado! –A voz de Diego soou rouca pelo rádio.
A grande muralha ficou para trás algum tempo depois que eles saíram da velha cidade. Antes chamada Fortaleza.
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FEAR - Guerra Biologica
AcciónSinopse Depois de uma grande guerra biológica contra um vírus criado pelo exército inglês, o mundo está, pouco a pouco se regenerando dos estragos causados. Florestas, são raras agora, e passaram a ser território dos rebeldes. Onde parte da populaç...