Hoje não

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Quando terminei de pagar, eu e Max fomos até uma lojinha do lado, pra comprar chiclete. Voltamos pouco tempo depois e ficamos ao lado dos casais. Falando sobre qualquer coisa idiota, Amy fingiu estar brava com Brenna, por ela ter falado algo que ela não gostou, de implicância. Então ela disse:

-Sai Brenna, não quero mais saber de você. -E então fingiu ser uma criancinha e cruzou os braços. Ri da idiotice dela-
-Aw, tadinha. -Falei-
-Ta vendo, Amy se preocupa comigo. É coisa de Amy's. Ah que lindo. -Ela disse e levantou a mão para que eu encostasse. Encenamos, como se estivéssemos em um filme clichê, e a cena era o momento em que o casal se sente apaixonado e juntam as mãos e logo se aproximam para um beijo. Quando todos nos olharam muito estranho, quase acreditando que íamos nos beijar, paramos com isso e rimos-
-Vocês são duas estranhas. -Luca disse. Eu sei que ele sabia o quanto nós duas estávamos sendo falsas. A culpa não era minha, eu gostava mesmo dela, mas Amy era falsa comigo, pois me provocava com seu namorado e depois agia como se fosse minha amiga-

Mais uns quinze minutos conversando, voltamos para o centro. Amy e Brenna cismaram que queriam comer sorvete na nova sorveteria, então fomos. Como era perto da praça, Max quis ir lá para encontrar com sua quase-ficante, Stefany. Sabia que em se eu fosse, ficaria de vela também, então preferi ficar com eles, pois pelo menos não ficavam se agarrando na minha frente.

Me sentei numa das cadeiras, de frente para Brenna, enquanto os três colocavam sorvete. Luca foi o primeiro a voltar, e logo depois Flinn. Amy demorou um pouco mais, porque não sabia qual dos cinqüenta sabores escolher. Luca ficou do meu lado, e me olhou sorrindo. Minha blusa era mais aberta dos lados, então dava para ver um pouco da minha barriga e o sutiã de renda que tinha colocado. Ele olhou para lá, depois olhou pros meus olhos outra vez e balançou a cabeça, como se estivesse aprovando. Eu ri da cena e dei de ombros, como quem dizia não ser a culpada.

Acho que só nesse momento percebi, o quanto ele gosta de olhar diretamente nos olhos. Eu gosto disso nas pessoas, elas passam mais confiança.

•••

Fomos para a praça encontrar com Max e andar por lá. Não ficamos muito tempo, pois Brenna e Flinn não paravam de discutir, e eu e ela estávamos indo em bora, mas ele não deixou, disse que seus pais estavam em um bar e queriam falar com Brenna. Ela aceitou e então os dois foram andando na frente. Avisou a nós três que não iriam demorar, mas nós conhecemos o nosso casal e sabemos que, sim, eles vão demorar.

Fomos andando até o carro, eu, Luca e Amy, e as pessoas nos encaravam por todo o caminho. Ele também percebeu.

-As pessoas não param de olhar pra gente. Devem estar achando que ou eu sou gay ou estou comendo as duas. -Ele disse se sentindo o fodão-
-Pena que não ta comendo nenhuma, ne. -Amy disse zoando com ele-
-Hoje não. -Ele piscou para ela-
-O que?? Quem é a puta? -Ela falou entrando na brincadeira-
-Ah, uma menstruada ai. -Luca deu de ombros, e acho que não percebeu o que tinha dito até Amy gritar comigo, pois depois começou a rir-
-É você, não é? -Gritou fingindo estar altamente puta comigo-
-É... Bom, eu não queria te falar assim não, ne, mas... -Levantei as mãos em rendição, rindo com toda a brincadeira-
-Eu sabia. É nessas horas que nós vemos quem é quem. -Ela abriu a porta fingindo uma raiva enorme. Todos entraram e ela continuou- Você gosta de uma Amy, ein. Uma loira e uma morena.
-Claro, assim não confundo os nomes. -Nós duas o olhamos incrédulas, rindo do que ele tinha dito. Ganhou um tapinha no ombro de Amy-
-Nossa, essa foi boa. -Falei-
-Foi boa mesmo, fala sério.

Ele se virou para dar a ré e me olhou. Eu neguei rindo e pressionando os olhos, e ele me devolveu uma piscadinha e um beijo discreto.

E eu ainda entraria naquele carro com ele, mas sozinhos, para ele poder me beijar de verdade. Tentei ser discreta ao me remexer no banco imaginando a cena, mas ele percebeu e olhou para baixo, para minha intimidade. Depois olhou pro meu rosto de novo e abriu um sorriso sacana. Mordi minha boca para não emitir nenhum som. Luca me excitava com mínimos detalhes e sabia disso.

Chegamos no tal bar e nos sentamos com eles na mesa. Os pais de Flinn eram muito engraçados e contavam cada história que tinha acontecido com eles quando tinham a nossa idade, que eu não estava me aguentando. Quando deu meia noite, Luca teve que levar Amy em casa, os pais dela eram muito enjoados com horário. Agradeci mentalmente a eles por isso, pois assim teria mais liberdade com Luca, pois quando ele estava com ela, mal falava comigo. Poderia provocá-lo mais, porém ainda discreto, porque Brenna era minha amiga, mas também era de Amy.

Normalmente, ele levaria dez minutos para levá-la em casa e voltar, mas nada dele. Senti uma pontada de inveja por ela ter aquilo que eu queria. Ela podia o beijar e abraçar sem se preocupar com nada, podia chegar a um clima quente com ele, podia senti-lo.

Quarenta minutos depois, ele apareceu, e não demorou nadinha até ele mudar comigo. Chegou e ficou em pé atrás de mim, com as mãos nos meus ombros. Infelizmente, todos nos levantamos, pois agora Brenna queria mesmo ir em bora. Fiquei extasiada ao saber que poderia ir na frente ao lado de Luca, ficando mais livre com ele. Mas os dois começaram a brigar outra vez e Flinn me disse para ir atrás, pois ele iria na frente. Brenna não gostou nem um pouco disso e reclamou com ele, isso só foi o verde para mais uma briga. Eles gritavam um com o outro, e Luca só me olhava pelo retrovisor com um misto de assustado e constrangido. Não era o único, eu estava me sentindo do mesmo jeito.

Pela nossa sorte, a casa de Brenna não era tão longe e chegamos bem rapidinho. Ela saiu do carro assim que Luca parou, se despedindo apenas dele e ignorando o namorado. Falei com Flinn com um olhar de compaixão, e me despedi de Luca. Ele estendeu a mão e fez carinho na minha, piscando pra mim e abrindo um sorriso. Sussurrou um "até mais" e eu o respondi com um enorme sorriso e um beijo no seu rosto.

Luca ainda me deixaria completamente louca por sua causa, eu não sabia mais como aguentar. Por sorte, fui proibida de pensar nele e obrigada a ouvir Brenna reclamando de seu namorado. Talvez não tão sorte assim.

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