Acordo um pouco confusa e com a visão um tanto embaçada. Aos poucos vou recobrando à consciência e percebo que estou na casa do Jonathan. Meu corpo ainda está em chamas, sinto cada toque seu vivo em mim. Tudo o que aconteceu aqui foi um tremendo erro mas não posso voltar atrás, infelizmente cedemos um ao outro.
Fico o observando dormir, sereno, como se nada mais importasse a não ser o seu sono; o observando dessa forma tão tranquila, não mostra ser esse homem que é: autoritário, ditador, firme e misterioso. O que tem por trás dessa capa? Gostaria de desvendar seus mistérios e descobrir o que paira na sua alma e reflete nos seus belos olhos, ora cinza, ora azuis.
O vejo se mexer e então abrir aqueles olhos que mexem com os meus hormônios me levando à loucura com apenas uma fitada. O observo atentamente e esbolço um sorriso tímido e sincero, sendo retribuida no mesmo instante por ele, que me puxa para mais perto de si e deposita um beijo no topo da minha cabeça e solta um longo suspiro, quebrando o silêncio logo em seguida:
- Acho que estou me apaixonando - ao ouvir isso noto que a sua feição é assustada e um tanto amedrontada, como se estivesse numa guerra consigo mesmo, numa batalha sem fim com os próprios sentimentos.
- Isso é ruim? -falo um tanto apreensiva, visto que sua reação ao se dar conta das sensações que o dominam não foi nada boa, muito pelo contrário, o causou um certo pavor.
- Não sei, estou bastante confuso. Bem, vem aqui e vamos aproveitar o tempo juntos, daqui a pouco terei que levar você para casa - ele fala malicioso segurando na minha cintura, me deixando ofegante com o seu simples toque.
Aos poucos vamos nos aproveitando um do outro, trocando beijos e carícias deixando o clima mais intenso, o ar que antes se encontrava calmo torna-se pesado devido ao som alto das nossas respirações agitadas. Com dificuldade vou me afastando, afinal não quero que o que aconteceu mais cedo se repita. Tento arrumar uma desculpa para sair daquele momento constrangedor e falo:
- Estou com fome - imediatamente me levanto e me visto com a langeri e a camisa que estava antes, buscando algo para pôr nos pés, afinal, sofro de um transtorno horrível chamado TOC, que se manifesta de uma forma um tanto diferente.
Ele me observa por alguns instantes e então se levanta e põe a roupa que usava anteriormente, indo em seguida procurar algo dentro de uma gaveta da sua cômoda e volta com um chinelinho super fofo e me entrega, deixando-me ainda mais intrigada a respeito disso, pois, o calçado que me foi oferecido era exatamente do tamanho do meu pé.
- Como você sabia? - pergunto, referindo-me aos chinelos e a sua serventia perfeita.
- Já lhe disse que tenho meus contatos Sweet... Agora venha, vamos comer algo, você disse que estava faminta -falou mudando se assunto e deixando-me ainda mais intrigada.
De mãos dadas, vamos à cozinha, na parte inferior da casa. Tentamos de forma eficiente produzir o nosso jantar, afinal já encontra-se de noite.
- Sweet, vem cá por favor - ele me chama, no momento em que estou fazendo o molho para a macarronada, e assim vou.
Chego perto e no mesmo momento, o rapaz me puxa pra si, e me beija carinhosamente. Dessa forma segue a nossa noite, entre risos, brigas, brincadeiras e beijos...
Estávamos deitados no sofá vendo um filme qualquer sem nenhuma importância, pra falar a verdade, nem estava prestando atenção ao que se passava ali na TV, meus pensamentos estavam mais interessantes no momento, me causando uma mistura de curiosidade e vontade de desvendar os mistérios que se escondem por trás daqueles belos olhos acinzentados. O observo por um instante até que tomo coragem e ousadia de falar:
- Jonathan, eu gostaria de saber... - falo receosa, com medo da sua resposta devido a sua mudança tão repentina de humor, ora estava bem e calmo, ora estava mal e agitado.
- Saber? O que você quer saber? - o mesmo, me olha interessado, intrigado e até desconfiado, como se tivesse querendo descobrir desde a superfície até a mais profunda essência da minha pergunta.
