Buraco Negro ( Pausado )

Capitulo 1 - Início de uma reviravolta

"Um sorriso nem sempre é sinal de felicidade, assim como uma lágrima não simboliza tristeza." Essa frase marcou minha vida, essas palavras penetraram minha alma desde que foram proferidas. Um olhar profundo, intenso mas ao mesmo tempo cauteloso e calmo, foi o que me fez entrar nesse buraco negro, o que me fez sentir esse vazio que jamais será preenchido. Olhar pro céu e dizer "nossa, lindo dia!" ou sair na rua com um sorriso no rosto, não, não mais isso acontecerá.
Qual o motivo do meu pessimismo e baixa auto estima? Tudo começou quando me dei conta do que sentia. Olhar para aquele ser e vê-lo como sempre o vi? Não mais ocorreu isso. Foi de repente, num abrir e fechar de olhos, como uma queda de um raio, foi inesperado. Quando me dei conta, cá estava eu... Perdida.
Narrador
Niina Collins Mitchell, uma garota jovem, em seus dezesseis anos, de baixa estatura e loira, seus cabelos eram longos que tocavam na altura da cintura, que por fim era fina e marcada. Olhos de cor indefinida, ora estava verde ora estava castanho mel, variava conforme seu humor. Jovem, confusa e ao mesmo tempo decidida de si, mente e coração fechado para sentimentos e olhos focados no futuro, queria apenas ser uma profissional de sucesso..., nada mais que isso. Não pensava em relacionamentos até algo acontecer, uma grande reviravolta estava por vir, a mesma não sabia o que a aguardava...
Flashback
Estava eu, no parque, apenas para me distrair. O dia tinha sido longo e confuso. Penúltimo ano escolar, pressão... Que curso fazer? O que fazer da vida? Não sei, não faço a mínima ideia.
Ali estava, sentada nesse balanço, numa área deserta e vazia, haviam árvores grandes que traziam muito vento deixando esse local bastante arejado, entre duas árvores estava o balanço, no qual encontrava-me sentada, alguns bancos um pouco quebrados também estavam aqui, dando um ar despojado e ao mesmo tempo de destruição do local.
Olhava para o nada, o além, como se quisesse desvendar seus mistérios e descobrir todos os seus segredos mais íntimos. Balançava-me alto, sem medo de nada, apenas pensando, só pensando sem pensar, só deixando-me levar pela vibe que ali estava, pela paz.
Inesperadamente sinto choque, uma colisão em mim. Com o susto, caio para frente mas com eficiência também, consigo segurar-me.
- Desculpe, não a vi. - um ser, o ser que neste momento colidiu com o balanço, pede desculpas. Apenas suspiro sem ao menos olhá-lo, não senti vontade de imediato - moça, você está bem? - o mesmo insistiu em manter um tipo de diálogo comigo, que estava mais pra monólogo pois eu apenas o ignorava. Mas algo me fez sentir um gelo dentro de mim, senti a Antártida dentro de mim, me congelando por dentro. Sua voz, baixa e ao mesmo tempo grave, doce, rouca, não sei definir ao certo. Fecho os olhos, tentando digerir aquilo, sinto que o mesmo ainda encontra-se atrás de mim, respiro fundo como se minha vida dependesse daquele suspiro e o olho.
Um homem, pode-se classificar assim, homem, razoavelmente alto, não apenas porque sou baixa mas realmente, ele era alto, seus olhos eram em tons azulados, acinzentados, não sei ao certo, seus cabelos lisos castanhos quase loiros, levemente ondulados, este tinha uma barba rala e mal feita, dando um ar despojado e sexy, um sorriso doce, me transmitiu paz, segurança, calma, não sei, apenas me senti bem. O mesmo arqueou uma sobrancelha e prosseguiu:
- Seria muita ousadia, e pedir muito, que você parasse de me olhar desse jeito e me responder?
- Responder? Ahh.. Claro que lhe desculpo, mas olha por onde anda, não quero me tornar uma assassina - falei um pouco brincalhona, para descontrair o clima tenso que a havia se formado.
- Bem, assassina eu não sei, mas se fosse uma serial killer, não me importaria de ser sua vítima - após falar isso, dá uma piscadinha que até julgaria sexy se ele não tivesse sido ousado e ridículo o bastante para merecer uma bela de uma surra.
- Só não te mato agora porque tenho uma longa vida pela frente.
- Vida esta que será preenchida por mim Niina - em seguida, mostra seu mais belo sorriso, seus dentes igualmente alinhados e brancos e por fim se retira, deixando um ponto de interrogação da minha mente.
"De onde este ser satanicamente lindo me conhecida?" não sei, mas quero descobrir, apenas isso.