16-Olá Andy.

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Pov:Andy

-porquê não estou tão surpreso quanto deveria?- pergunto vendo a silhueta de Annie no escuro.

-Se eu fosse um assassino, você se daria mal.-ela diz fitando-me.

-E não é?-Pergunto ironicamente, ao ligar a luz assim vendo seu rosto.

Annie estava encantadora. Usava um vestido justo e curto preto, com um blusão preto aberto(que eu acho que é meu) botas estilo militar. Ela tinha os olhos marcados de maquiagem preta, bochechas rosadas(maquiagem, já que quase nunca corava por vergonha) e lábios vermelhos e chamativos.
Annie é bela sem esforço, mas hoje, estava especialmente linda.
Bem aqui, no meu quarto, apenas eu e ela.

"Difícil não imaginar... Controle-se Andy!"

Meu inconsciente briga comigo.

-Obvio que não. Ou acha que ainda estaria vivo se eu fosse?- questiona ela dando de ombro e deitando em minha cama.
-Só uma psicopata teria resposta pra isso.- falo dando as costas, pegando um calção, já que não posso ficar de cueca como sempre.

Meu celular vibra no bolso de trás da calça, pego abrindo a mensagem.

Whatsapp on-
Annie: Olá Andy
Whatsapp off-

-Olá Annie.- murmuro ainda de costas pra cama, sem coragem de encara-la.

Um grande silêncio se estala no quarto, continuo virado pro armário.
Posso ouvir a respiração de Annie.
Ouço ela se levantando da cama, passos, sinto sua respiração quente em minhas costas. Sem me virar sinto um abraço quente, ela me envolve encostando seu rosto em mim, seus braços envolta de mim, suas mãos quentes espalmadas sobre meus braços que ainda estavam cruzados.
-Fico feliz em te conhecer, Angel.- ela sussurra ainda me abraçando.
-Me perdoe, Annie.-murmurei virando-me de vagar pra não sair de seu abraço.
Envolvendo ela no meu, seu rosto agora no meu peito, seus braços envolta da minha cintura, afago,suavemente seu cabelo beijando o topo de sua cabeça.

-Fiquei com medo.- confesso baixinho.- que ficasse com raiva de mim.

-Mas fiquei.- ela responde agora fitando-me - mas não queria perder sua amizade.- ela sorri voltando a me abraçar.

"Amizade?"

-Não vai, Annie.- murmuro um pouco tristonho.- vou tomar banho.- falo soltando-a.

-Posso ficar aqui?- pergunta ela.
-Sim, claro.- respondo sorrindo e saindo do quarto.

Tomo meu banho, pensando na figura da garota deitada em minha cama.
Annie é complicada, de fases, imprevisível... Bem, ela está agora mesmo na minha cama, as três da manha.
Apesar de tudo...é simples,é isso mesmo, simples, ela não faz tipo, diz o quê pensa.
Gosto dela, talvez mais que deveria.
Gosto que me irrite, gosto que esteja perto.
Termino o banho coloco o calção, voltando pro quarto. Ela esta deitada de costas pra porta, parece está dormindo, mas ouço ela fungar,ela está chorando.
-Annie?- sussurro sentando na cama devagar.

-Shiu, só deita aqui e me abraça.- ela sussurra com a voz rouca.

Deito ao seu lado, ficando de barriga pra cima encarando o teto.

-Abrace-me. - murmura ela.

Obedeci. Logo ela apóia a cabeça no meu braço, o outro coloquei encima dela, que por sua vez segurou contra o corpo.
Sinto ela colada em mim, sinto seu calor, seu cheiro, seu corpo contra o meu.
Afastei um pouco, virando o meu quadril pra cima. Não pode evitar, então tentaria fazer com que ela não perceba o pervertido que sou.

"Que vergonha"

Acordo recordando-me da noite anterior, da Annie, que vejo que já fujiu. Levanto-me descendo pro café.

-Como foi o Show de ontem?- me assusto com a voz masculina na cozinha.

-PAI!- grito indo abraça-lo.
Meu velho costuma viajar pra caçar. Depois de sua aposentadoria, ele vive viajando com os amigos velhotes pra pescar e tals

-Andou usando drogas?-pergunta ele abraçando-me.

-Não, pai.- respondo lhe soltando.

-E porquê não?- ele pergunta rindo alto e batendo nas minhas costas enquanto sento.

-Chris, cale essa boca.- minha mãe berra surgindo da porta vinda da garagem.
Meu pai é das antigas, sexo drogas e tudo mais. Leva isso ao pé da letra, mas acima de tudo se acha um piadista.

-Só não diga que és rockeiro.- diz ele com o jornal em mãos.

-Não digo, sou metaleiro.- sorriso indo pra escada.

-Isso é desculpa pra usar calça apertada e maquiagem da sua mãe? - Grita ele rindo de sua piada.

-Muito engraçado pai, quando volta a viajar mesmo?- falo ironicamente.

Entro no banheiro tomo meu banho, faço minha higiene, volto pro quarto.
Ainda de toalha vou até a janela, as cortinas escuras do quarto de Annie, continuam fechadas, indicando que ainda dorme
Visto uma calça rasgada, botas pretas e a blusa com o perfume de Annie.
...

Chego na casa de Jake, onde vai ser o ensaio de hoje.
-Six, são duas da tarde seu merda.- resmunga ele abrindo a porta.
-Sei ver as horas, Jake.- respondo adentrando em sua casa.
-Que maravilha, pequeno gafanhoto.- diz ele dando um sorriso forçado.- Whisky?- oferece ele.

-Não é meio cedo pra beber?- questiono ligando o XboX.

-Não tem nada a fazer em um sábado, além de vir aqui atormentar-mr? - questiona ele se jogando no sofá.
Ficamos um bom tempo jogando, Jake pediu pizza para o almoço, logo depois voltamos a jogar.

-Meu pequeno Six...- Jake começa a embromar enquanto fala, sinal de que coisa boa não é
-Chupa.- incentivo ele a continuar.
-Tem algo errado em ti.- ele diz ainda fitando o jogo.
-Não começa.- resmungo
- Andrew, não adianta lutar contra.- ele diz dando de ombro voltando a jogar em silencio.

Os rapazes chegam, logo começamos o ensaio. Desbloqueio o celular na esperança de mensagem da Annie, nenhuma.
O ensaio termina, volto pra casa pra me trocar pro show.
Terminando de me arrumar noto um papel encima da minha cama.

"Tarde da noite, eu podia ouvir o choro.
Eu ouço tudo tentando adormecer.
Enquanto tudo que é está morrendo em torno de você.
Como se mantem tão forte?"

Mesmo sem assinatura, sei que é da minha Annie. Volto a olhar pela janela, ainda fechada. Guardo o papel dentro do caderno, envio de baixo do colchão. Já que não quero que a Srt. Intrometida veja o caderno.
Assim, vou pro show.

Ela não desiste?Onde histórias criam vida. Descubra agora