Capitulo 2 - Perseguida

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     Após todo aquele suspense e a cena misteriosa que presenciei, volto para casa, afinal, ainda não tinha retornado.
  Bem, eu moro com o meu pai, o Robert, um homem alto, de cabelos pretos e olhos claros, consideravelmente jovem, nos seus 43 anos de idade. Moro também com o meu irmão, que tem características semelhantes a do meu pai, alto, de cabelos escuros e olhos azuis, tendo seus 19 anos. Confesso que me sinto estranha em morar com dois rapazes.
  Aos meus 7 anos perdi minha mãe de morte natural, ela tinha alguns problemas de saúde que não tratava e acabou falecendo.  Neste exato momento, estou na frente da minha casa, suspiro e enfim entro. Não estava nem afim de aturar o meu pai super protetor perguntando onde eu estava, ou então o meu irmão com aquelas brincadeiras irritantes. Tomo coragem e giro a maçaneta da porta como se fosse um sacrifício, como se eu estivesse sendo condenada à morte e aquele ato fosse concretizar minha sentença. Com mais um suspiro, em forma de tomar coragem entro, já ouvindo questionamentos do meu pai:
      - Niina onde você estava? Fiquei preocupado, soube que a aula acabou cedo e nada de você chegar! - fala realmente preocupado, eu me irrito com a sua atitude mas sei que ele só a faz para o meu bem.
    - Não se preocupe, estava apenas dando uma volta por aí... - falo despreocupada e sento ao seu lado, no sofá de couro branco.
    - Quando vê isso tá paquerando alguém - o Logan fala, no intuito de me irritar, sem sucesso. Apenas rolo os olhos e vou para o meu quarto, todo branco. Sim, parece que somos preconceituosos mas não, apenas mantemos a casa dessa cor, por ser a cor favorita da minha mãe.
     Sento na cama, olhando para o teto. Na minha mente só vem aqueles olhos, belos, brilhantes, misteriosos e azuis... Aquele sorriso branco, aqueles dentes perfeitamente alinhados. Aquela barba mal feita, completava o ar despreocupado e até descontraído do ser desconhecido e misterioso.
     Meu computador, que estava com todas as minhas contas logadas, por fim, atrapalha meu devaneio e me faz despertar dessa absurda fantasia pré-erótica com um ser que pode até ser pedófilo.
     Com dificuldades, me arrasto até o computador e vejo uma mensagem de alguém que julgo não conhecer, anônima. Bufo irritada, odeio gente assim, manda mensagem para quem não conhece e ainda sem colocar nome ou foto na sua conta, gostaria de lhe informar que minha bola de cristal quebrou e ainda não aprendi a usar meus poderes mágicos de adivinhação.
     Ainda irritada, abro a mensagem. Esta era uma foto seguida de uma mensagem: "gostaria de encontrá-lá novamente, se não for incômodo para você Niina, afinal, nosso primeiro encontro não foi tão prazeroso".
     Por segundos, talvez minutos fico perdida naqueles olhos, refletidos na foto. Como será que este homem incrivelmente lindo me encontrou? Não entendo. Será que antes de me ver na rua já me conhecia virtualmente? Talvez tenha encontrado meu perfil em alguma rede social... Não sei! De onde ele me conhecia? Eis a questão. Olho para a foto, releio a mensagem e suspiro, com um olhar derrotado, decido responder sua mensagem:
     "- Senhor, desculpe-me, mas não encontro com estranhos. E principalmente quando esse estranho sabe quem eu sou antes mesmo de me achar na internet. Você só pode ser psicopata" - respondo receosa.
     "- Senhorita, não vou revelar minhas fontes mas garanto que não sou psicopata ou pedófilo. Entendo você, é natural uma garota de dezesseis anos sentir medo de um homem adulto, que mostra lhe perseguir. Enfim, aguardo-lhe amanhã na frente da sua casa. Beijos senhorita. Ahh, e a proposito, meu nome é Jonathan."
     Leio esta mensagem e decido não responder, fico estática. Apenas a observando. Mais questões se formam na minha cabeça. Saber meu nome ainda é justificável, mas saber minha idade? Como? E mais... se ele virá na minha casa, ele sabe onde é. Está tudo tão confuso, não sei o que faço.
      Respiro fundo e decido que sim, vou encontrá-lo e fazer com que ele explique tudo, em mínimos detalhes afinal não posso ficar no escuro.
      "- Senhor, decidi que vou encontrá-lo mas com uma condição" - respondo a sua mensagem, logo obtendo retorno.
   "- Sim?"
   "- Local publico. Isso ou nada feito" - respondo curta e grossa.
   "- Trato feito, estarei na sua casa amanhã às 18 horas. Esteja pronta. Iremos ao mesmo parque de hoje" -responde um pouco ditador, ele é mandão. Agora, o retorno com apenas um "OK" e encerro essa conversa de loucos.
Só vou encontrá-lo pois duas coisas precisam ser esclarecidas: De onde ele me conhece? E o mais importante: quem é ele?

Buraco Negro ( Pausado )Where stories live. Discover now