Infinity

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De primeira, acho que Olivia já desceu e foi tomar café e esqueceu de me chamar. Mas 30 minutos depois quando já me vesti e nem sinal dela, começo a me preocupar.
Arrumo minhas coisas para ir embora e não acho nada de Olivia. Desço para acertar as contas com a recepcionista.
- Não gostaria de tomar café? Ainda temos 30 minutos restantes. - O sorriso está de volta ao seu rosto.
- Não, obrigado. - Ela me entrega meu cartão de volta. - Você, por acaso, viu a minha amiga por aqui?
- A ruivinha baderneira da madrugada? - Ela balança a cabeça. - Não, não vi.
- Certeza?
Ela balança a cabeça de novo. Suspiro.
- Ok, obrigado.
- Tenha um bom dia. Espero que encontre sua amiga. Ou não. - Ouço-a murmurar.
Saio do hotel e olho ao redor. Onde raios se meteu Olivia?
Tiro as chaves do carro do bolso. Suspiro de novo.
Estou duro demais para chamar um táxi, então decido ir a pé mesmo até o restaurante. Pego meu celular e tento ligar para Olivia. Caixa postal.

***
Finalmente chego ao restaurante. Ainda está fechado, mas a entrada para o estacionamento está aberta. Subo as escadas para fazer um pouco mais de exercício. Lá em cima, encontro o mesmo frentista que me impediu de dirigir ontem varrendo o chão do estacionamento.
- Bom dia, meu chapa. Como vai a ressaca? - Claramente ele está me reconhecendo.
- Vai bem, obrigado. - Apertamos as mãos. - Vim buscar meu carro.
- Claro. Desculpe fazê-lo ir a pé, mas é a lei.
- Eu sei, eu sei. No final das contas, eu acabei chamando um táxi mesmo.
- Ah sim. - Ele chega mais perto de mim. - Se deu bem com a ruivinha?
Rio.
- Mais ou menos.
- O quê foi, ela botou um cadeado?
Fecho a cara.
- Não. Mas ela não é tão fácil assim.

- Acho que sei o que você quer dizer. Aquela cabeleira ruiva diz tudo. - Ele agarra as chaves. - Vou resolver isso de uma vez.
Ele vai buscar o meu carro, apesar de ser o único no estacionamento e estar a apenas alguns metros de onde estamos.
Ele traz o carro e deixa a porta aberta para mim.
- Boa sorte com a ruivinha. - Diz ele me entregando as chaves. - Você vai precisar.
Ele me dá um tapinha nas costas e eu dou a partida no carro. De repente, vejo alguma coisa no banco de trás.
- Mas o que...? - Agarro o objeto.
É a echarpe peluda de Olivia.
- Onde você se meteu, sua louca?

***
Ligo 40 vezes para Olivia. Encho sua caixa de mensagens. Canso de pedir para ela me ligar de volta, mas não tenho nenhum retorno. No final do dia, já não aguento mais. Saio com o carro e vou até a casa dela. O porteiro nem me vê entrando e eu subo direto para o apartamento dela. Toco a campainha. Uma, duas, três vezes. Nada.
- Olivia! - Grito batendo à porta. - OLIVIA.
Canso de gritar e vou embora, desolado. Paro na recepção.
- Com licença. - O porteiro abaixa o jornal que estava lendo. - Olivia está?
- Não, ela viajou.
- Viajou? - Pergunto surpreso. - Para onde?
- Não sei, isso acontece muito. Ela pode estar em Miami, em Minas Gerais... Nunca se sabe. Você já deveria saber disso, afinal, é irmão dela.
- Irmão?
- Sim, pelo menos, foi isso que ela me disse a primeira vez que você veio aqui.
Um calor me sobe pelo corpo, e não é nada agradável.
- Ok, obrigado pela ajuda.
- Disponha. - Diz o porteiro de volta ao seu jornal.
Saio do prédio furioso. Pelo visto, vou ter que esperar até Olivia resolver me dar um sinal.

***
Já se passaram 5 dias e nada de Olivia. Nem um telefonema, uma carta, um email, nada. Ela também ainda não apareceu no apartamento, ligo para lá todo dia para verificar. O porteiro dela provavelmente me odeia: "Que moleque chato", ele deve dizer. Mas eu não ligo. Eu só quero saber onde Olivia está.
Estou deitado em minha cama, exausto. Mergulhei de cabeça no trabalho essa semana. Estou apenas descansando, mas parece que estou esperando algo. De repente, meu celular toca.
Pego-o na cabeceira. É Olivia. Atendo imediatamente.
- Por onde você esteve? - Digo me sentando na cama.
- Nick, eu posso explicar. - Sua voz soa calma e ela suspira.

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⏰ Última atualização: Dec 14, 2015 ⏰

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