Capítulo 4 - Encontro

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    São exatamente 17:55 e estou super irritada, esperando o senhor misterioso aparecer. Bem, ele não está atrasado, sou eu que estou adiantada e impaciente, aguardando a sua chegada. Estou com uma roupa bem simples: uma camisa regata branca do Mickey, uma calça legg preta e um casaco também preto, trago em meus pés aquelas sapatilhas alpargatas vermelhas, para dar um destaque. Maquiagem? Zero, nem ao menos um batom, afinal de contas não é um jantar romântico. Meus cabelos loiros e longos estão presos num simples rabo de cavalo e é esse o look da noite.
    Ouço numa buzina, suspiro e decido descer. Logo o meu pai irritantemente me pergunta:
   - Onde você vai? - rolo os olhos irritada e bufo.
   - Vou sair com um amigo, até mais - falo com o meu melhor sorriso e saio antes mesmo dele me responder.
   Ando devagar, preparando-me para ver aqueles lindos olhos cinzas, que insistem em ficarem fixos nos meus, deixando-me completamente perdida. Dirijo-me ao seu carro e entro no lado do passageiro, logo ele quebra o silêncio antes mesmo de eu fechar a porta:
    - Boa noite senhorita Collins Mitchell - me olha com aquele lindo sorriso que me deixa extasiada, sinto-me perdida ao olhá-lo, então evito contatos visuais para não fraquejar na minha missão.
    - Boa noite, você sabe qual o motivo de estar aqui então vamos acabar logo com isso! Diga-me quem é você. -falo olhando para os meus dedos, que parecem mais interessantes naquele momento.
   - Calma, tudo ao seu tempo. Uma hora te contarei tudo. Você conhecerá cada detalhe meu -conclui com um sorriso malicioso que me deixa sem ar por segundos.
    - Você sabe exatamente o que eu quero saber. De onde você me conhece e porque você anda a me perseguir? - falo impaciente, olhando fixamente para os seus olhos cinza/azuis.
    - Já disse que tenho meus contatos. Fique calma, não sou um psicopata. -o olho irritada- okay, eu vi você na internet e depois te vi no parque, e ai soube o seu nome - se justifica derrotado.
    - E quanto a minha idade, número de telefone? Onde você o encontrou? - insisto sem comprar a sua resposta totalmente.
   - Ai eu não posso falar - diz e estaciona o seu carro no parque- vamos nos sentar ali - fala e aponta para o mesmo lugar de ontem, não só o parque mas também o mesmo balanço.
Descemos do carro e o mesmo pega na minha mão, no mesmo instante sinto uma corrente elétrica e quente nas vindo desde o interior das suas mãos até as minhas. Respiro fundo e vamos em silêncio até o mesmo balanço. Sento-me e este fica atrás de mim, segurando o balanço e fala:
    - Fecha os olhos, vou te balançar, se segure e pense em algo que te relaxe. Aos poucos você vai se sentir mais confortável comigo e poderei fazer o que quero - fala e eu apenas assinto e faço o que me mandou. Ao fechar os olhos me vem a imagem de seus belos olhos azuis, e não cinza. Fico intimidada quando estão cinzas, mas quando estão azuis me sinto bem, relaxada e tranquila. Logo ele para aos poucos de me balançar, vem à minha frente e fala:
    - Abra os olhos - faço o que me foi pedido - como se sente?
   - Bem - respiro com a voz fraca, pois estava concentrada no seu mar azul.
    - Hum... - fala e tira uma mecha do meu cabelo do rosto e coloca atrás da orelha, olhando no fundo dos meus olhos. Eu apenas o encaro, vejo o mesmo se aproximando de mim e selando os nossos lábios com os olhos fechados e logo os abre, afastando-se mim sem aprofundar o nosso primeiro contato mais íntimo.
    - Porque você fez isso? - falo fracamente.
    - Porque eu quis. Agora vamos, já fiz o que queria por hora. -fala pegando nas minhas mãos e me guiando ao seu carro, o caminho segue em silêncio. Ao chegarmos, o homem perfeito aos meus olhos repete o ato realizado no balanço, colando pela segunda vez os nossos lábios.
     - Você poderia me falar um pouco sobre você? Acho injusto não saber nada e você sabe tudo sobre mim - peço usando meus melhores argumentos.
    - Okay, me chamo Jonathan, tenho 34 anos e tenho um filho da sua idade. - fala sem importância.
   - Você tem um filho? - questiono surpresa.
   - Sim, eu já fui casado mas não gosto de falar do meu passado. Enfim, ta tarde e o seu pai deve ta preocupado. Tchau, minha serial killer. Ainda te procuro. - fala e eu o encaro e saio do seu carro, sem o responder.
Entro em casa e o meu pai me olha, o ignoro e vou diretamente para o meu quarto pensando em todas as informações, e principalmente, no beijo. Pode não ter sido um beijo, mas apenas aquele singelo contato me deixou confusa. Não posso ficar mexida por alguém que acabei de conhecer mas não posso simplesmente o ignorar, preciso saber mais sobre ele.
Preciso dele.

Buraco Negro ( Pausado )Where stories live. Discover now