quinta-feira

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A semana passou mais rápido que um segundo, e eu estava cada vez mais próxima de Luca e da turma dele. Passava o intervalo todo com eles e às vezes nem ia pra aula pra ficar na turma deles. Não faria nenhum mal, estávamos acabando o ano e não tinha prova nem matéria nova, então os professores só estavam enrolando.

Em um desses dias, uma quinta-feira pra ser mais exata, o professor de biologia deles tinha faltado, então ficamos todos sozinhos na sala. Peter, Luca e Flinn, o trio que não desgruda, começaram a me fazer perguntas sobre meu ex relacionamento. Eles eram muito engraçados e zoavam o meu ex mais que tudo. Aquela turma era tão unida e tinha uma intimidade tão grande, que fizeram o mesmo comigo. As perguntas eram do tipo "Ele bateu na sua bunda?" "Ele falava putaria? Ele transava no silêncio???" "Ele nunca puxou seu cabelo??" Até Jas me perguntou algo, "Ele nunca te chamou de minha putinha?". Não. Nunca. Nada do que eles me perguntaram, ele tinha feito. Eu ria pelo jeito que os três zoavam o menino, de vergonha, e como todos falavam "Nossa, não acredito!" "Como ele nunca fez nada disso? Com essa bunda empinada pra mim eu iria dar uns bons tapas, e esse cabelo enorme eu puxaria muito" "Um absurdo ele não ter feito nada disso"

Eles ficaram indignados com tudo isso, e Luca sempre me olhava quando eu respondia a uma das perguntas. Eu podia ver nos seus olhos que ele estava pensando em fazer tudo aquilo comigo.

Os meninos fizeram toda a sala me zoar, falando o quão idiota eu era de estar com aquele garoto de merda, como eles o apelidaram. Eu estava constrangida, sim, mas tudo piorou quando Peter me chamou pra perto dele. O grande detalhe que ajudou a me deixar mais louca ainda, foi que a luz estava apagada, mas não estava totalmente escuro, as janelas tinham insufilme rosa, o que fazia toda a sala ficar rosa, num tom bem provocante de motel.

Ele estava em pé encostado na cadeira, eu fui até ele hesitante e assim que cheguei, não tive tempo de pensar. Peter disse "Assim que tem que ser" e me virou de costas, me abaixando, fazendo-me ficar empinada pra ele. E como meu cabelo enorme estava solto, ele agarrou e me puxou pra cima, me fazendo subir outra vez. Foi a cena mais rápida que pude presenciar. Eu paralisei chocada, e assim que ele soltou meu cabelo, senti outra mão os puxando. Pouco tempo depois escuto a voz de Luca baixo no meu ouvido, dizendo "Você não sabe como eu queria fazer isso. Me deixa te foder assim". Não pude evitar o fogo que me consumiu por inteira. Nem acreditei que isso tinha acontecido mesmo, Luca puxando meu cabelo e falando no meu ouvido. Só consegui concordar lentamente com a cabeça, e então ele me soltou rindo, voltando a implicar comigo pelo meu ex.

Ele havia me provocado do pior jeito possível, me puxou daquele modo e me soltou, fingindo não ter acontecido nada, me forçando a não mostrar emoção qualquer. Eu sabia que seus amigos não sabiam o que ele queria comigo, por isso tive que fingir do mesmo jeito que ele.

Depois de todo o interrogatório, fui para perto de Luca, e fiquei mexendo no cabelo da minha amiga que estava sentada na cadeira na minha frente. Eu e ele estávamos em pé, um do lado do outro, e conversávamos com toda a turma, rindo e zoando de tudo. E do nada, eu senti uma dor na minha bunda. Quando olhei para trás para ver o que era, Luca se levantava. Ele tinha me mordido? Ele tinha me mordido!

Perguntei isso a ele, e o infeliz simplesmente me respondeu "Sim", como se fosse algo mais que natural. Ri com a espontaneadade dele e um enorme sorriso de satisfação apareceu no seu rosto.

Minutos depois, continuamos do mesmo jeito, e por eu estar em pé, estava apoiada em uma das pernas, que coincidentemente, era a que estava do lado de Luca. Ele foi implicar comigo, empurrando meu joelho pra frente com a perna, me fazendo perder o equilíbrio. E pra tentar manter o mesmo, abri os braços, o que me fez bater a mão no Luca. Não seria problema, se o lugar que minha mão foi parar, não tivesse sido o pau dele. Sim, o pau dele. Instantaneamente tirei a mão de lá, constrangida por ter feito isso. Ele pôs a mão onde a minha estava e segurou o que lhe pertencia, fingindo estar sentindo dor e rindo. Quando eu comecei a pedir desculpa, rindo descontroladamente de todos os motivos possíveis, ele grita, pra toda a turma ouvir, o que eu tinha feito. Claro que ninguém acreditou que tinha sido totalmente sem querer, e começaram a gritar e zoar comigo. Eu ainda ria, me divertindo com eles, e alternava entre pedir desculpa pra Luca e dizer a turma que foi sem querer.

Depois da euforia, eu o pedi desculpa mais uma vez e ele disse que não foi nada. Não poupou me provocar e falou baixinho, -não sei se foi apenas pra ninguém ouvir ou também pra me excitar com seu tom baixo- "Que mão ein. Você me acertou em cheio, segurando tudo. Quero que faça de novo, mas prefiro estar sem roupa". O provoquei do mesmo jeito, e infelizmente o sinal tocou nos interrompendo.

Com certeza, a melhor quinta-feira da minha vida.

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