Não é nada demais

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Terça só não era um dia pior que segunda, porque eu tinha dois tempos de esportes depois do intervalo. E como eu e as meninas não fazíamos nada, íamos pra sala e ficávamos lá, sozinhas, até a turma voltar. Mas nessa terça, Max nos chamou pra sua sala. Era aula de matemática, mas como o professor não fazia quase nada, eles ficaram do lado de fora da sala.

Eu estava do lado do Peter, mas conversando com as meninas, e de costas para Luca. A gente ria com a história que Jas contava sobre seu final de semana, quando eu senti uma dor na minha bunda. Olho pra trás e vejo Luca mordendo o lábio e os meninos com sorrisos idiotas nos rostos.

-O que foi? -Ele teve a cara de pau de perguntar, abrindo um sorriso (lindo) brincalhão-
-Ah nada, você só bateu na minha bunda, nada demais. -Ironizei. E não me aguentei e ri também-
-Então eu posso fazer de novo, certo? Não é nada demais. -Ele desceu o olhar e voltou aos meus olhos. Não neguei nem disse sim, o que provavelmente ele entendeu como sinal verde, pois assim que virei quando Pam me chamou, ele bateu outra vez. Dessa vez bem mais forte. Como controlar minha reação, tentando não demonstrar aos outros que eu tinha gostado daquilo?

Eu o olhei bem safada, mordendo a boca e rindo, não conseguindo não mostrar a ele que tinha achado bom. Ele sorriu do mesmo jeito, mostrando também que tinha gostado tanto quando eu. Balancei a cabeça e virei pra frente novamente. Me encostei na parede e coloquei a mão na cintura, como normalmente fico, e pouco tempo depois, Luca passou o braço pelo espaço que o meu tinha formado, ficando encostado em mim, e fingindo que sabia sobre tudo o que Pam dizia, concordando em certas horas, com cara de sério. Ela ficou sem graça e riu enquanto contava e ele falou para ela "Continua" sério, com a voz forçada, saindo bem mais grossa do que já é.

Não evitei e pensei nele me dizendo algo baixo no meu ouvido com essa voz. Fechei os olhos e o senti apoiando o queixo no meu ombro. Os abri logo em seguida, virando o rosto, com cuidado para não ficar perto demais dele e perder o controle, apenas o suficiente para poder torturar nós dois. Ele sorriu e eu fiz o mesmo, depois virando e encostando minha cabeça na dele.

Depois de um tempo nessa posição, ele se mexe e levanta o pouco que estava abaixado, ficando maior que eu e passando o braço em volta do meu pescoço, me puxando para um abraço. Eu estranhei e até hesitei por um segundo antes de ceder e o abraçar. Seu abraço era algo tão confortante e passava tanta calma, não queria sair dali nunca. Mas então o sinal tocou, anunciando o fim do tempo de aula. Infelizmente, eu teria que subir e ele teria que entrar. Por um segundo passou pela minha cabeça que ele talvez tenha feito isso para se despedir, pois sabia que o sinal ia tocar.

Eu já nem prestava mais atenção no que estavam falando na roda, e pra minha surpresa (mais ainda), Luca beija minha bochecha e se vira pedindo que eu faça o mesmo. Sem pensar duas vezes, o beijo também. Ele me solta e então vai para a sala, sendo o último a entrar.

-Tira o bojo, cara! Ta ridículo já. -Ele diz rindo e piscando pra mim. Mais uma vez fazendo meu coração parar-

•••

Na hora da saída, eu estava na rampa entre a escada que leva pra minha sala e a escada do pátio, que é onde fica a sala de Luca. Ele era o último a sair da mesma e quando me viu, veio rapidamente até o meu lado. O menino segurou na alça da mochila com uma mão e a outra mexia no celular, escolhendo uma música qualquer.

-E ai, coisa? -Ele me olhou sorrindo-
-Coisa? -Eu ri- Ta ouvindo o que?
-Um funk qualquer. -Deu de ombros. Revirei os olhos rindo. É claro, ele sempre está ouvindo isso- Quer? -Me ofereceu um dos fones-
-Que tipo de funk é esse? -Eu gargalhei quando ouvi a bosta que ele estava escutando-
-Ah para, é muito bom. -Concordei com a cabeça sendo irônica- Olha, vai assim. -Luca começou a dançar de um jeito muito engraçado. Era estilo aquele passinho do romano, só que de um jeito bem exagerado. Impossível não rir dessa cena. Ele parou de dançar e começou a rir comigo. Do nada ele parou de andar e de rir, ficando sério, olhando fixamente pra minha boca. Paralisei também, olhando pro seu rosto, esperando qualquer reação. Até que ele balança a cabeça, provavelmente afastando seus pensamentos. Antes que eu pudesse pensar no que estava fazendo, falei:
-O que foi? -Falei tão baixo que não sei se ele ouviu-
-Ah, han... Nada... Não, não era nada. -Ele abriu um sorriso forçado, encerrando o assunto-

Fomos andando em silêncio, um tanto constrangedor, e quando vi que ele ia falar algo, Flinn e Peter aparecem chamando Luca, rindo e contando sobre o que Cauã tinha falado. Rimos muito da idiotice que tinha saído da boca dele, e ele já estava ficando com ódio da gente de tanto que o zoávamos. Depois de uns vinte minutos, Luca começou a se despedir para ir embora.

-Eu te chamo no snap mais tarde. -Luca disse no meu ouvido quando me abraçou. Puta merda, eu me arrepiei por inteiro-
-Tudo bem. -Respondi me afastando, e pude ver o sorriso sacana que tinha no rosto. Mordi meu lábio sorrindo também e assim me virei. Fui andando confiante, sentindo o olhar dele em mim-

×××

oi ooi (: ah esses dois são tão amores juntos, como não se apaixonar? kkk

sei q já falei sobre isso, mas me chamem no twitter qualquer coisa. @louisprettiest

bjinhoss, até mais

just snap itOnde histórias criam vida. Descubra agora