- O que você me esconde? Como me conhece? O que sabe de mim? - falo mostrando toda a confusão que paira no meu interior, fazendo-me ter um conflito interno toda vez que ouso pensar em tudo isso.
- Querida, vamos com calma. Aos poucos você descobrirá tudo o que precisa mas no momento peço apenas que confie em mim e acredite no que falo - ele fala bastante paciente no seu tom de voz doce e rouco que mexe com o meu psicológico deixando-me totalmente a mercê de si.
- Me desculpe, mas fico confusa, você sabe tanto sobre mim e não sei nada sobre você, é estranho. Então, você pediu para confiar e confiarei, afinal se você tivesse que me causar algum mal oportunidades não faltaram e estou aqui, viva! - dou um sorriso sincero, olhando intensamente nos seus olhos.
- Sim Sweet, não farei nada contra você - o mesmo deposita um beijo no topo da minha cabeça e no mesmo instante sorrio, pois sua atitude foi um tanto delicada para o tipo de conversa que estávamos tendo - acho que está tarde, você dormirá aqui ou prefere que eu te leve? - John sugere após dar uma olhada no seu relógio de pulso, que marca 23:45 hrs.
- Bem, acho melhor ficar. Vou ligar pro meu pai e avisar que não voltarei pra casa, ou então ele tem um ataque cardíaco. - aviso sorrindo e me levanto para fazer a ligação.Ligação on
- Pai, hoje vou dormir na casa do meu amigo, não se preocupe okay? - falo com medo da sua resposta.
- Okay, amanhã conversaremos sobre isso e tome cuidado, boa noite - e assim ele desliga.Ligação off
- Pronto, falei com e ele e sim, vou dormir aqui, embora ele tenha agido um tanto estranho - falo pensativa e sento ao lado do Jonathan.
- Isso é normal, deve ter ficado com medo e talvez ciúmes - ele sorri e me abraça de lado.
Ficamos alguns minutos ali, abraçados vendo um filme nada interessante e acabo por adormecer sem perceber. Algum tempo depois me encontro no quarto do Jonathan, um lugar lembranças boas, estou deitada ao seu lado enquanto o mesmo está adormecido. O observo e decido beber água e comer alguma coisa, então vou até a cozinha, no andar de baixo.
Com dificuldade, consigo chegar ao meu destino, pois sou uma pessoa totalmente desastrada e conseguir chegar lá sem bater ou tropeçar em algo realmente é uma vitória. Faço um lanche simples, comendo alguns biscoitos e tomando um copo de água, guardo o copo que usei dentro do armário, mas então noto algo. Um papel com um número de telefone desconhecido. Quem nos dias de hoje guarda um número de telefone num pedaço de papel? Decido anotá-lo no meu celular e ligar para esta pessoa, mas antes, claro, coloco o meu contato como "desconhecido", afinal não quero ser descoberta por ninguém através da voz e nem ter meu número rastreado pela polícia.
Dou um suspiro e então decido fazer a ligação. A cada toque que ouço é uma acelerada no meu coração. Sinto que este simples telefonema me mostrará algo, ou até me revele alguém.
A chamada é atendida e ouço uma voz conhecida, um tanto sonolenta mas a reconheço de imediato e fico um tanto surpresa.
Como o Jonathan tem o número dessa pessoa? Como eles se conhecem?
Desligo o celular com essas perguntas na cabeça e respiração ofegante. Tento afastar esses pensamentos e decido me deitar, embora tenha plena consciência de que não pregarei o olho esta noite, não depois desta ligação.
Não estava preparada para isso, algo que era para ser revelador tornou minha mente mais confusa e conturbada. Algo que deveria sanar minhas dúvidas apenas encheu minha mente de mais perguntas, mas tendo uma como principal.
O que o Jonathan tem a ver com o meu PAI?
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Buraco Negro ( Pausado )
RomanceUma jovem, confusa e ao mesmo tempo decidida de si, mente e coração fechado para sentimentos e olhos focados no futuro, queria apenas ser uma profissional de sucesso..., nada mais que isso. Não pensava em relacionamentos até algo acontecer, uma gran...